Cientista Político fala sobre democracia na América Latina

Mesmo evitando comentar assuntos da política interna brasileira, o sociólogo e economista mexicano, Jorge Castañeda, ...

19/06/1997 - 02:13

Cientista Político fala sobre democracia na América Latina



     Mesmo evitando  comentar assuntos da política interna brasileira,

o sociólogo  e economista  mexicano, Jorge Castañeda, criticou ontem a

opção de  alguns países  latino-americanos, entre  eles o  Brasil,  de

adotar  a  taxa  de  câmbio  fixo,  como  âncora  nas  suas  políticas

econômicas. "Os  países em desenvolvimento - disse ele - necessitam de

um câmbio  competitivo para  alavancar a  atividade econômica interna.

Nessa opção,  temos de admitir, sempre sob um cenário democrático, uma

inflação de 20 a 25% ao ano e com uma certa indexação da economia".

     Castañeda, que  esteve ontem  na Assembléia  Legislativa  falando

sobre "A  Democracia na América Latina", reconhece que essas projeções

econômicas propostas  repetem filmes  que alguns países já assistiram,

mas  são   as  que   viabilizarão  percentuais   de  crescimento  mais

expressivos. "O  Brasil deve  crescer este ano 3%, o que é muito pouco

para um país da sua dimensão"- disse ele.

     Na palestra,  o professor  da Universidade  de Harvard  e uma das

lideranças acadêmicas  mais expressivas,  que hoje  discute um projeto

sócio-econômico alternativo  ao neoliberalismo vigente, para os países

em  desenvolvimento,   apontou  as   cinco  principais  pendências  da

democracia na  América Latina.  A falta de tradicão democrática, a não

separação entre  estado e governo, a inclusão das minorias no processo

político, o  acompanhamento de  políticas públicas  e o poder da mídia

são os pontos principais abordados por Castañeda.

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