CPI ouve ex-superintendente e diretor do Ipsemg
A não-transferência de recursos do caixa único do Estado ao Ipsemg causa grandes prejuízos ao Instituto. A afirmação ...
01/07/1997 - 10:01CPI ouve ex-superintendente e diretor do Ipsemg
A não-transferência de recursos do caixa único do Estado ao
Ipsemg causa grandes prejuízos ao Instituto. A afirmação foi feita
pelo ex-superintendente de Finanças do Ipsemg, Claúdio Frederico de
Souza, e pelo atual diretor de Previdência, Álvaro Marcílio Júnior.
Eles prestaram depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da
Assembléia que investiga supostas irregularidades no repasse de
recursos pelo governo do Estado ao Ipsemg.
O ex-superintendente de Finanças, Cláudio de Souza, fez uma
exposição sobre o período em que esteve à frente daquele cargo no
Ipsemg, de 1992 a 1994. Naquela época, disse ele, apesar de ter
assumido num período de dificuldades, porque o governo não havia
rapassado os recursos da arrecadação dos servidores e de suas
obrigações patronais há mais de quatro meses, a administração
conseguiu negociar repasses que foram suficientes para manter o
pagamento dos pensionistas. Num momento seguinte, disse ele, apesar da
inflação alta e de atrasos de cerca de 15 dias, foi possível acumular
uma reserva técnica de cerca de R$ 60 milhões.
Respondendo aos questionamentos dos deputados, Cláudio Frederico
de Souza lembrou que o Ipsemg teve recursos da ordem de R$ 2,35
milhões, em valores atualizados, retidos com a liqüidação
extrajudicial da MinasCaixa. Até hoje, segundo ele, o Banco Central
mantém bloqueados esses recursos. Disse, ainda, ter plena confiança de
que o modelo de atendimento do Ipsemg é satisfatório, "se o Instituto
tiver o dinheiro programado nas mãos".
Diretor cobra autonomia financeira
O diretor de Previdência do Ipsemg, Álvaro Marcílio Júnior,
também frisou que os problemas do Instituto são decorrentes do não-
repasse dos recursos arrecadados. Para ele, nem mesmo as ações
judiciais que dão ganho de causa a pensionistas põem em risco a
estabilidade da instituição, "desde que o governo faça os repasses".
Álvaro Marcílio disse que foi elaborado um novo plano de custeio, já
enviado ao Executivo, mas ainda sem um encaminhamento definitivo.
Ainda segundo o diretor de Previdência, o modelo do Ipsemg é
viável e "nenhuma entidade tem uma relação de custo-benefício tão
favorável a seus beneficiários". O que inviabiliza o Ipsemg,
prosseguiu, é o regime de caixa único. "Para ser uma autarquia,
segundo a própria definição do termo, é preciso haver autonomia
financeira e administrativa", completou.
Participaram da reunião, suspensa na parte da manhã, para ser
retomada à tarde, os deputados Miguel Martini (PSDB), presidente da
CPI; Sebastião Costa (PFL), relator; Gilmar Machado (PT), José Braga
(PDT), Carlos Pimenta (PL) e Adelmo Carneiro Leão (PT).
Responsável pela informação: Rodrigo Lucena - GCS - 031-2907800