Experiência do RGS inclui treinamento e formação de profissionais
Mais de 6 mil produtores rurais, de 116 municípios do Rio Grande do Sul, já estão disponibilizando perto de 6 milhões...
21/08/1997 - 10:04Experiência do RGS inclui treinamento e formação de profissionais
Mais de 6 mil produtores rurais, de 116 municípios do Rio Grande do Sul, já estão disponibilizando perto de 6 milhões de m3 de madeira, plantados em 23 mil ha. Essa é área de abrangência de um dos programas de fomento florestal do Rio Grande do Sul, operado em convênio com a iniciativa privada. A Rio Grande Companhia de Celulose do Sul (Riocell) é um dos braços privados do programa, juntamente com os produtores rurais, que são ainda assistidos pela Secretaria do Estado de Agricultura, prefeituras municipais e escritórios regionais da Emater. O diretor da Consulte, empresa contratada pela Riocell para administrar o programa, Ronaldo Dornelles, explicou ontem, durante sua exposição no Fórum de Fomento Florestal, que entre os objetivos deste projeto, iniciado em 1989, estão o de reduzir o desmate de florestas nativas e criar uma renda adicional para o produtor rural. "Além de levar as mudas para o campo - completou ele - estamos empenhados também em formar viveiristas no interior, para que eles abasteçam as áreas de reflorestamento". Formação - O Programa de Treinamento de Viveiristas Florestais já formou profissionais em 70 municípios, garantindo a distribuição de aproximadamente 500 quilos de sementes. "Associamos ainda ações voltadas para o controle ambiental e de melhoria da qualidade e produtividade das florestas" - destacou Dornelles. Desde 89 já foram distribuídas entre os produtores rurais 20 milhões de mudas de eucaliptos, cultivadas nesses últimos oito anos. "Estamos agora na primeira colheira, que deverá alcançar perto de 40 a 50 mil metros estéreos de madeira (medida de toras empilhadas)" - informou o diretor da Consulte. O Rio Grande do Sul tem perto de 500 mil ha de área reflorestada e déficit de oferta florestal de 30 a 40 mil ha/ano, o que demonstra o potencial de crescimento dessa atividade no Estado. A madeira produzida é consumida pela indústria moveleira, de celulose e papel e pela construção civil. A produção do programa de fomento florestal da Riocell deverá ser destinada, em grande parte, à indústria de celulose. "O nosso convênio estabelece que os produtores deverão destinar à Riocell 10% da sua produção, mas o restante ele poderá dar o destino que bem desejar" - esclareceu Dornelles. Essa é uma forma de pagamento pelo que a Riocell fornece aos produtores nesse programa de reflorestamento: as mudas e treinamento. A Emater presta assistência no campo e produz o laudo de vistoria das plantações. As prefeituras fazem o traslado das mudas e o produtor participa com a sua força de trabalho. "Com o início da colheita - prosseguiu Dornelles -, os produtores deverão, assim, destinar 10% da sua produção à Riocell, mas, se ele vender toda a sua madeira para a empresa, fica isento da cota negociada". Dornelles esclareceu, no entanto, que a Riocell não dependerá, exclusivamente, desse produtor para se abastecer de matéria prima. "A fábrica consome perto de 150 mil metros estéreos/mês, mas tem outras fontes de suprimento".
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