Fomento, falta de recursos e uso da madeira são temas de

Rodrigo lucena - GCS - 03-12907800 A primeira palestra do Fórum sobre Fomento Florestal foi feita pelo diretor de Des...

21/08/1997 - 10:04

Fomento, falta de recursos e uso da madeira são temas de


     Rodrigo lucena - GCS - 03-12907800

     A primeira  palestra do  Fórum sobre  Fomento Florestal foi feita

pelo diretor  de Desenvolvimento  Florestal Sustentável  do  Instituto

Estadual de  Florestas (IEF),  José do Carmo Neves. Ele falou sobre os

programas que  vêm sendo desenvolvidos por aquele órgão, destacando os

resultados que  já vêm  sendo obtidos junto às empresas e a pequenos e

médios produtores.

     O  diretor  defendeu  a  elaboração  de  um  Programa  Plurianual

Participativo de  Desenvolvimento Florestal,  como forma  de suprir  o

déficit florestal  de cerca  de 300 mil hectares por ano. Segundo José

do Carmo  Neves, as  plantações hoje  não superam  os 100 mil hectares

anuais. A adoção dos programas e parcerias para estimular o plantio de

florestas em  propriedades rurais é também fator de geração de renda e

emprego e melhoria das condições ambientais, disse o diretor do IEF.

      Empresa aplica madeira para usos múltiplos

     A  apresentação  seguinte  ficou  a  cargo  de  Augusto  Valência

Rodrigues, chefe de Departamento de Engenharia Industrial da CAF Santa

Bárbara Ltda,  uma empresa  da Belgo Mineira que trabalha desde meados

da década  de 50  com reflorestamento,  inicialmente  voltado  para  a

produção de  carvão. Hoje, segundo mostrou o engenheiro, a empresa tem

196 mil hectares de área reflorestada em várias regiões do Estado, com

produção de  madeira a  partir da exploração de espécies diferentes de

eucalipto,  utilizadas   para  a   confecção  de   móveis,  estruturas

residenciais, cercas, portas etc.

     Os múltiplos  usos da  madeira de  eucalipto foram  frisados pelo

representante  da   Belgo  Mineira   ao  mostrar  dados  de  pesquisas

comparativas com  outras madeiras mais comumente usadas pela indústria

moveleira. De  acordo com  Augusto Rodrigues,  os dados  mostram que a

atividade de  reflorestamento pode  ser alavancada  nos próximos anos,

porque o mercado vai absorver bem toda a produção.

     Produtor queixa-se de falta de recursos




     O grande  entrave à expansão da atividade entre pequenos e médios

produtores  rurais,   entretanto,  é   a  falta  de  recursos  para  o

financiamento da  produção. Foi  o que disse o presidente da Sociedade

Brasileira de  Silvicultura (SBS),  Nélson Barbosa Leite, propondo uma

discussão entre  todos os  produtores e  compradores sobre as melhores

alternativas para disponibilizar recursos financeiros para o plantio.

     Segundo Nélson Leite, os produtores enfrentam ainda problemas com

a burocracia,  dado o  rigor da  legislação para  o setor;  incertezas

quanto à comercialização do produto; dúvidas sobre preço e com relação

aos danos  ou não  causados ao solo por esta atividade. Considerou que

no atual  estágio é  no mínimo  arriscado,  para  o  pequeno  e  médio

produtor, investir  numa cultura que só trará retorno num prazo mínimo

de 7 anos.

     O líder  do setor defendeu os programas de fomento, para evitar a

grande escassez  de madeira prevista para os próximos 10 anos. Segundo

ele, a  meta é fazer com que o produtor rural encontre na madeira mais

uma opção  de negócio  à sua  atividade. Sugeriu,  ainda,  o  fim  das

amarras burocráticas  e um  programa de  comunicação para  mostrar  ao

produtor a grande utilidade da floresta. Segundo ele, é preciso atacar

a questão cultural e reduzir a desinformação.

     Na fase  dos debates,  foram abordadas questões sobre os recursos

para financiamento  do plantio;  acesso ao programa de fomento do IEF,

assistência  técnica;   uso  adequado   da  terra  e  da  floresta;  e

flexibilização do  controle do transporte, uso e plantio, entre outros

temas.

Responsável pela informação: palestras