Comissão de Saúde discute implantação de medicina familiar
A Comissão de Saúde e Ação Social ouviu, nesta quinta-feira (5), o médico e professor cubano Benito Narey Ramos Domin...
06/12/1996 - 03:10Comissão de Saúde discute implantação de medicina familiar
A Comissão de Saúde e Ação Social ouviu, nesta quinta-feira (5), o médico e professor cubano Benito Narey Ramos Dominguez, que fez uma exposição sobre o programa de medicina familiar. O médico, que foi um dos formuladores do programa em Cuba, apresentou aos deputados as vantagens relacionadas a esse tipo de atendimento médico, que prioriza a prevenção ao invés da modalidade curativa. Segundo ele, esse tipo de assistência surgiu na Roma Antiga e permanece ainda hoje, embora tenha sofrido vários "golpes" no decorrer do tempo. Para ele, a medicina familiar é fruto da união da medicina às ciências sociais, "pois é preciso considerar o processo de saúde como fruto de múltiplos fatores entre os quais destacam-se os relacionados ao estilo de vida, ao meio ambiente, à modalidade de atendimento médico, à fatores biogenéticos e a parâmetros socio- econômicos envolvidos no processo". Benito Dominguez observou, ainda, que para o êxito do programa faz-se necessário não só recursos materiais, mas, também, humanos. Para ele, a solidariedade é um dos elementos fundamentais, pois sem ela o projeto perde uma importante característica que é a do relacionamento do paciente com a equipe de atendimento. "A solidariedade tem que passar também pelo campo político. Só assim o processo será completo", afirmou. Programa exige sistema de saúde descentralizado Na implantação do projeto, faz-se necessário que haja uma descentralização do sistema de saúde. As equipes devem ser setoriais, de forma que cada uma possa ter o domínio de sua área de trabalho e detectar quais são os problemas básicos de cada localidade. Um outro aspecto importante para o sucesso do programa é a montagem de equipes fixas que conquistem a confiança da família e atuem de forma mais eficiente e interativa. Para Dominguez, os problemas econômicos não são uma barreira para implantação do programa. A experiência tem demonstrado que essa modalidade de assistência médica tem baixado em muito os gastos relacionados à saúde. O exemplo cubano mostra uma diminuição de 21% das visitas aos hospitais e hoje os atendimentos de urgência representam 0,1% dos casos. Em Minas Gerais, o modelo baseado no projeto cubano foi implantado pela prefeitura de Itacarambi, há doze anos. Dominguez acredita que a implantação em Minas Gerais e no Brasil, exige a prioridade de atendimento à população carente e procurar suprir déficit de médicos que já chega a 50 mil. Estavam presentes, também, o prefeito de São Sebastião do Maranhão e presidente do Consórcio de Saúde da Microbacia de Santa Rita do Saçui, José Máximo Leão, e o médico do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, dr. Luiz Eduardo Miranda Gonzaga, que comentaram o projeto e colocaram os pontos positivos da implantação do programa que já esta sendo colocado em prática na região. Concursos - Outro assunto em pauta foi referente aos contratos administrativos e de função pública. As funcionárias da Fundação Hemominas, Valéria de Abreu e Silva, Dorothéia Carneiro Vidigal e Verônica Santos Freitas reivindicaram à Comissão sua efetivação. Segundo elas, existem, somente na Fundação, duzentos funcionários aprovados em concurso e ainda não efetivados. "Há pessoas que trabalham nessa situação já por dez anos", informou Veléria Silva. A comissão aprovou requerimento do deputado Carlos Pimenta (PL) que solicita do governador do Estado a extinção dos contratos e a que todos os concursados sejam efetivados. Participaram da reunião, além do presidente Carlos Pimenta (PL), os deputados Marco Régis (PPS), Jorge Hannas (PFL), Antônio Roberto (PMDB), Olinto Godinho (PL) e Hely Tarquínio (PSBB).
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