Reunião Especial em defesa das universidades públicas
Professores, alunos e funcionários técnico-administrativos da UFMG encaminharam, nesta quinta-feira (28), moção à Mes...
23/09/1996 - 08:46Reunião Especial em defesa das universidades públicas
Professores, alunos e funcionários técnico-administrativos da UFMG encaminharam, nesta quinta-feira (28), moção à Mesa da Assembléia em prol das universidades públicas federais, solicitando apoio dos parlamentares no sentido de aprovar o documento e promover sua divulgação. A moção defende, ainda, a manutenção do texto da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) aprovado pela Câmara dos Deputados; a integralização do repasse às universidades dos recursos orçamentários para 1996; além do reajuste salarial dos servidores e da recomposição dos quadros dessas instituições. As reivindicações foram feitas, em Plenário, durante a Reunião Ordinária da tarde, transformada em Especial. Na parte da manhã, representantes da UFMG montaram salas de aula e promoveram outras atividades culturais em defesa das universidades públicas federais. O reitor da UFMG, Tomaz Aroldo da Mota Santos, lembrou que o orçamento para este ano é insuficiente e as condições de funcionamento da instituição, difíceis. "Não abrimos mão do financiamento do sistema de ensino superior pela União. Somente com ele haverá a garantia de existência da função pública das instituições. Se as universidades passarem a depender de recursos privados, privados também serão seus objetivos", enfatizou. Em 1996, foram destinados R$ 380 milhões à manutenção das 152 universidades públicas federais do país. Em 1995, o montante era de R$ 520 milhões. A soma deste ano, além de menor que a do ano passado, é insuficiente. Segundo informou o reitor da UFMG, o ministro da Educação, Paulo Renato de Souza, deve enviar ao Congresso, em abril, projeto de lei que vincula os recursos do Fundo de Estabilização Fiscal para complementar a verba destinada às despesas de custeio das universidades. Autonomia - O deputado Gilmar Machado (PT), autor do requerimento que solicitou a Reunião Especial, criticou o Governo federal e a Proposta de Emenda Constitucional 233/95, do Executivo, em tramitação no Congresso. Ela estende às instituições de ensino superior e aos institutos de pesquisa diferentes graus de autonomia. Segundo o deputado, a proposta acaba interferindo na autonomia das universidades públicas federais. Emenda do PT tem o objetivo de modificar o texto original, destacando, entre outros, os seguintes aspectos: necessidade de definir o custo qualidade/aluno e de criar a receita estadual per capita para educação; além de democracia na educação. Após o reitor, falaram a diretora da Associação Profissional dos Docentes da UFMG, Dirlene Marques; e os representantes do Diretório Central dos Estudantes (DCE) e do Sindicato dos Trabalhadores nas Instituições Federais de Ensino Superior de Belo Horizonte (Sind- Ifes), William Tito de Souza e Guilherme Fátima de Farias. Dirlene Marques lembrou que a proposta de reforma da Previdência, em tramitação no Congresso Nacional, tem provocado uma corrida às aposentadorias. Os efeitos são, entre outros, contratação de substitutos de forma precária e acúmulo de funções pelos profissionais que se mantêm nas instituições. Guilherme Farias lembrou que os servidores das universidades públicas federais estão sem reajuste há 15 meses e William Souza privilegiou o debate sobre a LDB. O deputado Ermano Batista (PL), que presidiu a Reunião, destacou o trabalho da Assembléia de aproximação com a sociedade. Lembrou, ainda, que, em momentos de crise, o Parlamento enfatiza sua atribuição de ser abrigo do povo - uma alusão às atividades desta quinta-feira na Casa. Participaram também da Reunião o deputado Wanderley Ávila (PSDB), que a presidiu inicialmente, o vice-prefeito da capital, Célio de Castro, além de parlamentares.
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