Aconteceu na Comissao de Garantias e Direitos Fundamentais

"Em todo caso onde há emprego da força, corre-se o risco de se fazer uso da violência". Foram essas as palavras do co...

09/04/1997 - 10:00

Aconteceu na Comissao de Garantias e Direitos Fundamentais



     "Em todo  caso onde  há emprego  da força, corre-se o risco de se

fazer uso  da violência".  Foram essas  as palavras  do comandante  do

Policiamento Militar  da Capital, coronel José Guilherme do Couto, que

esteve presente  na  reunião  da  Comissão  de  Direitos  e  Garantias

Fundamentais, realizada na manhã de ontem, para discutir o episódio no

qual ocorreu a morte do jovem Hugo Leonardo de Souza.

     Na apresentação  das justificativas  do requerimento,  o deputado

Durval Ângelo  (PT) enfatizou  que os  casos de  violência, nos  quais

estão envolvidos  policiais, não  são fatos isolados. Para ele, "esses

episódios estão relacionados em todos os sentidos, seja aqui em Minas,

no Rio ou em São Paulo".

     O comandante  da PM  explicou que  o trabalho  da PM  convive com

diversos níveis de violência e que em alguns casos ela evoluí do nível

instrumental ao desviante. "Isso se dá por não trabalharmos com anjos,

mas sim  com homens,  e, sendo assim, passíveis de erros", aponta. Ele

acrescentou ainda  que casos de excesso em violência tem acontecido no

estado, mas que, segundo ele, tem sido combatidos com rigor.

     Em relação  ao caso  em que foi vitimado o jovem Hugo Leonardo, o

Coronel ressaltou que, assim que o comando tomou conhecimento do caso,

antes mesmo  da veiculação  pela TV,  tomou providências em relação ao

fato. "Ratificamos  voz de  prisão  aos  envolvidos  e  solicitamos  a

apreensão das armas de todos os que fizeram parte da operação".

     O caso foi transferido à justiça comum, e os policiais encontram-

detidos a  disposição das  autoridades  responsáveis  pelo  caso.  Ele

destacou a  importância da  transferência à  justiça civil,  devido as

diversas controvérsias  relacionadas as  versões dadas  ao caso. "Está

sendo realizado  os exames de balística, para que se possa identificar

a arma  da qual partiu o disparo que atingiu o garoto para a partir de

então tomarmos medidas definitivas quanto a questão", concluí.

     Quanto a  ação da polícia, o coronel aponta que ela tem seguido a

evolução  da  sociedade,  e,  para  isso,  ela  tem  reformulado  seus

currículos, adaptando-os  as necessidades  da sociedade  atual. "Há 30

anos, nossos currículos eram basicamente militar. Algo em torno de 70%

era composto  por disciplinas  militares. Hoje  pode-se  perceber  que

houve uma inversão: temos 70% voltado a formação do aspecto social e o

restante a formação militar", destaca.

     Requerimentos

     Foi aprovado  requerimento do  deputado João  Batista de Oliveira

que solicita  a Secretaria  de Segurança  Pública que  seja  oferecida

proteção policial  ao menor  R.S.A., único  sobrevivente da chacina do

Taquaril. Outro  requerimento aprovado,  de autoria do mesmo deputado,

solicita que  o mesmo  menor seja  convidado a  participar de  uma das

reuniões da Comissão.

     Presenças -  Estiveram presentes  na reunião  os  deputados  João

Leite (PSDB),  que a  presidiu; Ivair  Nogueira (PDT),  Durval  Ângelo

(PT), e Miguel Martini (PSDB).

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