Plano de Saúde da Santa Casa vai beneficiar usúarios do SUS
Com o lançamento do Plano de Saúde da Santa Casa de Belo Horizonte, no final do mês passado, o faturamento mensal da ...
08/11/1996 - 03:31Plano de Saúde da Santa Casa vai beneficiar usúarios do SUS
Com o lançamento do Plano de Saúde da Santa Casa de Belo Horizonte, no final do mês passado, o faturamento mensal da instituição poderá dobrar em 1997, passando de R$ 4 milhões para R$ 8 milhões. A receita apurada com o novo programa será toda reinvestida no hospital, melhorando o atendimento para todos os usuários dos serviços da Santa Casa, 95% deles credenciados do Sistema Único de Saúde (SUS). A informação foi confirmada ontem pelo provedor da Santa Casa, Celso Mello Azevedo, durante reunião da Comissão de Saúde e Ação Social, presidida pelo deputado Carlos Pimenta (PL) e convocada a requerimento do deputado João Batista de Oliveira (PSB). O Plano de Saúde da Santa já tem 400 adesões e a expectativa é de que chegue ao final de 1997 com 150 mil credenciados, abrangendo um universo de 400 mil no Estado, até o final do ano 2000. Santa Casa amplia atendimento Celso Mello Azevedo fez um depoimento emocionado falando das potencialidades da Santa Casa de Belo Horizonte e das dificuldades que enfrenta para garantir a realização de 120 cirurgias/dia e o atendimento médico diário de 1 mil 200 a 1 mil 500 pessoas, além de outras 500, na Clínica de Olhos, aberta durante 24 horas. "Nós somos o melhor hospital de Belo Horizonte, porque atendemos, bem, maior número de pacientes que outras instituições semelhantes" - afirmou o provedor da Santa Casa, adiantando que as reformas do prédio do hospital e do São Lucas, viabilizadas através de convênios com a sociedade, ampliarão ainda mais a capacidade da Santa Casa. O Centro Cirúrgico ocupará três andares do prédio da Francisco Salles, com 25 salas, o maior do Estado. O Centro de Tratamento Intensivo (CTI) terá sua capacidade ampliada, também, de 30 para 100 leitos. As reformas da enfermagem, que abriga mil leitos, e da Ala C, onde estão os 450 apartamentos que irão atender os conveniados do Plano são alguns dos novos espaços que a instituição está oferecendo à população. Tempo de internação será reduzido Com os investimentos em equipamentos de última geração e treinamento do seu corpo de funcionários, a Santa Casa espera oferecer um serviço de qualidade aos usuários do seu Plano de Saúde e também a todos os credenciados do SUS, inclusive, ampliando o atendimento desse público carente. "Com os novos recursos - explicou o superintendente geral do hospital, Wagner Furtado Veloso - vamos reduzir o tempo de internação dos pacientes do SUS, de 10 para cinco dias e aumentar o número de atendimento de 2 mil 700 para 3 mil 900/mês". Celso Mello Azevedo ressaltou que, portanto, a utopia da Santa Casa não será modificada com o lançamento do Plano de Saúde. "Ela foi criada para atender às pessoas pobres e esse público continuará tendo prioridade no nosso atendimento" - disse ele. O provedor da Santa Casa adiantou ainda que no final do mês terá um encontro em Montes Claros, com representantes das mais de 400 Santas Casas do Estado, com o objetivo de analisar a viabilidade de um convênio entre elas, para estender o atendimento em qualquer uma delas para os usuários do seu Plano de Saúde. O superintendente Comercial da Santa Casa, Eduardo Carlos Mozelli, confirmou que o Plano de Saúde não será um fim para Santa Casa, mas um meio de viabilizá-la econômica e financeiramente, permitindo o aprimoramento do seu trabalho e a ampliação do atendimento. Deputados lamentam demissão de Jatene Os deputados que participaram da reunião parabenizaram a direção da Santa Casa pela iniciativa, pinoneira no país, e manifestaram também a sua preocupação com a área da Saúde, principalmente depois da decisão do ministro Adib Jatene, de se afastar do ministério. A demissão do ministro da Saúde foi lamentada por todos, inclusive pelo provedor da Santa Casa. Carlos Pimenta afirmou que a Assembléia está se mobilizando para discutir o orçamento do Estado para Saúde, que terá sua participação reduzida em 1997, passando de 5,95% em 1996 para 5,84% do total dos gastos previstos pelo Estado para o próximo ano. Parecer favoráve A Comissão de Saúde aprovou ontem o parecer do deputado Jorge Eduardo (PMDB), favorável ao PL 939/96, na forma do substitutivo nº 1, ficando prejudicadas as emendas de 1 a 3 da Comissão de Constituição e Justiça. O projeto é de autoria do deputado Miguel Martini (PSDB) e estabelece a obrigatoriedade de fixar um rótulo de advertência nas embalagens de bebidas alcoólicas, enumerando os males que o álcool provoca à saúde. Participaram ainda da reunião os deputados Jorge Hannas (PFL) e Marcos Régis (PPS).
Responsável pela informação: Patricia Duarte - GCS _031-2907800