Plantio no cerrado é discutido em reunião conj. na Alemg
O plantio direto - sistema em que o solo agrícola é revolvido o mínimo possível - já está sendo utilizado por produto...
17/04/1997 - 02:10Plantio no cerrado é discutido em reunião conj. na Alemg
O plantio direto - sistema em que o solo agrícola é revolvido o
mínimo possível - já está sendo utilizado por produtores em 1,5 milhão
de hectares no Brasil. Esta foi uma das colocações feitas por
especialistas, nesta quarta-feira, durante reunião conjunta das
comissões de Meio Ambiente e de Agropecuária e Política Rural,
convocada a partir de requerimento do deputado Paulo Piau (PFL) para
discutir o plantio no cerrado. Os trabalhos foram presididos pelo
deputado Raul Lima Neto (PPB).
O presidente da Associação de Plantio Direto no Cerrado, Helvécio
Mattana Saturnino, disse que dos 4,5 milhões de hectares plantados no
sistema conversacionista no País, 1,5 milhão já utilizam o sistema de
plantio direto. Esse tipo de plantio é diferente do sistema
convencional, que revolve a terra e causa, muitas vezes, a degradação
ambiental.
Helvécio Mattana afirmou que este novo sitema pode ser uma
alternativa para o cerrado, pois a cultura é feita em cima da palhada,
que é a mata queimada com herbicida, na maioria das vezes, que permite
a proteção do solo e melhor produtividade.
Economias - O presidente da entidade ainda disse que a utilização
do sistema de plantio direto, que vem sendo desenvolvido há 25 anos,
permite economia na agricultura. Segundo ele, o sistema aumenta em 25%
a utilização de motor e 50% as horas de uso de pneus, além de melhorar
a química do solo, propiciar maior índice de safrinha e de tempo de
para gerenciamento.
Já José Carlos Cruz, representante do chefe da Unidade Nacional
de Pesquisa do Milho e Sorgo da Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa), Antônio Fernandino de Castro Bahia Filho,
chamou a atenção para a importância do sistema de plantio direto "no
momento em que se fala de agricultura sustentável". Ele ressaltou que
com este sistema se pode ter uma produção de alimentos sem o
comprometimento dos recursos naturais.
Em seguida, na fase de debates, os deputados Raul Lima Neto,
Antônio Roberto (PMDB) e Maria José Haueisem (PT) fizeram obervações e
levantaram algumas dúvidas em relação ao plantio direto e também a
outros temas relacionados à agricultura. Antônio Roberto disse que a
agricultura sustentável é um importante processo para se ajudar o
plantio em Minas Gerais.
O deputado Raul Lima Neto, entre outras colocações, indagou sobre
a possibilidade de o herbicida utilizado para formação da palhagem
poluir o meio ambiente. Helvécio Mattana assegurou que o herbicida,
nesse cado, não representa nenhum perigo tanto para o meio ambiente
quanto para as pessoas.
E a deputada Maria José Haueisem indagou sobre qual a forma de
garantir o mercado para produtos perecíveis, como alho e maracujá,
sujeitos queda de preços bruscas devido a grandes safras, o que
penaliza pequenos produtores. José Carlos Cruz afirmou que se trata de
uma questão problemática, pois o mercado atua desta forma e cabe a
cada produtor encontrar o melhor produto que lhe garanta o retorno
comercial.
Participaram ainda da reunião os deputados Anivaldo Coelho (PT),
Ronaldo Vasconcelos (PL), Roberto Amaral (PSDB) e Elbe Brandão (PSDB),
que leu justificativa do deputado Paulo Piau (PFL), que teve de viajar
a Arinos para tratar de assuntos ligados à reforma agrária, em
companhia do assessor especial do Governo para essa área, João Batista
dos Mares Guias. Também estiveram presentes à reunião os pesquisadores
da Embrapa Derly Santana e Ramom Alvarenga e o técnico do Instituto
Mineiro de Agropecuária José Nelson Gonçalves Rios.
Responsável pela informação: Lucio Perez - GCS - 031-2907800