Plenário aprova três projetos do Governador

Três projetos do Governador do Estado foram aprovados ontem (5/6) em Plenário - o PL nº 1.139/97, que altera a Lei nº...

06/06/1997 - 10:01

Plenário aprova três projetos do Governador



     Três projetos do Governador do Estado foram aprovados ontem (5/6)

em Plenário - o PL nº 1.139/97, que altera a Lei nº 10.366, que dispõe

sobre o Instituto de Previdência dos Servidores Militares do Estado de

Minas Gerais  (reduz de  10% para  8% a  contribuição  dos  servidores

militares ao Instituto); o  PL  nº 1.142/97.  que autoriza o Estado  a

contratar operação  de crédito  com a  Companhia Vale  do Rio Doce, no

valor total   de   R$  9.264.666,46   para   execução  de  programas e

obras de desenvolvimento  social  nas  regiões  de  atuação  da  CVRD;

e o  PL nº  1.143/97, que  altera a composição da Junta de Programação

Orçamentária e Financeira.

     Todos os  três projetos  estavam em turno único de votação e, por

terem tramitado  em regime de urgência e chegado ao limite do prazo de

45 dias  para  sua  apreciação,  entraram  na  pauta  de  Plenário  em

sobrestamento, ou  seja, com prioridade de votação. Não houve polêmica

entre situação  e oposição para aprovação dos projetos, mas o deputado

Gilmar Machado  (PT) encaminhou a votação do PL nº 1.139 afirmando que

o Executivo, mais uma vez, "atropelou o Legislativo".

     Polêmica

     Gilmar Machado  lembrou que,   como  desde janeiro o desconto dos

segurados do  Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM)

já foi  reduzido de  10% para  8%,  ao  Legislativo  não  cabia  outra

alternativa senão aprovar  a matéria. O prazo de apreciação da matéria

esgotou-se sem  que o  assunto fosse  debatido  satisfatoriamente  nas

Comissões. Nas  últimas terça e quarta-feiras os deputados reuniram-se

em reunião  conjunta das  Comissões  de  Constituição  e  Justiça,  de

Fiscalização Financeira e Orçamentária e de Administraçõa Pública para

debater o projeto com o diretor-geral do IPSM, coronel Leonel Archanjo

Affonso,   com o  ex-comandante da  PMMG e  ex-presidente do  Conselho

Administrativo do  IPSM, coronel  José Jair Dias e com o presidente da

Coordenação Sindical  dos Servidores  Públicos  Estaduais,  Renato  de

Barros.



     Para o  cel. Leonel  Archanjo, "a  perda de receita de R$ 800 mil

mensais com  a mudança é um mal menor, se comparada com a contribuição

de 13,5%  que hoje  cabe aos militares. Se o projeto nao for aprovado,

os policiais  serão prejudicados",  afirmou. Já  o cel. José Jair Dias

acredita que  a redução  é inconstitucional,  uma vez que Constituição

federal determina  que "nenhum  benefício  ou  serviço  de  seguridade

social poderá  ser criado,  majorado ou estendido sem a correspondente

fonte de  custeio total". Ele criticou ainda a afirmação do cel Leonel

Archanjo de que a perda de R$800 mil "é um mal menor". O cel Jair Dias

afirmou que  o Estado  não repassa  a parte  do Estado  ao IPSM  desde

agosto de 95, perfazendo uma dívida de cerca de R$ 150 milhões.

     Renato Barros,  por sua  vez,  defendeu  a  rejeição  do  projeto

alegando que  o projeto  é uma  "demagogia" do  governo, uma vez que a

redução já  existe. "Foi um desrespeito à lei reduzir os descontos sem

uma lei  autorizativa". Além  disso, ele  defendeu a  elaboração de um

projeto  mais  abrangente  para  a  previdência  do  servidor  público

estadual, que desse isonomia de tratamento aos servidores.

     O projeto,  como os  outros dois, foi aprovado através de votação

simbólica, e  recebeu uma  emenda, também aprovada, que assegura que o

Estado  continuará  responsável  pelos  outros  2/3  da  contribuição,

conforme a  lei. A matéria foi relatada em Plenário pela deputada Elbe

Brandão (PSDB).

     Programas Sociais

     O segundo  projeto aprovado foi o de nº 1.142/97, que  autoriza o

Estado a  contratar operação  de crédito  com a  Vale do  Rio Doce. Os

recursos para a operação constam de fundo que a Companhia mantém com a

parte de  seu lucro anual e que se destinam à reserva para execução de

programas de  desenvolvimento das  regiões  sob  influência  da  Vale,

totalizando R$ 9.264.666,46, assim divididos:

     1) Centro  de Feiras e Exposições de Minas Gerais (Belo Horizonte

- Gameleira): R$ 1.500.000,00;

     2) Serviço Voluntário de Assistência Social - Servas, Programa de

Mobilização Comunitária: R$ 1.264.666.46;

     3)  Rodovia   MG-120,  trecho   Riacho  dos  Machados/BR-251:  R$

2.300.000,00;

     4)  Rodovia   -  Ligação,  trecho  itanhomi/Capitão  Andrade:  R$

900.00,00;

     5)  Rodovia   M-232,  trecho   Mesquita/Santana  do  Paraíso:  R$

2.300.000,00;

     6) Rodovia  - Ligação,  trecho Dionísio/São Domingos do Prata: R$

1.000.000,00.

     A matéria  foi relatada  em Plenário  pelo deputado José Henrique

(PMDB) e  foi aprovada com as Emendas de nºs 1, 4 e 5, sendo rejeitada

as Emendas  2 e  3. A  Emenda 1  determina que  o Executivo informe ao

Legislativo os  detalhes dos  progamas beneficiados;  a  Emenda  nº  4

altera os  valores das  obras propostas  e inclui  a  pavimentação  do

trecho referente ao município de Tumiritinga, por caracterizar área de

atuação da  CVRD; a  Emenda nº  5 propõe  que os  recursos oriundos da

operação deverão  ser  depositados  em  instituições  financeiras  que

centralizem receita do Estado, contrariando a Emenda 2, rejeitada, que

propunha  a   centralização  dos   recursos  obtidos  em  instituições

financeiras oficiais do Estado.

     Junta  Orçamentária

     O PL  nº 1.143/97,  relatado em  Plenário pelo  deputado  Roberto

Amaral  (PSDB),   altera  a   composição  da   Junta  de   Programação

Orçamentária e  Financeira. Inclui  em sua  composição o secretário de

Estado adjunto  de Recursos  Humanos e  Administração,  o  diretor  da

Superintendência Central  de Planejamento Econômico-Scoial e o diretor

da Superintendência  de Pessoal. Além disso, retira da Junta o diretor

da Superintendência  Central de Programação Governamental, uma vez que

a mesma  foi extinta.  A Emenda  nº 1,  apresentada pelo deputado José

Bonifácio (PSDB),  foi rejeitada  - ela  propunha um  representante do

Legislativo integrando  a Junta  e o  relator alegou  que  o  órgão  é

voltado exclusivametne  para rotinas  administrativa do Executivo, não

se justificando a proposta do deputado.



     Emenda ao Regimento

     O presidente  Romeu Queiroz  leu em  Plenário emenda  que  estará

apresetnado  ao  Projeto  de  Resolução  nº  1.077/96,  que  contém  o

Regimento Interno  da Assembléia.  A emenda  trata de  atribuições  da

Comissão de  Indústria, Comércio e Turismo (cuja criação está prevista

no Projeto  de Resolução), determinando que caberá à Comissão analisar

relações internacionais que envolvam negociações nas áreas de turismo,

indústria e  comércio e  participação no  Mercosul e  em outros  bloco

econõmicos.

     Foi aprovado,  ainda na reunião de ontem à tarde, requerimento do

deputado Gilmar  Machado, solicitando  a convocação  do secretário  de

Estado da  Fazenda, do  Procurador-Geral de Justiça e do presidente do

Tribunal de Contas do Estado para prestar, na Comissão de Fiscalização

Financeira e  Orçmentária, esclarecimentos  sobre as  providências  já

adotadas acerca das conclusões do relatório da CPI que estudou, no ano

passado, o processo de apuração dos índices do Valor Adicionado Fiscal

- VAF - dos municípios de Minas Gerais e apurou as variações do VAF em

Contagem, Congonhas e Varginha.

Responsável pela informação: Cristiane Pereira - GCS - 031-2907800