AL vai intermediar impasse

A Assembléia vai intermediar, por meio de uma comissão de deputados, as negociações entre o governo do Estado, o Sind...

07/11/1996 - 03:30

AL vai intermediar impasse



     A Assembléia  vai  intermediar,  por  meio  de  uma  comissão  de

deputados, as negociações  entre o governo do Estado,  o Sindicato dos

Bancários de  Belo Horizonte e  o Comando de Mobilização dos Bancários

do  Bemge,   Credireal  e   BDMG,  e  buscar  formas  alternativas  de

cumprimento do  acordo salarial  fechado com  a Federação Nacional dos

Bancos (Fenaban),  que, entre  outros pontos, previa reajuste salarial

para a  categoria de 10,8%. A proposta de formação dessa comissão será

submetida a Plenário, nos próximos dias.

     A participação  da Assembléia  nas negociações foi solicitada por

meio de  requerimento do deputado Marcos Helênio (PT), atendendo a uma

reivindicação apresentada  ontem  pelo  presidente  do  Sindicato  dos

Bancários de  Belo Horizonte  e Região,  Pompílio de  Lourdes Canavez,

durante reunião  extraordinária da Comissão de Fiscalização Financeira

e Orçamentária,  que foi acompanhada por dezenas de bancários em greve

e da  qual não  participaram o  presidente do  Bemge e Credireal, José

Afonso Bicalho;  e o  presidente do  BDMG,  Marcos  Pessoa  Duarte.  O

movimento reivindica  além dos  10,8% de  reajuste retroativo  a 1º de

setembro, abono  salarial de 45%, com o mínimo de R$ 315 e o máximo de

R$ 1.125,00 e o fim das demissões.

     Canavez disse  aos deputados  que o governo do Estado, através de

correspondência enviada  pelo secretário  da  Fazenda  à  direção  dos

bancos estaduais, desautorizou a concessão do reajuste, condicionando-

a, segundo  ele, aos  balanços financeiros dos bancos. Ele admitiu, no

entanto, negociar  "formas de  cumprimento"  do  acordo,  mas  refutou

qualquer forma  de "rebaixamento"  dos valores  já firmados.  Repudiou

ainda a  atitude do  governo de  forçar a  negociação com  o  terceiro

escalão dos  bancos. "Eles  não  têm  autonomia".  Uma  das  primeiras

medidas dessa  comissão,  sugeriu  Canavez,  seria  a  antecipação  da

próxima reunião dos dirigentes do movimento grevista com o governo, já

marcada para  o próximo  dia 13,  temendo que o prolongamento do prazo

possa esvaziar  o movimento.  A categoria  realizou nesta quarta-feira

paralisação em  todo  Estado,  que  foi  considerada  "positiva"  pelo

direção do  movimento grevista.  Segundo o  presidente  do  Sindicato,

houve uma paralisação em torno de 70% das agências.

     Terror -  O representante do Comando Nacional dos Funcionários do

Bemge, Sebastião Carlos Pereira, condenou o clima de "terror"  visando

minar  as  resistências  ao  programa  de  reestruturação  do  sistema

financeiro oficial,  proposto pelo  governo do  Estado. Ele  disse que

relatórios  elaborados   por  empresa   de  consultoria   independente

definiram metas  de enxugamento, como corte de pessoal, afastamento de

cargos comissionados  e  transferência  de  funcionários  para  outras

agências, forçando as demissões.

     O  representante   dos   funcionários   do   Credireal,   Marcelo

D`Agostini, definiu  como "ilegal"  e "ilegítima" a atitude do governo

de desmantelar o sistema financeiro oficial. "Na prática, o governo de

Minas está  abrindo mão de favorecer o pequeno agricultor em favor dos

grandes grupos  empresariais que  não têm  nenhum  compromisso  com  o

social", garantiu.

     O vice-líder  do governo  na Casa,  deputado José  Bonifácio, que

também participou da reunião, disse que concorda com a formação de uma

comissão especial para negociar com o governo o cumprimento do acordo,

mas se  mostrou descrente  com  relação  a  uma  possível  mudança  no

programa de  privatização dos  bancos estaduais.  Já a  deputada Maria

José Haueisen (PT) falou que o processo de privatização ainda não está

definido. O  deputado Marcos  Helênio (PT),  que pediu  a formação  da

comissão especial,  condenou a  ausência dos  presidentes  dos  bancos

estaduais, alegando  que a presença deles seria fundamental para abrir

o diálogo.

Responsável pela informação: Maria Teresa - GCS - 031-2907800]