Serviço 900: consumidores devem procurar o Procon da Capital
Os consumidores que se sentirem lesados pelo serviço telefônico 900 devem procurar o Procon de Belo Horizonte. A afir...
28/11/1996 - 03:10Serviço 900: consumidores devem procurar o Procon da Capital
Os consumidores que se sentirem lesados pelo serviço telefônico
900 devem procurar o Procon de Belo Horizonte. A afirmação foi feita
nesta quarta-feira pelo coordenador do órgão, Fernando Carceroni,
durante audiência pública da Comissão de Defesa do Consumidor
destinada à discussão de problemas relativos aos serviços prestados
via telefone, denominados BH 900. Não compareceram dois dos principais
convidados: o diretor do BH 900, Élcio Coelho, e o consultor de Dados
da Telemig, Francisco Póvoa Filho, o que foi criticado pelos
deputados.
"Houve um grande desrespeito com a Comissão", afirmou seu
presidente, deputado Marcos Helênio (PT). Também criticaram as
ausências os deputados Gil Pereira, Antônio Andrade e Carlos Pimenta -
que as considerou "um descaso".
Carceroni defendeu, assim como os demais participantes da
audiência pública, uma solução permanente para os problemas ligados ao
serviço 900, principalmente com a aprovação do Projeto de Lei do
deputado Raul Lima Neto (PPB), que estabelece que somente os
consumidores que desejarem, e fizerem isso por escrito, utilizarão o
serviço 900, com utilização de uma senha.
Atualmente, qualquer telefone pode acessar o serviço. O projeto
de Lima Neto recebeu parecer favorável nas Comissões que o analisaram
e está pronto para ser votado em 1º turno pelo Plenário.
O coordenador do Procon ainda ressaltou que em alguns países,
como a Inglaterra, o serviço 900 simplesmente foi rejeitado pelos
consumidores e não existe. Nos Estados Unidos, observou, o serviço
somente é utilizado com autorização.
Serviço é crime contra consumidor - O autor do projeto, deputado
Raul Lima Neto afirmou que o serviço 900 é um abuso e um crime contra
a economia popular, "um assalto aos proprietários de telefones". A
assessora jurídica do vereador Arnaldo Godoy (PT), presidente da
Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara Municipal de Belo
Horizonte, disse que o serviço é "enganoso e abusivo" e fere o Código
do Consumidor.
O secretário da Comissão Supervisora dos Juizados de Pequenas
Causas, juiz do Tribunal de Alçada Caetano Levi Lopes, afirmou que a
busca de solução dos problemas do serviço 900 é de inegável interesse
público e alcançe social. "Nos preocupa o número de ações envolvendo o
serviço 900", disse.
Ele explicou que as questão envolvendo o serviço 900 ainda não
criaram jurisprudência, mas duas decisões a recursos interpostos junto
à 1ª Instância (Turma Recursal) e ao Tribunal de Alçada foram
favoráveis a consumidores que se sentiram lesados pelo serviço 900. O
juiz ainda explicou que os processos envolvendo a questão tem
andamento bem mais rápido ao tramitarem no Juizado de Pequenas Causas
e não na Justiça Comum.
Usuários expõem seus casos - Mais de dez consumidores que se
consideram lesados participaram da reunião. Jorge José da Cruz disse
que foi cobrado de sua mãe, que mora sozinha, R$ 422 pela utilização
do serviço 900, sem que as ligações tivessem sido feitas. Já Ednéia
Elias Xavier também reclamou da cobrança de R$ 1.350 em sua conta
telefônica por ligações que ela não fez. Desde janeiro ao ano passado,
disse, tem tentado uma solução para o problema.
Durante a reunião ainda foi aprovado parecer favorável do
deputado Antônio Andrade ao Projeto de Lei 1.008/96, do deputado
Álvaro Antônio (PDT), que declara de utilidade pública a Asociação de
Defesa dos Usuários, Consumidores e Contribuintes de Minas Gerais
(Aducon-MG).
Responsável pela informação: Lucio Peres - GCS - 031-2907800