UEMG enfrenta problemas de financiamento para suas atividades

Apesar de ser a segunda economia do país, Minas Gerais ocupa o distante 15º lugar entre os estados que mais investem ...

22/05/1997 - 02:10

UEMG enfrenta problemas de financiamento para suas atividades




     Apesar de  ser a  segunda economia  do país, Minas Gerais ocupa o

distante 15º  lugar entre  os estados  que  mais  investem  em  ensino

superior. Ficou  atrás de  São Paulo,  Rio de  Janeiro, Paraná, Bahia,

Maranhão, Paraíba  e Pará,  onde as  universidades  estaduais  recebem

investimentos superiores aos da Universidade do Estado de Minas Gerais

(UEMG). Este  foi um dos dados que o reitor da UEMG, professor Aluísio

Pimenta, apresentou  ontem aos membros da Comissão de Educação, que se

reuniram para  discutir a  situação  e  perspectivas  da  universidade

estadual.

     Mesmo reconhecendo os avanços já alcançados nestes últimos anos e

a boa  disposição do  governo estadual  em aumentar seus investimentos

neste setor, Aluísio Pimenta defendeu a necessidade urgente de maiores

verbas para  viabilizar o  ensino público  superior no  Estado. Cobrou

também o  maior envolvimento  da  sociedade  mineira,  que  ainda  não

percebeu a  importância da  UEMG, relatando experiências bem sucedidas

nos municípios onde a comunidade local participa.


     O reitor  da UEMG,  de fala  mansa e  ponderada, não  perdoou nem

mesmo os deputados que compõem a Comissão de Educação, questionando-os

pelo corte  de R$ 1,6 milhão, que estava destinado à UEMG no orçamento

de 1997.  Ele criticou ainda à Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que não

estimula a  criação de  um projeto de educação estadual. "Temos de ter

uma visão  nacional, sem  dúvida -  ponderou ele - mas o Estado tem de

ter autonomia e responsabilidade sobre o seu projeto educacional".


     Secretaria  investiu   mais  no   ensino  superior   em  97  -  A

representante da  Secretaria de  Estado da  Educação,  Eliane  Novais,

justificou  a   posição  de  Minas  no  ranking  de  investimento  das

universidades   estaduais,   ponderando   que   o   Estado   tem   uma

característica muito particular. A maior parcela de seus recursos está

comprometida com  o ensino  fundamental. A escola pública responde por



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           ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS|
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              ASSUNTO                EDITORIA DE   DATA  AUTOR  LAUDA|                                  |             |      |     |
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 mento para manter suas atividades|                                  |             |      |     |
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90% das matrículas do ensino infantil, fundamental e médio e o Estado,

sozinho, atende 75% dessa demanda.


     Eliane Novais  argumentou ainda  que o Estado está aumentando seu

investimento no  ensino superior.  Em 1996,  das verbas  destinadas  à

Secretaria da  Educação, 1% era destinado ao ensino superior, excluído

o pagamento  de inativos  e, em 1997, esse percentual cresceu para 2%,

num movimento  inverso ao  do orçamento  da  própria  secretaria,  que

diminuiu de um ano para outro em quase R$ 100 milhões.


     Para a  representante da  Secretaria da  Educação,  o  quadro  de

escassez de  recursos públicos para investimento deverá continuar, mas

as verbas  para o  ensino superior  poderão aumentar  se os municípios

implementarem a Emenda Constitucional nº 14, que amplia a participação

dos municípios  no ensino  fundamental. "Estimamos que essa divisão de

responsabilidades  poderia   liberar  até   R$  130   milhões  para  a

Secretaria, já a partir do próximo ano" - disse ela.

     Os  representantes   dos  estudantes   e  do   corpo  docente  da

universidade estadual também participaram do debate e cobraram o maior

compromisso do  poder público  para a consolidação da UEMG, defendendo

ainda a  gratuidade do  ensino público em todos os níveis e mecanismos

decisórios mais democráticos.

     Deputado quer  traçar radiografia  da UEMG  - O deputado Anderson

Adauto (PMDB),  um dos  autores do requerimento solicitando a reunião,

encaminhou uma  série de  questões  ao  reitor  da  UEMG,  para  serem

respondidas  por   escrito.  O   documento  gerado   a  partir  desses

questionamentos  irá  subsidiar  as  próximas  ações  da  Comissão  de

Educação, presidida pelo deputado José Maria Barros (PSDB). N

     Com suas  perguntas, o  deputado pretende  identificar as maiores

carências da  universidade estadual,  os obstáculos que dificultam sua

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           ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MINAS GERAIS|
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              ASSUNTO                EDITORIA DE   DATA  AUTOR  LAUDA|                                  |             |      |     |
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plena implantação  e a  possível necessidade  de mudança da legislação

que criou a UEMG, adaptando-a a um novo modelo de universidade.

     Anderson Adauto  respondeu ainda às críticas do professor Aluísio

Pimenta à  Comissão de  Educação, afirmando  que  se  houve  corte  no

orçamento foi  porque o  próprio governo  quis assim.  "O  relator  do

orçamento de  97 foi  fiel às  pretensões do  governador - disse ele -

que, se  deu com  uma mão,  tomou com  outra, num  jogo político que o

senhor não percebeu" - denunciou Anderson Adauto.

     Comissão estudará  parcerias com  a UEMG  - Os  deputados  Gilmar

Machado e Adelmo Carneiro Leão, os dois do PT, propuseram uma parceria

da Assembléia Legislativa e da Comissão de Educação com a UEMG em dois

eventos. O  primeiro teria  a duração  de três  dias, com exposição de

trabalhos acadêmicos,  desenvolvidos nas unidades da UEMG e painéis de

discussão sobre  os problemas  da universidade  estadual.  O  segundo,

permanente, criaria um fórum, no âmbito da Comissão, para discussão do

ensino superior no Estado.

     Participaram ainda da reunião os deputados, José Henrique (PMDB),

Sebastião Navarro  Vieira (PFL),  Carlos Pimenta  (PL) e  Marco  Régis

(PPS).

Responsável pela informação: Patricia Duarte - GCS - 031-2907800