Contratos administrativos são questionados em Comissão
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) mantém nos seus quadros cerca de 4 mil funcionários através ...
19/06/1997 - 02:13Contratos administrativos são questionados em Comissão
A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) mantém nos seus quadros cerca de 4 mil funcionários através de contratos administrativos, sendo que 80% deles na função de Auxiliar de Enfermagem. Ontem, na Comissão de Administração Pública, esse instrumento de contratação foi questionado pelos servidores da Fundação, que, mesmo reconhecendo a iniciativa do atual governo, de aperfeiçoá-lo, defendem o seu uso restrito, apenas nos casos de necessidade inadiável. O representante do Executivo, Orville Kupidlowsky reconheceu as imperfeições desse tipo de contrato, mas argumentou que, enquanto a reforma administrativa do Estado e do próprio governo federal não forem definidas, não é conveniente alterá-lo, pois estas serão a referência para qualquer aperfeiçoamento deste instrumento administrativo. Ele ponderou ainda que, neste governo, os contratos administrativos foram melhorados, garantindo aos trabalhadores os direitos de férias, 13º salário, licença maternidade e licença médica, que anteriormente não tinha acesso. O superintendente da Fhemig, Guilherme Riccio, também defendeu a manutenção dos contratos administrativos, até o momento apropriado para sua mudança, pois são eles que estão viabilizando a manutenção do atendimento com qualidade nas 23 unidades hospitalares da Fundação. "Os problemas de financiamento e da tabela de honorários do sistema de Saúde tem levado os hospitais privados a restringir o atendimento a pacientes do SUS, sobrecarregando os hospitais públicos. Assim, por pressão da sociedade, tivemos de ampliar em 74% o número de leitos oferecidos pela Fhemig e como atender a essa demanda, se não pudermos contar com esse instrumento ágil de contratação?" - indagou Guilherme Riccio. As lideranças dos servidores questionam, no entanto, que a legislação que regulamentou o contrato administrativo estabeleceu o prazo de seis meses para sua vigência, com a possibilidade de renovação por apenas mais um período. "E, no entanto - observou o representantes dos funcionários contratados, Marcelino Jonas dos Santos - na Fhemig temos um grande número de trabalhadores com contratos que já duram até 4 anos". Marcelino Santos ponderou ainda que alguns funcionários contratados já prestaram concurso público, mas não foram efetivados. E a regularização da situação desses servidores é uma das reivindicações que estão encaminhando ao governo. A reunião foi presidida pelo deputado Ajalmar Silva (PSDB), vice-presidente da Comissão que irá agorá consolidar as informações fornecidas pelos dois lados e, posteriormente, analisar a necessidade de nova reunião para aprofundar o debate e propor soluções para essa situação. O deputado Anderson Adauto (PMDB), autor do requerimento que deu origem à reunião, também esteve presente, mas não acompanhou os trabalhos por estar envolvido nas negociações em torno do PL 1255/97, do Executivo, que trata da política salarial do funcionalismo e que está em tramitação de urgência na Casa. Ele se desculpou perante os convidados e sugeriu nova reunião para tratar do assunto.
Responsável pela informação: Patricia Duarte - GCS - 031-2907800