Com. de Agropecuária discute a realização do Mercovale
A Comissão de Agropecuária e Política Rural da Assembléia promoveu, ontem (07/05), audiência pública para discutir a ...
08/05/1997 - 06:10Com. de Agropecuária discute a realização do Mercovale
A Comissão de Agropecuária e Política Rural da Assembléia promoveu, ontem (07/05), audiência pública para discutir a realização do Mercovale, um evento de negócios que vai acontecer em Montes Claros, de 26 a 31 de maio. Foram convidados o supervisor da Codevasf em Montes Claros, Luiz Antônio Passos Curado, e o diretor da Secretaria da Agricultura, Marcos Garcia Jansen. A deputada Elbe Brandão (PSDB) e o deputado Roberto Amaral (PSDB), autores dos requerimentos que deram origem à reunião, destacaram a importância desta oportunidade para avaliar o modelo de desenvolvimento do Norte de Minas. Segundo a deputada Elbe Brandão (PSDB) é preciso discutir os "problemas pontuais" da região e preparar os instrumentos necessários para inserir o Norte de Minas no processo de globalização da economia. Já o deputado Roberto Amaral (PSDB) fez um histórico da atuação da Codevasf e dos projetos que estão em expansão naquela região, com destaque para a imensa área irrigada do Jaíba. Mercovale será um encontro de negócios O representante da Secretaria da Agricultura, Marcos Garcia Jansen, esclareceu que o Mercovale foi realizado pela primeira vez na cidade de Petrolina, há um ano, com grande sucesso. A segunda versão, disse ele, será uma oportunidade para que os produtores de Montes Claros e toda a área vizinha possam mostrar as potencialidades da região, tendo em vista o caráter internacional do acontecimento. Marcos Garcia comparou o evento ao Encontro das Américas e disse que, em termos de resultados para a região, poderá ser ainda mais importante no curto e médio prazos. Citou entre os temas escolhidos para seminários e "workshops" a hidrovia do rio São Francisco; o turismo; os recursos minerais; fontes alternativas de energia; fruticultura e agroindústria; as oportunidades de investimento em Montes Claros e no Norte de Minas; e a bovinocultura. O supervisor da Codevasf, Luiz Antônio Curado, disse que o Mercovale é o momento oportuno para "levar a região para fora do país". Segundo ele, o Norte de Minas vive a expectativa de uma explosão produtiva, com o incremento das atividades agroindustriais e por possuir o maior projeto de irrigação da América Latina. Alertou, porém, para a importância da participação da sociedade e do setor produtivo, "mostrando o que têm para atrair os investimentos das grandes empresas". Evento mostra potencial e fragilidade da região O deputado Carlos Pimenta (PL), que representou o prefeito de Montes Claros, Jairo Ataíde, elogiou a iniciativa da Comissão ao promover a audiência pública, considerando ser missão da Assembléia chamar atenção para os efeitos de eventos como este no desenvolvimento do Norte de Minas. Carlos Pimenta descreveu os problemas mais comuns daquela comunidade e disse que, além de ser uma oportunidade para divulgar as potencialidades da região, deve ser um momento de reflexão sobre às suas fragilidades, no que diz respeito, principalmente, à presença do Estado. O deputado Wilson Pires voltou sua preocupação para as regiões dos vales do Jequitinhonha e do Mucuri, sugerindo que se estendam os mesmos esforços de desenvolvimento para o Nordeste do Estado, "que divide a parceria de miséria e injustiças com o Norte de Minas". A reunião foi presidida pelo deputado Paulo Piau (PFL) e teve a presença também da supervisora da Codevasf em Belo Horizonte, Maria de Fátima Bessa Martinez; do vereador em Janaúba, Antônio Marcelo Miranda; e do vereador em Verdilândia, Carlos Evangelista Martins Rocha. Sindicato reclama de cota de exportação Antes de ser iniciada a audiência pública da Comissão de Agropecuária, o presidente da Comissão, deputado Paulo Piau (PFL), concedeu a palavra, extra-pauta, ao diretor do Sindicato do Açúcar e do Álcool de Minas Gerais, Luiz Custódio Cotta Martins. O representante dos produtores recorreu à Assembléia para reclamar das medidas adotadas pelo governo neste setor, que, segundo ele, vêm causando graves prejuízos aos produtores mineiros. Luiz Custódio contou que, desde o ano passado, o Ministério da Indústria e Comércio reduziu as cotas de exportação de açúcar do Estado, mesmo diante dos consecutivos aumentos de produção que o Estado vem apresentando. Esclareceu que o governo exerce controle sobre o setor, estabelecendo no plano de safra qual será a produção de álcool para abastecer o mercado interno, qual será a produção de açúcar e quanto poderá ser exportado a partir do excedente. Segundo o líder dos produtores, além de prejudicar o Estado com a fixação de uma alíquota de 18% de IPI para o produto, contra 9% cobrado do Espírito Santo e do Rio de Janeiro e total isenção para os Estados do Nordeste, o Ministério ainda reduziu as cotas de exportação a que os produtores mineiros tinham direito. A expectativa para o plano de safra de 97/98 era de que a decisão do governo fosse revertida, mas os limites foram mantidos. Luiz Custódio explicou que a medida acarreta prejuízos financeiros e de imagem para as empresas produtoras, que serão obrigadas a cancelar os contratos de exportação. Ele pediu apoio aos deputados para convencer o governo das injustiças que estão sendo cometidas contra os produtores mineiros. A Comissão de Agropecuária e Política Rural aprovou requerimento solicitando ao governador que interceda junto ao Ministério da Indústria e Comércio. Taquigrafia eletrônica é testada durante a reunião Durante a reunião da Comissão de Agropecuária e Política Rural, a assessoria da Assembléia testou, pela primeira vez, um equipamento eletrônico para registro das falas. O método, denominado "estenotipia" consiste num teclado com símbolos semelhantes aos que são usados pelos taquígrafos. O aparelho possui um "dicionário" que traduz os registros para o computador, em forma de texto. Segundo o assessor de Planejamento Estratégico da Assembléia, Luiz Valadares de Abreu, os testes fazem parte da política da Casa de estar sempre atenta às soluções que possam racionalizar os trabalhos e promover o melhor aproveitamento da mão-de-obra. Segundo ele, o aparelho é muito usado no exterior. No Brasil, a estenotipia já vem sendo utilizada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e começa a ser implantada em outros órgãos públicos.
Responsável pela informação: Rodrigo Lucena - GCS - 031-2907800