Com.de Agropecuária forma grupo para estudar taxa do IMA
A Comissão de Agropecuária e Política Rural da Assembléia decidiu formar um grupo, com representantes do Instituto Mi...
23/04/1997 - 10:00Com.de Agropecuária forma grupo para estudar taxa do IMA
A Comissão de Agropecuária e Política Rural da Assembléia decidiu formar um grupo, com representantes do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e de produtores e empresários rurais, para estudar a possibilidade de reduzir a taxa cobrada pelo governo para emitir o certificado de vacinação, documento necessário para fazer o transporte de animais no Estado. Esta foi a principal decisão da reunião de ontem da Comissão, com a participação de membros do IMA, da Faemg e da Avimig, realizada a requerimento do deputado Hely Tarqüínio (PSDB). Durante a reunião, o diretor da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg), Marcos Abreu, louvou o esforço do Estado para garantir uma melhoria contínua do rebanho. Disse, porém, que há uma insatisfação geral em relação ao custo do certificado de vacinação, que se transformou em "instrumento inibidor do controle sanitário". Segundo Abreu, a taxa prevista em lei estadual veio se modificando ao longo dos anos até chegar a um nível de "irrazoabilidade", prejudicando este trabalho. Ainda segundo o representante dos empresários rurais, a cobrança de uma taxa se justifica como uma forma de compensação dada pelo contribuinte à atuação do Estado. Disse, porém, que da forma como a taxa está sendo cobrada não se caracteriza a prestação de serviço. Isto porque em vez de cobrar pela emissão da guia, independentemente do número de animais, o Estado está cobrando por cada animal transportado. Ele citou os exemplos de São Paulo e Rio de Janeiro, onde a emissão desta guia é gratuita. Citou, ainda, os Estados de Goiás, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo e Bahia, onde os valores são bem inferiores em relação aos que são cobrados em Minas Gerais. Na mesma linha de crítica à cobrança feita pelo IMA, mas referindo-se à taxa de abate dos produtos, o presidente da Avimig, Avelino Costa, lembrou que as empresas avícolas estão sobretaxadas e vivendo uma situação de grave crise. Segundo ele, o setor não tem incentivo e, no caso das empresas federalizadas, são obrigadas a pagar duplamente os impostos por fiscalização. A superintendente da entidade, Marília Martha Ferreira, acrescentou que, se for elaborado um cálculo proporcional ao peso das aves, em relação ao boi, os avicultores estão pagando 75% a mais. Taxas são fonte de renda do IMA O diretor do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Marcos Araújo Reis, esclareceu aos representantes dos produtores rurais que as taxas cobradas pelo IMA é que permitem que o órgão desenvolva suas atividades com recursos próprios, sem depender do tesouro do Estado. Segundo ele, o governo tem uma preocupação especial com a questão sanitária, inclusive pela possibilidade de ampliação do mercado externo. Segundo Marcos Reis, o órgão desenvolve vários programas como o de erradicação da febre aftosa e de combate à raiva. Com isto, assegurou, vem conseguindo resultados significativos. Ele citou a inexistência, há cerca de um ano, de qualquer foco de aftose em Minas Gerais. Sobre o Programa de Inspeção e Fiscalização de Produtos de Origem Animal, o técnico Geraldo Magela Barcelos Martins, também representando o IMA, disse que os preços cobrados foram calculados a partir de valores de equivalência da época em que o programa foi criado. Acrescentou que o IMA se coloca à disposição para levar a reivindicação dos produtores avícolas à Câmara Setorial, para discutir a questão das taxas e da tributação. Segundo Geraldo Magela, a criação do programa, que aumenta a fiscalização sobre o setor, inibe a criação de produtores clandestinos, abrindo mercado para aqueles que oferecem ao consumidor sanidade assegurada e garantia de qualidade. Disse ainda que as taxas são cobradas das empresas que mantêm a comercialização entre municípios do Estado e que aquelas sob inspeção federal não são duplamente inspecionadas. Deputado propõe projeto para setor agrícola Ao final dos debates, o deputado Roberto Amaral (PSDB) falou da importância da reunião pelo desafio que coloca, em função da necessidade de atender o produtor sem desguarnecer os órgãos estaduais, que cumprem suas funções. Já o deputado Adelmo Carneiro Leão (PT) propôs estudos com vistas à elaboração de um projeto para os setores agrícola e agrário. Segundo ele, a agricultura vem sendo um dos sustentáculos do Plano Real e, se o governo pretende manter o plano, deve discutir a questão com maior profundidade. Ainda segundo o deputado, o projeto deve contemplar a situação dos trabalhadores rurais, "para que o campo possa acolher de maneira digna os cidadãos". Também falou o deputado Luiz Fernando Ramos Faria (PPB), destacando a importância da criação de uma política de incentivos para a pecuária leiteira, nos moldes do que fazem outros países, para que o Brasil ganhe competitividade, tendo em vista o Mercosul e a formação de novos blocos econômicos. A deputada Elbe Brandão (PSDB) falou sobre as condições deterioradas do indivíduo que vive no campo e o deputado Antônio Roberto (PMDB) questionou a prontidão do IMA no atendimento aos focos de raiva no Estado. Participaram ainda da reunião os deputados Paulo Piau (PFL), presidente; Olinto Godinho (PL), Maria José Haueisen (PT) e Hely Tarqüínio (PSDB). Deputada convida produtores de leite para audiência Na mesma reunião da Comissão de Agropecuária e Política Rural, foi aprovado requerimento da deputada Maria José Haueisen convidando diversos representantes de sindicatos e de produtores de leite para discutir a comercialização do produto. Segundo a deputada, a maneira como as cooperativas trabalham, determinando preços diferenciados, prejudica os pequenos produtores.
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