Defesa do Consumidor debate preços cobrada na Rodoviária de BH
Representantes da Administração do Terminal Rodoviário de Belo Horizonte (Adter) e do Departamento Estadual de Estrad...
14/05/1997 - 02:11Defesa do Consumidor debate preços cobrada na Rodoviária de BH
Representantes da Administração do Terminal Rodoviário de Belo Horizonte (Adter) e do Departamento Estadual de Estradas de Rodagem (DER) participaram, nesta terça-feira, de reunião da Comissão de Defesa do Consumidor, presidida pelo deputado Geraldo Nascimento (PT). A reunião foi pedida pelo deputado Antônio Andrade (PMDB), para discutir a administração do Terminal Rodoviário e a cobrança de taxas de embarque, estacionamento, utilização de banheiros e sanitários etc. O deputado disse que tentou, sem sucesso, obter uma cópia do contrato ded concessão firmado entre o DER e a ADTER. O Superintendente da ADTER foi representado pelo advogado da empresa, João Henrique Café Souza Novaes. O Diretor-Geral do DER foi representado por Lindemberg Ribeiro Garcia. As informações por eles prestadas não agradaram aos deputados e Antônio Andrade pediu a realização de nova reunião, com as informações solicitadas em requerimento pelo deputado Marcos Helênio (PT). Helênio pediu informações sobre número de pagantes das taxas de embarque, de uso dos banheiros e sanitários, malex, estacionamento e outros serviçõs sejam enviadas, por escrito, à Comissão, bem como os valores de aluguel das lojas do terminal rodoviário. O representante da ADTER discorreu sobre a falta de banheiros públicos no centro de Belo Horizonte, que faz com que a Rodoviária tenha grande afluxo de pessoas, e disse que a taxa cobrada pelo estacionamento está abaixo da média cobrada no centro da cidade. Disse também que a taxa de embarque, de no máximo R$ 0,58, é das mais baratas do país. O representante do DER acrescentou que o usuário do terminal é de baixo poder aquisitivo. Disse também que 25% dos usuários da rodoviária são isentos do pagamento da tarifa de embarque. O deputado Marcos Helênio disse que, toda vez que Adter e DER são chamados a prestar informações à Assembléia, ele não consegue perceber até onde vai o interesse do órgão público e o da empresa privada. "Há um conluio entre o DER e a Adter", disse o parlamentar, acrescentando que o discurso do representante do DER tinha a intenção de fazer crer que as tarifas pagas na rodoviária estão defasadas e que deviam ser aumentadas. Ele disse que há inúmeras irregularidas, já constatadas numa CPI, no contrato que deu a exploração dos serviços à Adter e que o governo se cumplicia com a empresa para prejudicar o usuário da rodoviária. Marcos Helênio chegou a se irritar quando o advogado da Adter disse que a empresa sempre pautou pela transparência de atos. Ele disse que não acredita que qualquer ação da Assembléia possa resultar mudança na gestão do terminal rodoviário, "pois há um lobby fortíssimo aqui, que impede a Assembléia de agir". Ele disse que só uma ação criminal, movida pelo Ministério Público, poderá resolver o problema das irregularidades da Adter. O deputado Ivair Nogueira (PDT) consideru a tarifa de embarque muito cara e defendeu a abertura de processo de licitação para a exploração do terminal, já que o contrato está vencido. Números - As informações prestadas pelo representante do DER sobre as parcelas pagas pela Adter ao DER, R$ 43.315,00 em janeiro, R$ 39.815,00 em fevereiro, e R$ 31.828,00 em marco, que significam 7% do faturamento bruto da empresa deixaram os deputados mais insatisfeitos. Cálculos feitos por Marcos Helênio, Antônio Andrade e Ambrósio Pinto (PSDB) mostravam que, com a circulação mensal de carca de 750 mil usuários no terminal, esses valores representariam cerca de 7% apenas da taxa de embarque. A falta de clareza nos dados apresentados levou o deputado Antônio Andrade a solicitar a realização de outra reunião, já que o advogado da Adter, sabia dizer o valor do faturamento total da empresa. O deputado Ronaldo Vasconcellos (PL) protestou contra o preço da taxa de uso do sanitário na rodoviária de Mariana, cobrada a R$ 1,00. O representante do DER respondeu que esse custo é determinado pela prefeitura local e que isso demonstra que o preço cobrado em Belo Horizonte (R$ 0,40, pelo uso do sanitário) é barato. A Comissão aprovou, ainda, requerimento do deputado Geraldo Nascimento, que convida os gerentes de agências do Banco do Brasil, Bemge e Caixa Econômica Federal, para discutir, na Comissão, o atendimento ao público e a oferta de serviços bancários. Outro requerimento do mesmo deputado pede a realização de reunião para debater a municipalização da proteção ao consumidor em Itabira, com a presença de autoridades locais.
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