Proprietário da Sorth Consultoria presta depoimento
O proprietário da Sorth Consultoria, George Augusto Siqueira Góes, que prestou depoimento...
29/05/1997 - 02:10Fabiana Oliveira - GCS - 031-2907800 O proprietário da Sorth Consultoria, George Augusto Siqueira Góes, que prestou depoimento na noite desta terça-feira (27) aos corregedores da Assembléia, negou o envolvimento de sua empresa no esquema de corrupção denunciado pelo deputado Raul Lima Neto (PPB). Afirmou, ainda, que não faz lobby para liberar recursos para Prefeituras mineiras junto aos órgãos federais. "Desconheço o que está se passando aqui", afirmou, referindo-se às denúncias, ressaltando que a liberação de projetos para obras com recursos do Programa Comunidade Solidária não depende da assinatura de deputados. Atualmente 101 municípios mineiros, principalmente no Norte e Nordeste, fazem parte do Programa. A Sorth - cuja sede é em Brasília - tem filiais em Goiânia (GO) e abriu, há 20 dias, a filial de Belo Horizonte (MG). O depoente, que compareceu espontaneamente à Assembléia, explicou como a empresa de consultoria realiza o trabalho junto às Prefeituras. Os relações-públicas da Sorth, Francisco José Severo e Wanderley Marques do Carmo, procuram as Prefeituras e oferecem projetos técnicos de engenharia, executados pelo engenheiro da empresa, Paulo Rattis - o único com vínculo empregatício. O pagamento desses relações-públicas, segundo Góes, é condicionado ao número de prefeitos que trazem para a empresa. Eles recebem comissões de 10% do valor cobrado pela elaboração do projeto. "Todo o estardalhaço foi em cima desta comissão. Ela foi interpretada como comissão paga a parlamentares. Foi tudo uma confusão", alegou. Segundo George Góes, o trabalho da Sorth Consultoria se encerra na finalização do projeto - que é remetido ao governo federal pela própria Sorth. Se houver problemas na elaboração do projeto, a Prefeitura é comunicada e avisa a empresa de consultoria. A firma tem o direito, por lei, de cobrar até 3% do valor do projeto. "Sabemos, no entanto, que muitas Prefeituras têm problemas financeiros e não podem pagar os valores. Por esse motivo, trabalhamos com valores fixos, dependendo da complexidade do projeto", alegou. O preço mínimo cobrado, atualmente, é de R$ 2 mil. O proprietário da Sorth Consultoria negou, ainda, a possibilidade de superfaturamento de obras. "Isso é impossível, pois o Tribunal de Contas da União e o governo federal fornecem uma tabela de preços por metro quadrado e, caso as Prefeituras não a sigam, suas contas não são aprovadas", alegou. Indagado se foram liberados recursos federais para Prefeituras mineiras, a partir de projetos executados pela Sorth, George Góes citou o caso de Três Pontas. A firma prestou em 1996 consultoria, da sede em Brasília, para o município. Foram liberados mais de R$ 500 mil para casas populares, mas os recursos eram orçamentários e o parlamentar responsável pela indicação das obras foi o deputado Antônio Aureliano Sanches de Mendonça. George Góes negou qualquer "participação peculiar" do parlamentar no processo e garantiu que esse tipo de obra é a mais fiscalizada. "A Caixa Econômica Federal monitora tudo do início ao fim e o repasse de recursos obedece ao cronograma da obra".
Responsável pela informação: Proprietário da Sorth Consultoria presta depoimento