Documento de Forúm sobre Seguridade não tem consenso de
Fabiola Farage - GCS - 031-2907800 Não apenas um, mas dois documentos foram entregues ao presidente da Assembléia, de...
22/05/1997 - 02:10Documento de Forúm sobre Seguridade não tem consenso de
Fabiola Farage - GCS - 031-2907800 Não apenas um, mas dois documentos foram entregues ao presidente da Assembléia, deputado Romeu Queiroz, por integrantes da Comissão Técnica de Trabalho nomeada no Fórum Técnico sobre Seguridade Social do Servidor Público, promovido em março. A Comissão, encarregada de estudar, discutir e aprimorar o documento final do Fórum, não chegou a consenso sobre alguns pontos e, por isso, representantes dos servidores dos Tribunais de Alçada e de Justiça, da Assembléia Legislativa e do Tribunal de Contas encaminharam também um relatório destacando os pontos divergentes e consensuais com os representantes dos servidores do Executivo. O presidente da Assembléia disse que vai encaminhar os dois documentos ao Governo do Estado, que está preparando um projeto que será enviado para a Assembléia, tratando da previdência dos servidores. Ele ressaltou, ainda, que as propostas serão levados em consideração pelos deputados quando analisarem o assunto e convocou os segmentos interessados a participarem das discussões e apresentarem contribuições na fase de debates das Comissões Técnicas. O presidente da Coordenação Sindical, Renato Barros, argumentou que o documento entregue por ele era o aprovado pelo Fórum Técnico. A diretora do Sindicato dos Servidores da Justiça de 2ª Instância (Sinjus), Edilane das Graças Andrade, rebateu dizendo que o relatório de convergências e divergências havia sido elaborado por cinco representantes de servidores, a metade dos membros da Comissão de Trabalho nomeada durante o Fórum Técnico, e que, por isso, também tem legitimidade incontestável. Para o presidente do Sind-UTE, José Augusto Braga, "o documento foi uma surpresa desagradável, de traição e de falta de compromisso com o funcionalismo". Divergências - Segundo a diretora do Sinjus, o relatório surgiu, entre outros fatores, porque não houve tempo suficiente, durante o Fórum, para analisar mais profundamente o anteprojeto encaminhado pelos representantes do Executivo. Devido à falta de consenso durante o Fórum foi formada a Comissão para aprimorar o documento final. Os representantes do Tribunal de Alçada, Cleonice Amorim de Paula; do Tribunal de Contas, Rodrigo Neuenschwander; da Associação dos Servidores Aposentados da Alemg, Eliana de Barros Ribeiro de Oliveira; e dos servidores da Assembléia, Luiz de Jesus, também assinam o relatório. A principal divergência entre os dois grupos refere-se à proposta de transferência, para o Ipsemg, da gestão de recursos e pagamento de aposentadorias - hoje responsabilidade do Tesouro do Estado. Para o presidente da Associação dos Contribuintes do Ipsemg, Moisés Melo, o Ipsmeg é o único órgão do governo com estrutura e capacidade para gerir o fundo de aposentadoria, previsto em lei. Já os representantes dos servidores dos Tribunais e do Legislativo alegam que o cálculo atuarial utilizado como base do anteprojeto tem problemas estruturais. O primeiro deles é ter se baseado em cadastro dos servidores do Executivo, realizado em outubro de 1993, desconsiderando servidores de outros poderes, o Plano de Demissão Voluntária (PDV) e a reestruturação de cargos e reajuste de salários que ocorreram em diversos órgãos e entidades. Outra divergência é sobre a inclusão, nos cálculos atuariais, da contribuição para aposentadoria, de 3.5%, por parte de inativos e ativos. Segundo a diretora do Sinjus, a contribuição ainda está sub- júdice, não sendo prudente, portanto, contar com esses recursos para o custeio de aposentadorias. Edilaine Andrade acredita que essa contribuição representa uma mudança de regras no contrato de trabalho entre servidores e Estado, sem uma contrapartida do empregador. "Não temos, por exemplo, direito ao FGTS", lembra. Pontos comuns - O relatório ressalta, como ponto de consenso, a recuperação do Ipsemg, desde que a instituição "não seja colocada acima do servidor para o qual ela foi criada e em função do qual ela existe". É ponto comum a instalação da CPI para apurar irregularidades gerenciais e desvios de recursos do Instituto, além da gestão paritária do Ipsemg. Há consenso sobre o pagamento da dívida do Estado para com o Ipsemg, mas os representantes dos Tribunais e da Assembléia consideraram muito longo o prazo estipulado no anteprojeto aprovado no Fórum Técnico - que seria de 40 a 60 anos. Vêem com cautela a celebração de convênios do Ipsemg com as prefeituras municipais, devido à falta de contrapartida dos municípios, às voltas com dificuldades financeiras. Representantes pedem novo interlocutor para negociações salariais Os representantes de servidores do Executivo pediram a intervenção do presidente da Assembléia Legislativa, deputado Romeu Queiroz, para que o governador do Estado nomeie um novo interlocutor para negociar planos de cargos e salários. Eles disseram que as negociações com o secretário de Estado de Recursos Humanos e Administração, Cláudio Mourão, estão muito lentas. O deputado Gilmar Machado (PT) informou que, segundo o líder do governo na Assembléia, deputado Péricles de Souza (PSDB), o governo deverá definir, ainda nesta semana, a data para encontro com os servidores.
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