Férias-prêmio serão pagas até promulgação de emenda
Até a data de promulgação da emenda, ainda que o servidor não tenha requerido, terá o direito de perceber as férias-p...
23/09/1996 - 08:46Férias-prêmio serão pagas até promulgação de emenda
Até a data de promulgação da emenda, ainda que o servidor não tenha requerido, terá o direito de perceber as férias-prêmios de acordo com a legislação em vigor. A garantia foi dada pelo secretário de Estado de Recursos Humanos e Administração, Cláudio Mourão, que participou ontem(27), na Assembléia, de uma reunião para discutir, a pedido do deputado Gilmar Machado (PT), a proposta de alteração das férias-prêmio dos servidores públicos, encaminhada pelo Governo ao Legislativo. A proposta do Governo passa de cinco para 10 anos o período para a aquisição do direito; passa a considerar como tempo de serviço público, para efeito de férias-prêmio, aquele prestado apenas ao Estado de Minas; admite a conversão em espécie do benefício apenas quando da aposentadoria e prevê que a contagem em dobro das férias- prêmio não gozadas não será mais considerada para efeito de percepção dos adicionais por tempo de serviço. Mourão elencou razões de natureza "administrativa, filosófica e financeira" para justificar o encaminhamento da proposta pelo Governo. No plano administrativo, ele explicou que a medida é uma alternativa à demissão de servidores, em virtude do comprometimento da receita com a folha de pagamento, estabelecido hoje em 65% e que, em janeiro, passará a ser de 60%. "A média, nos primeiros nove meses desse ano, esteve em torno de 70% a 75%", disse ele, que descartou no momento intenção do Governo para demitir. Com relação aos aspectos "filosóficos" da medida, ele disse que a emenda é um retorno ao espírito original das férias-prêmio, que seria uma espécie de premiação do servidor ao final da carreira, assim como ocorre com os trabalhadores da iniciativa privada que possuem o Fundo de Garantia. O gasto acumulado de R$ 65 milhões, de janeiro a agosto, com o pagamento do benefício foi apresentado como a justificativa de natureza financeira. Desse montante, R$ 43 milhões com servidores do Legislativo e do Judiciário. Os RS$ 22 milhões restantes com os funcionários do Executivo. Segundo ele, esse gasto pode estar contribuindo para o achatamento do salário dos servidores. Mourão foi questionado ainda por vários deputados com relação à paralisação do pagamento de férias-prêmio requeridas nos meses de agosto, setembro e outubro. Mourão alegou problemas de caixa para interromper esse pagamento, que deve ser normalizado em novembro, segundo informou. No próximo dia 7, às 15 horas, também por solicitação do deputado Gilmar Machado (PT), serão chamados para discutir a emenda do Governo o presidente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação, José Augusto Braga, e o representante da Coordenação Sindical dos Servidores Públicos, Renato de Almeida Barros. Na reunião, os representantes dos servidores irão discutir com os deputados a emenda do Executivo e buscar apoio para uma proposta de emenda relativa às férias-prêmio, encaminhada ontem ao relator da matéria, deputado Simão Pedro Toledo (PTB), por representantes da Coordenação Sindical e pelo Sinder. A categoria propõe férias-prêmio com duração de seis meses, adquiridas a cada período de 10 anos de efetivo exercício no serviço público, e não mais prestado apenas ao Estado de Minas, como quer o Governo. Propõe ainda a conversão em espécie do benefício, a ser paga como indenização quando da passagem para a inatividade, ou, para efeito de aposentadoria e percepção de adicionais por tempo de serviço, a contagem em dobro das férias prêmio não gozadas. O deputado Gilmar Machado (PT), que pediu a presença do secretário, disse que os dados apresentados pelo Governo na reunião serão checados. O secretário ficou de enviar, a pedido de Machado, o número de cargos comissionados no Estado. Participaram da reunião os deputado Cleuber Carneiro (PFL), Simão Pedro Toledo (PTB), Paulo Piau (PFL), Bonifácio MOurão (PMDB), Romeu Queiroz (PSDB), Elbe Brandão (PSDB), Leonídio Bouças (PFL), Jairo Ataíde (PFL), Bilac Pinto (PFL), JOsé Henrique (PMDB), João Leite (PSDB) e JOsé Bonifácio (PSDB).
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