presidente do Ipsemg depõe na CPI da Alemg
Ainda que o governo possua uma dívida de aproximadamente R$ 800 milhões com o Ipsemg, o Instituto vem conseguindo aum...
04/06/1997 - 02:11presidente do Ipsemg depõe na CPI da Alemg
Ainda que o governo possua uma dívida de aproximadamente R$ 800 milhões com o Ipsemg, o Instituto vem conseguindo aumentar a produção de serviços em quantidade e qualidade. Foi o que disse ontem (03/06) o presidente do Ipsemg, José Maria Borges, em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura denúncias de irregularidades no repasse ao Instituto, pelo governo, das verbas oriundas das contribuições dos servidores públicos estaduais. José Maria Borges lembrou que em época alguma houve regularidade no repasse dos recursos do Ipsemg. Admitiu, porém, que neste governo, em função das dificuldades de caixa do tesouro estadual, o problema foi agravado. Segundo o presidente do Ipsemg, "para não deixar de pagar em dia os salários dos servidores, os atrasos foram mais significativos". Para que o governo possa saldar a dívida que tem com o Ipsemg, deverá ser feita uma renegociação de longo prazo, sugeriu Borges, calculando um parcelamento em torno de 30 anos. Acredita, porém, que para resolver o problema da previdência é preciso mudar o atual modelo de repartição simples, alterando, inclusive, os limites de contribuição. Atualmente, o funcionário contribui com 8% do seu salário e o governo com 4%. Esta arrecadação destina-se basicamente ao pagamento de pensão e assistência médica. A aposentadoria é paga com recursos do tesouro do Estado. Além da dívida do Estado, o presidente do Ipsemg lembrou que também as prefeituras têm um débito de cerca de R$ 56 milhões com o Instituto. Disse que foram instituídos critérios iguais de renegociação para que todas as prefeituras possam pagar suas dívidas em 72 meses. Segundo José Maria Borges, o problema da dívida não vem afetando a expansão dos serviços do Ipsemg. Somente o programa habitacional, que depende de uma reestruturação e de maior volume de dinheiro, foi prejudicado. Ele explicou que os gastos mensais do Instituto chegam a R$ 27 milhões. Os recursos repassados pelo Estado, "mais ou menos regularizados" desde novembro, somam aproximadamente R$ 24 milhões por mês, disse Borges. Com esse dinheiro e com os repasses das prefeituras, o Instituto vem conseguindo cumprir seus compromissos e ampliar serviços, ainda que tenha exaurido suas reservas bancárias, disse ele. A receita total do Ipsemg, caso os recursos do Estado e das prefeituras fossem repassados regularmente chegariam a R$ 37 milhões/mês. Com esse dinheiro, disse o presidente, seria possível melhorar as tabelas de remuneração dos médicos e hospitais conveniados. Ele lembrou que atualmente o Ipsemg é um comprador de serviços médicos. Disse também que não existe qualquer projeto de privatização. Debates Na fase de debates os deputados fizeram, durante mais de três horas, uma série de questionamentos. O deputado Gilmar Machado contestou o fato de o Ipsemg ter emprestado R$ 87 milhões ao Estado, conforme relatório do Tribunal de Contas. O presidente do Instituto respondeu dizendo que o dinheiro foi devolvido com a mesma correção que teria se estivesse aplicado em títulos bancários. A discussão levou ao questionamento sobre o caixa único do Estado e a necessidade de se discutir uma forma de impedir que o dinheiro do Ipsemg seja utilizado pelo Estado para outras finalidades. Vários deputados fizeram intervenções sobre a situação dos convênios, do atendimento no interior e sobre os imóveis do Ipsemg, cujo patrimônio, segundo os assessores do Instituto, chega a R$ 150 milhões. O hotel do Ipsemg, a necessidade de fazer controle de exames e consultas e de melhorar a estrutura administrativa para aprimorar o controle foram outros assuntos em pauta. Também foi questionado o acordo entre o órgão e o locatário de um imóvel situado no Centro, sem licitação pública. O presidente do Ipsemg fez uma longa exposição de como aconteceu todo o processo de renegociação e da formação de uma comissão interna para elaborar diretrizes para a utilização dos imóveis. Explicou que a renegociação do imóvel do Centro aconteceu porque as prestações estavam defasadas. Quanto a não ter havido licitação, disse que o fato de estar sendo questionado judicialmente impedia a concorrência. Um acordo, naquele momento, seria mais vantajoso, já que uma pendência judicial poderia prolongar por alguns anos a situação, justificou Borges. Participaram da reunião os seguintes deputados que integram a CPI: Miguel Martini (PSDB), presidente; Sebastião Costa (PFL), relator; Luiz Fernando Faria (PFL), Carlos Pimenta (PL), Anderson Adauto (PMDB), Gilmar Machado (PT) e Roberto Amaral (PSDB) - suplente. Também participaram os deputados Arnaldo Penna (PSDB), Wanderley Ávila (PSDB), Rêmolo Aloise (PFL), Péricles Ferreira (PSDB), Ailton Vilela (PSDB), Leonídio Bouças (PFL) e Adelmo Carneiro Leão (PT).
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