Governo e servidores debatem na ALMG reajustes salarial

Representantes do Governo e dos servidores públicos estaduais não se entenderam nesta quarta-feira na Comissão de Adm...

21/08/1997 - 10:04

Governo e servidores debatem na ALMG reajustes salarial



     Representantes do Governo e dos servidores públicos estaduais não

se entenderam nesta quarta-feira na Comissão de Administração Pública,

durante  debate  sobre  os  reajustes  salariais  já  concedidos  pelo

Executivo.  Os  servidores  questionaram  os  dados  apresentados  por

técnicos da  Secretaria de  Recursos Humanos  e Administração de que a

média salarial  no Estado  é de  R$ 643,00.  O deputado Marcos Helênio

(PT), que pediu a reunião, criticou o não comparecimento do secretário

Cláudio Mourão, da SERHU, e disse que isso prejudicou as discussões.

     O assessor  de Relações  Trabalhistas  da  SERHU,  Edson  Moreira

Coelho, afirmou que a folha de pagamento de pessoal no governo Eduardo

Azeredo saltou  de R$ 239 milhões para R$ 398 milhões, num crescimento

de 66%.  Segundo ele,  os policiais militares receberam em média 30,7%

de reajuste  recentemente -  de  9,69%  para  coroneis  até  48%  para

soldados; e  os policiais  civis de 38,11%. Coelho afirmou, porém, que

existem perdas  salariais para  alguns setores  do  funcionalismo  nos

últimos dois anos e sete meses, que foi é de 36%.

     A superintendente  Central de  Cargos  e  Vencimentos  da  SERHU,

Simone Reis  Lobo Vasconcelos, justificou a ausência de Cláudio Mourão

sob argumento  de que  ele tinha compromissos inadiáveis nesta quarta-

feira. Ela  afirmou que  o Plano de Carreira dos servidores da área de

Educação está sendo elaborado e se encontra em etapa avançada.

     Já os  representantes  dos  servidores  criticaram  o  Governo  e

cobraram  a   abertura  de   negociais  salariais.   O  presidente  da

Coordenação Sindical,  Renato Baros, afirmou que o Governo não avançou

na discussão  dos reajustes  salariais  após  se  comprometer  com  os

servidores, na  ocasião da  greve da  Polícia Militar.  Segundo ele, o

Governo maqueia  dados para dizer que o salário médio dos funcionários

estaduais é de R$ 634,00.

     Busca de  diálogo - A presidente do Sindicato de Especialistas de

Educação e  Gerentes Públicos  de Minas  Gerais (Sinegep), Laura Maria

Fernandes Dias,  ressaltou que  o funcionalismo  "não  tem  conseguido

quase nada" no governo Eduardo Azeredo. "Queremos diálogo", afirmou. O

presidente  da  Associação  dos  Delegados  de  Carreira,  Vitor  Hugo

Moreira, disse  que falta habilidade política ao Governo para dialogar

com os servidores.

     O deputado  Gilmar Machado  (PT),  questionou  a  média  salarial

apresentadda pelo  Governo e  disse que somente o gasto com propaganda

em TV feito pelo Executivo, no horário nobre e em um dia apenas, sobre

a área  de Educação.  Ele afirmou  que os  R$ 130  mil gastos poderiam

pagar o  salário de  1.000 serviçais  da área de Educação durante três

meses.

     O deputado  Arnaldo Penna  (PSDB) disse  que  o  Governo  Eduardo

Azeredo, através  dos técnicos  que compareceram  à reunião, demonstra

seu esforço  em  dar  reajuste  possível  aos  servidores.  Durante  a

reunião, que  foi presidida  pelo deputado  Ajalmar Silva  (PSDB),  os

deputados aprovaram  três  requerimentos  apresentados  pelo  deputado

Marcos Helênio.  Eles solicitam que o secretário da Fazenda de Minas e

o presidente  da Fiemg  sejam convidados  a falar  sobre o  aumento de

capital do  Governo na  Açominas; que  líderanças sindicias da Polícia

Civil sejam  ouvidos sobre  reajuste recebidos  recentemente; e que se

realize reunião da comissão para se discutir a situação da Comig.

     Também foi aprovado parecer favorável de 1º turno ao PL 1.243/97,

do deputado Olinto Godinho (PL), que proíbe a implantação de descontos

nos vencimentos  do servidor público sem o seu prévio conhecimento, na

forma do  substitutivo  1  apresentado  pelo  deputado  Ajalmar  Silva

(PSDB).

Responsável pela informação: Lucio Perez - GCS - 031-2907800