Segurança pública reúne associações comunitárias na Alemg

---

     O Secretário  de Segurança Pública, Santos Moreira e o Comandante
Geral da PMMG, Cel. Nelson Fernando Cordeiro, reuniram-se ontem com os
membros das comissões de Direitos e Garantias Fundamentais e de Defesa
Social da Assembléia Legislativa, em audiência pública, onde debateram
com  representantes   de  associações   comunitárias  o  orçamento  de
segurança pública para o próximo ano e os problemas da área. Presidida
pelo deputado  João Leite  (PSDB), a  reunião contou com a presença do
vereador Alberto Carlos Dias Duarte (PT), de Belo Horizonte.
     O secretário  Santos Moreira  disse que  segurança pública hoje é
prioridade da  sociedade organizada,  que a  manutenção do setor custa
caro e  que não  se pode  contar com  nenhum outro  recurso  além  dos
determinados no  Orçamento. Segundo o secretário, a maior parte dos 11
mil presos que estão sob guarda da Secretaria de Segurança Pública são
traficantes, com  poder para  corromper policiais  e carcereiros.  Ele
defendeu o  pagamento de  melhores salários aos policiais como solução
para parte  dos problemas  enfrentados pela  categoria.  O  Secretário
anunciou também  que o  Estado vai  renovar todo  o sistema  de rádio-
comunicação da  polícia na  região  metropolitana,  a  inauguração  de
presídio   pelo   governador   e   investimentos   no   Instituto   de
Criminalística. O  Secretário disse  ainda que  Minas Gerais  tem  nas
polícias civil  e militar  duas das  instituições mais  eficientes  do
país, com um índice de apuração de homicídios da ordem de 85%.
     O Cel.  Nelson Cordeiro  contestou as  denúncias  de  aumento  da
criminalidade em  Belo Horizonte,  dizendo que ela não tem a proporção
que se anuncia. Ele também anunciou investimentos feitos pelo governo,
como a  autorização de  contratação de  mais mil  homens para  a PMMG,
sendo que  600 deles  prestarão serviço  na Capital,  e autorização de
compra de  500 viaturas  para atender  ao Estado.  O comandante causou
mal-estar no  presidente da  Comissão de  Defesa Social, deputado João
Leite, ao  dizer que  o alto  número de  homicídios ocorrido  num  dos
últimos finais  de semanas  decorreu da morte de três traficantes numa
guerra de  quadrilhas. "Eu  não me  importaria que  morressem todos os
outros porque  lá só  tinha marginais",  disse. Ao final da reunião, o
Comandante se desculpou com João Leite, que disse que defende a vida e
que a sociedade é responsável pela recuperação de marginais.
     O vereador  Alberto Carlos  "Betinho" Duarte  (PT) disse que Belo
Horioznte não  é uma  cidade violenta,  mostrando que  os  índices  de
criminalidade na  Capital decresceram no período 91/94. Ele defendeu a
destinação de  mais recursos  para  a  Segurança  Pública  e  melhores
salários para  os policiais.  Betinho Duarte  sugeriu que os deputados
destinassem parte  da verba  de subvenções  sociais, que, segundo ele,
chegará a  R$ 77 milhões, para a área de segurança pública. O deputado
João Leite  disse  que  as  subvenções  sociais  representam  0,3%  do
Orçamento e  que qualquer mudança na sua destinação deveria ser também
discutida com as entidades que delas se beneficiam.
     Betinho  Duarte   defendeu   também   o   polêmico   policiamento
comunitário que  está sendo adotado em bairros de classe média em Belo
Horizonte, com  os moradores  financiando a manutenção de viaturas e a
aquisição de equipamentos para policiais militares. O convênio firmado
entre a  Polícia Militar  e associações  comunitárias foi  objeto  dos
debates.  Representantes   dos  bairros  Santo  Antônio  e  Luxemburgo
reclamaram que  firmaram o  convênio e  nem sempre  são atendidos pela
PMMG quando  solicitam a  presença de  viaturas  nos  bairros.  Outras
associações reclamam  que a  PMMG não se interessa em firmar convênios
com bairros  mais pobres, que não dispõem de recursos. O Comandante da
PMMG respondeu  que os  convênios  deixam  expresso  que    não  criam
exclusividade no atendimento. Segundo ele, 75% a 80% do atendimento da
PMMG é  na área de assistência, com remoção de doentes e parturientes.
Ele disse  que os  recursos economizados  na manutenção  de viaturas e
equipamentos são  usados para  atendimento e  policiamento nas regiões
mais carentes da cidade.
     Usaram também  a palavra  os deputados Paulo Schettino (PTB), que
defendeu o  pagamento de melhores salários para a classe policial, e o
deputado Gilmar  Machado, que  sugeriu que as associações comunitárias
acompanhem de  perto a  tramitação do Orçamento de 1997 na Assembléia.
Participaram ainda  da reunião  os deputados  Hely  Tarquínio  (PSDB),
Antônio Roberto (PMDB), Elbe Brandão (PSDB), Péricles Ferreira (PSDB),
Dimas Rodrigues  (PPB), Paulo  Schettino (PTB),  José  Braga  (PDT)  e
Anderson Adauto (PMDB).

---

Responsável pela informação: Francisco Mendes - GCS - 031-2907800

---