João Heraldo Explica leilão de ações da Cemig
O secretário de Estado da Fazenda, João Heraldo Lima, compareceu nesta quarta-feira (12) à Assembléia Legislativa par...
14/03/1997 - 02:10João Heraldo Explica leilão de ações da Cemig
O secretário de Estado da Fazenda, João Heraldo Lima, compareceu nesta quarta-feira (12) à Assembléia Legislativa para falar sobre o processo de venda de 33% do capital votante da Cemig. Cerca de 30 deputados compareceram ao Plenarinho IV para a reunião presidida pelo deputado Miguel Martini (PSDB). Em resposta a uma série de questionamentos feitos pelo líder do PT, deputado Marcos Helênio, o secretário afirmou que o Estado tem total segurança sobre a legalidade da operação e que o governo faz tudo com transparência e probidade. "Não estamos escondendo nada de ninguém, mas tudo tem seu tempo para ser revelado. Tudo que é necessário ser público é público", ressaltou. João Heraldo não quis se pronunciar sobre questionamentos jurídicos feitos pela bancada do PT. Ele explicou que o processo de venda das ações da Cemig começou em 1995, com autorização do Legislativo para venda das ações que excedem o controle do capital votante - 32,96%, que representam 14% do capital da empresa. Nesse período, foi feito o planejamento da operação, desenvolvida em parceria com o BNDES, que adiantou R$ 442 milhões pela venda do patrimônio, com 8% de juros ao ano. Esse valor será descontado agora, na conclusão da venda. Para o secretário, esse é o momento mais apropriado, uma vez que o preço unitário das ações era de R$ 18,00 em 1995 e agora alcança de R$ 46,00 a R$ 48,00. No edital, o preço mínimo foi fixado acima de R$ 60,00. Sócio estratégico - O secretário da Fazenda justificou a pré- qualificação do comprador, definida no edital publicado nesta quarta- feira (12), dizendo que o Estado quer um sócio estratégico, do ramo, na Cemig. Ele negou que haja restrição artificial ou dirigida e informou que a parte técnica do edital foi definida pela própria Cemig. Segundo João Heraldo, nada impede que haja associações de empresas para a compra das ações. O Estado, no entanto, materá o controle da empresa, com 51% do capital votante. Para ele, essa associação não inviabilizaria uma venda futura da Cemig, ao contrário, vai valorizar as ações. O futuro sócio terá direito a quatro dos onze assentos no Conselho Administrativo da Cemig, e a três dos oito cargos de Diretoria (presidência, vice-presidência e seis diretorias). Serão a vice-presidência, a Diretoria de Materiais e a de Produção. Outra exigência, constante do contrato entre acionistas, é de que 5% do lucro líquido seja destinado à área social. Na fase de debates o secretário foi questionado por vários deputados. O deputado Gilmar Machado (PT) disse não estar satisfeitos com as explicações, principalmente porque não houve oportunidade de rebater os argumentos do secretário, e pediu a realização de nova reunião.
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