Entidades apresentarão sugestões para mudar Código Sanitário
Os convidados para a reunião conjunta das Comissões de Saúde e Ação Social, de Defesa do Consumidor e de Fiscalização...
05/12/1996 - 03:10Entidades apresentarão sugestões para mudar Código Sanitário
Os convidados para a reunião conjunta das Comissões de Saúde e Ação Social, de Defesa do Consumidor e de Fiscalização Financeira e Orçamentária, realizada nesta quarta-feira (4), vão encaminhar, até a próxima terça-feira (10), as sugestões para alterar o Projeto de Lei 2.147/94, do governador do Estado, que contém o Código Sanitário do Estado de Minas Gerais. O projeto já havia recebido parecer da Comissão de Constituição e Justiça e da Comissão de Saúde e está sendo analisado agora pela Comissão de Defesa do Consumidor, sendo relator o deputado Marcos Helênio (PT), que também a preside. O projeto tem como objetivo regulamentar a fiscalização e o controle dos estabelecimentos e produtos que, direta ou indiretamente, possam provocar riscos e agravos à saúde da população, bem como do controle e fiscalização da produção e/ou circulação de bens e serviços de interesse para a saúde. Além disso, institui normas relativas ao saneamento básico, ao controle de zoonoses e à preservação da saúde do trabalhador. Para garantir o cumprimento dessas normas, estabelece, ainda, as sanções a que os infratores ficarão sujeitos. Alterações - A professora do Departamento de Medicina Preventiva da Universidade Federal de Minas Gerais Maria Elizabeth Dias fez várias sugestões para aperfeiçoar o PL 2.147/94. Um dos principais pontos observados por ela foi que o aspecto educativo estaria pouco marcado no projeto, que dá mais ênfase ao aspecto punitivo e penalizador. Elizabeth também chamou atenção para a necessidade de que os trabalhadores possam acompanhar os processos de fiscalização no ambiente de trabalho. Nisso, foi apoiada pelo representante da Central Única dos Trabalhadores e diretor do SindSaúde, Temístocles Marcelo Neto. Código deve contemplar questão da água Outro ponto destacado por Elizabeth Dias foi a preocupação com a água, especialmente com a parcela da população que não é atendida pelo sistema público e que consome a água, por exemplo, originária de poços. A preocupação com as estações de tratamento de água, coleta e tratamento de esgoto e resíduos sólidos foi levantada pela representante da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária (Abes), Cacilda Oliveira. Ela defendeu que as empresas fornecedoras de água sejam responsáveis pela qualidade não só até o hidrômetro, mas também pela limpeza das caixas d'água. "Muitos reservatórios na verdade contribuem para a degradação da água que chega até o hidrômetro própria para o consumo", ressaltou. Municípios - O representante do Colegiado dos Secretários Municipais de Saúde, Cláudio Sérgio Romano, destacou a importância crescente dos municípios na definição de políticas de saúde. O presidente da Comissão de Saúde e Ação Social da Assembléia, deputado Carlos Pimenta (PL), lembrou que vários municípios já possuem códigos sanitários que deverão ser adequados à lei estadual. Ele observou, ainda, que seria importante votar o projeto até o final deste ano. Para o representante da CUT, antes da votação é necessário fazer os ajustes sugeridos e chegar a acordo sobre pontos polêmicos, como o acompanhamento, pelos trabalhadores, da fiscalização nos locais de trabalho. O coordenador do Procon/MG, Antônio Joaquim Fernandes, lembrou a importância de manter normas mais abertas, de acordo com a moderna técnica legislativa. Segundo ele, isso impede que as leis fiquem defasadas muito rapidamente. "O mercado é dinâmico e ágil. Rapidamente cria mecanismos para sair das normas", ressaltou. O deputado Jorge Hannas (PFL), relator do PL 2.147/94 pela Comissão de Saúde, destacou que a reunião foi importante e que os subsídios recebidos eram valiosos para aperfeiçoar a proposta. O deputado Jorge Eduardo de Oliveira (PMDB) lembrou que o projeto originalmente tinha mais de 200 artigos - atualmente está com 117 - e que a reunião contribuiu para melhorar ainda mais o Código. O superintendente de Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde, Júlio César Martins Siqueira, reforçou a necessidade do Código Sanitário para balizar as ações da saúde no Estado. Tramitação - O PL 2.147/94 foi apresentado pelo governador Hélio Garcia, tendo sido recebido pelo Plenário em agosto de 1994. Foi apreciado pela Comissão de Constituição e Justiça ainda naquele ano, tendo recebido parecer favorável na forma do substitutivo nº 1. Em agosto de 1995, foi aprovado requerimento do deputado Paulo Schettino (PTB) solicitando que o projeto fosse aprecidado em reunião conjunta das comissões técnicas às quais havia sido distribuído. Outro requerimento aprovado, do deputado Marcos Helênio (PT), solicitava a apreciação, também, pela Comissão de Defesa do Consumidor. O projeto recebeu parecer favorável da Comissão de Saúde e Ação Social na forma do substitutivo nº 2, com as emendas nº 1 a 5, apresentadas pelo deputado Jorge Eduardo de Oliveira. O relator foi o deputado Jorge Hannas (PFL). Depois de receber parecer da Comissão de Defesa do Consumidor e da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, o projeto segue, em 1º turno, para apreciação do Plenário.
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