Agropecuária debate inclusão de MG na area do FCO
A Comissão de Agropecuária e Política Rural, presidida pelo deputado Paulo Piau (PFL), reuniu, nesta quarta-feira (4/...
05/06/1997 - 02:11Agropecuária debate inclusão de MG na area do FCO
A Comissão de Agropecuária e Política Rural, presidida pelo deputado Paulo Piau (PFL), reuniu, nesta quarta-feira (4/6) administradores regionais, representantes de entidades classistas, prefeitos e representante da Sepcretaria de Planejamento, para debater a inclusão de Minas Gerais na área de alcance do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). Esse fundo destina 0,6% dos recursos do Imposto de Renda e do IPI, para o desenvolvimento da região Centro-Oeste, que envolve os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso do Norte e o Distrito Federal. Segundo o deputado Paulo Piau, regiões mineiras como o Noroeste e o Triângulo devem exigir o mesmo tratamento dado aos estados beneficiados pelo FCO. Segundo ele, Minas Gerais está sendo prejudicada pela desigualdade provocada por um instrumento "que deveria corrigir desequilíbrios regionais". O parlamentar lembrou que várias empresas estão sendo instaladas em Goiás, por causa dos benefícios fiscais concedidos pelo Fundo. O deputado disse que Minas Gerais não está tendo competência política, no âmbito partidário e classista - para obter recursos para o desenvolvimento de suas regiões. O Administrador Regional do Noroeste, Rutílio Cavalcanti Filho, comentou a situação da região, assinalando que empresas como a Perdigão e a Parmalat optaram por Goiás em razão de benefícios fiscais, mas mantém pontos de compras em Minas Gerais. "Nosso produto sai 'in natura', para ser beneficiado em outros Estados, agregando valor fora da região. Segundo ele, com uma política adequada, a produção de grãos do Noroeste poderia ser aumentada em cinco vezes. O representante da Fiemg, Paulo Passos, defendeu a criação de uma câmara setorial de desenvolvimento regional, para tratar, no campo do planejamento e com estudo da repercussão tributária, os interesses das regiões. O representante da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais, Marcos Abreu, disse que fundos como o FCO deveriam estar nas disposições transitórias da Constituição e terem prazo para serem encerrados. O deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) disse que a concessão de privilégios e incentivos a um estado tem colocado outros em dificuldades, e prejudicado não apenas algumas regiões, mas o país. Ele propôs a formulação de um documento para o Congresso Nacional, com as revindicações das regiões que querem participar do FCO. O deputado Antônio Andrade (PMDB) insistiu na falta de vontade política como responsável pelos impasses e problemas do país. Criticou o interesse dos governos pela indústria automobilística, que "obriga que as cidades se adaptem à indústria, quando devia ser o contrário". Ele criticou também o Banco do Brasil, que tem dificultado crédito para produtores que realmente precisam. A superintendente de Planejamento da Seplan, Maria Luíza Leal, disse que o governo de Minas vem se esforçando no sentido de se estender à região Noroeste do Estado os benefícios do FCO. Ela lembrou que o governo tem privilegiado o desenvolvimento regional, conforme está no Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI). O deputado Paulo Piau disse que a ação do Governo tem sido acanhada e criticou a política de beneficiar somente as regiões mais pobres, pois, segundo ele, as regiões ricas também convivem com bolsões de pobreza e deviam receber atenção, inclusive, como geradora de recursos para se investir nas áreas menos favorecidas. O deputado apresentou algumas sugestões aos presentes. Os administradores regionais devem mobilizar os prefeitos e lideranças políticas, para sensibilizar as autoridades sobre a inserção das regiões mineiras no âmbito do Fundo. Sugeriu também que as associações classistas, sindicatos e outras entidades mobilizem as federações, no mesmo sentido. E disse que apresentaria requerimento à Mesa da Assembléia solicitando a formação de um documento com o teor das reivindicações levantadas na reunião, para encaminhamento à bancada mineira na Câmara e no Senado, ao Governador do Estado e ao Presidente da República. Participaram também da reunião os deputados Ajalmar Silva (PSDB), Roberto Amaral (PSDB) e Elbe Brandão (PSDB), e os prefeitos de Uberaba, Marcos Montes Cordeiro, e de João Pinheiro, Roosevelt Monteiro Porto.
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