Polêmica em reunião sobre PL que reduz contribuição ao IPSM

Polêmica quanto à redução, de 10% para 8%, da contribuição dos segurados do Instituto de Previdência dos Servidores M...

04/06/1997 - 02:11

Polêmica em reunião sobre PL que reduz contribuição ao IPSM



     Polêmica quanto  à redução,  de 10%  para 8%, da contribuição dos

segurados do  Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM)

marcou a  reunião conjunta desta terça-feira (3), quando deputados das

Comissões de  Constituição e  Justiça, de  Administração Pública  e de

Fiscalização Financeira  e Orçamentária  ouviram  o  diretor-geral  da

autarquia, coronel  Leonel Archanjo  Affonso. Ele alega que a perda de

receita de  R$ 800  mil mensais  com a  mudança é  um  mal  menor,  se

comparada com  a contribuição  de 13,5%  que hoje cabe aos militares -

10% para  o Instituto  e 3,5%  relativos à  recém-criada  contribuição

previdenciária. "Se  o projeto  não for  aprovado, os  policiais serão

prejudicados", alegou. Os servidores civis contribuem com 11,5% (sendo

8% para  o Ipsemg),  mas a  participação do  Estado  difere  nos  dois

institutos: para o primeiro, é de 20%; para o segundo, de 4%.

     A reunião,  solicitada em  requerimento do  líder do PT, deputado

Marcos Helênio  (PT), discutiu  o  PL  1.139/97,  do  governador,  que

determina a  redução da  alíquota de  contribuição. O  projeto já está

pronto  para  ser  votado,  em  turno  único,  pelo  Plenário,  e  tem

preferência sobre  os demais  por não  ter sido  apreciado dentro  dos

prazos previstos  pelo Regimento  Interno. Os outros dois convidados -

Renato Barros,  da Coordenação  Sindical, e  Jair Dias, ex-comandante-

geral da  PMMG -  serão ouvidos nesta quarta-feira (4), às 9h30min, em

nova reunião  conjunta. Requerimento  aprovado do  líder  do  governo,

deputado Péricles Ferreira (PSDB), solicitava que os convidados fossem

ouvidos separadamente.

     Questionamentos -  Os deputados  Sebastião Navarro  Vieira (PFL),

Gilmar  Machado   (PT)  e  Péricles  Ferreira  (PSDB)  fizeram  vários

questionamentos ao  diretor do  IPSM. Navarro lembrou que a redução de

2% da  receita da  autarquia pode gerar prejuízos para a qualidade dos

serviços. "Minha  preocupação é  se não estaremos transformando o IPSM

em um  Ipsemg no  futuro", afirmou,  citando a  grave crise  pela qual

passa hoje  o Instituto  de Previdência  dos Servidores  do  Estado  -

objeto de  uma CPI  da Assembléia. Segundo informou, ainda, o deputado

Péricles Ferreira, o governo do Estado não pretende aumentar sua atual

contribuição (de  20%) para  22%, a  fim de cobrir a lacuna que poderá

ser deixada, caso o projeto seja aprovado.

     O coronel  Leonel Affonso reconheceu que, com a perda de receita,

será necessário  rever o  cálculo atuarial  e propor a formação, em um

prazo maior,  da reserva  técnica, hoje  estimada em  R$ 170  milhões.

Mesmo prejudicada  pelo não  repasse de R$ 200 milhões pelo governo do

Estado, a  direção do IPSM alega que não haverá redução de benefícios.

Pelo menos  em curto  prazo. Hoje  a despesa  mensal da autarquia, que

possui 11,2  mil títulos de pensão, é de R$ 8 milhões e a arrecadação,

de R$ 10,5 milhões.

     Críticas  -   O  representante   da   Coordenação   Sindical   do

funcionalismo público,  Renato Barros,  que será  ouvido nesta quarta-

feira (4),  criticou o  projeto em  entrevista. Segundo ele, o governo

está agindo  "com dois pesos e duas medidas". "Seria preciso enviar um

projeto abrangente, que desse isonomia de tratamento aos servidores. É

assustadora  a   atitude  do  IPSM  de  concordar  com  a  redução  da

arrecadação mensal",  completou. Para  o ex-comandante  da PMMG,  Jair

Dias, que  foi presidente  do Conselho  Administrativo da  autarquia à

época  de   sua  criação,   o  projeto  é  inconstitucional.  "Não  há

embasamento técnico  constitucional que prove a necessidade de reduzir

o montante  de contribuição de 30% para 28%. Seria preciso inserir uma

emenda aumentando  a contribuição do Executivo para 22%, neste caso. É

preciso que  propostas de  mudança sejam pautadas pelo plano atuarial,

previsto na Constituição", finaliza.

     Participaram da  reunião  os  deputados  Hely  Tarqüínio  (PSDB),

Sebastião Navarro  Vieira (PFL),  Péricles  Ferreira  (PSDB),  Roberto

Amaral  (PSDB),   Antônio  Robeirto  (PMDB),  Leonídio  Bouças  (PFL),

Sebastião Costa (PFL), Gilmar Machado (PT) e Arnaldo Penna (PSDB).

Responsável pela informação: Fabiana Oliveira - GCS - 031-2907800