CPI dos Presídios visita penitenciária de segurança máxima
Denúncias de tortura, falta de atendimento médico, superlotação e condições sub-humanas nas delegacias foram os princ...
24/04/1997 - 02:10CPI dos Presídios visita penitenciária de segurança máxima
Denúncias de tortura, falta de atendimento médico, superlotação e condições sub-humanas nas delegacias foram os principais problemas constatados, nesta terça-feira (22), pelos deputados integrantes da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga o sistema penitenciário em Minas. O presidente e o vice da Comissão, deputados João Leite (PSDB) e Durval Ângelo (PT), e o relator, deputado Ivair Nogueira (PDT), visitaram a Penitenciária de Segurança Máxima de Contagem; a Delegacia de Repressão a Crimes contra Mulheres e o 3º Distrito Policial de Contagem. Na penitenciária de segurança máxima, os parlamentares colheram depoimentos de oito presos, a portas fechadas, que denunciaram a existência de uma sala de torturas - identificada por meio das descrições. Inicialmente os internos não queriam falar, com medo de represálias. O diretor da penitenciária, major Marcelo Álvaro Assis de Toledo, negou a tortura no local. Familiares dos presos também deverão ser ouvidos para tentar identificar os responsáveis. Inaugurada em maio de 1988, a Penitenciária de Segurança Máxima de Contagem possui 12 pavilhões e tem capacidade para abrigar 727 presos. Apenas seis pavilhões estão, no entanto, funcionando, com 371 detentos. Os outros seis estão em obras. Fuga - À tarde, os parlamentares visitaram a Delegacia de Repressão a Crimes contra Mulheres e o 3º Distrito Policial - ambos em Contagem. A escolha da primeira delegacia foi motivada por fuga de nove presos do local, no último sábado (20). A delegada Márcia Soares Nepomuceno não soube explicar o motivo da fuga, alegando que não estava de plantão naquela data. As três celas do lugar não têm ventilação e são escuras. No 3º Distrito, por outro lado, os deputados encontraram 18 presos em quatro celas, quando o normal seria a proporção de um detento por cela. Além disso, vários já foram condenados e deveriam ter sido transferidos, há meses, para penitenciárias, mas permanecem no Distrito Policial. Também participaram das visitas desta terça-feira os promotores da Vara de Execuções Criminais de Belo Horizonte, Gilvan Franco e Cláudia Spranger; além do representante do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Fábio Santos. i
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