Relatório sobre mortandade de peixes no Rio das Velhas
O resultado das análises laboratoriais de mostras de peixes do Rio das Velhas será divulgado na próxima quarta-feira,...
23/09/1996 - 08:46Relatório sobre mortandade de peixes no Rio das Velhas
O resultado das análises laboratoriais de mostras de peixes do Rio das Velhas será divulgado na próxima quarta-feira, 1º de novembro. A informação foi dada pelo presidente da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam), Maurício Andrés Ribeiro. As mostras foram fornecidas or moradores de Corinto, que tinham peixes armazenados em congelador. Ele, e outros convidados, falaram ontem (26), em reunião da Comissão de Meio Ambiente da Assembléia Legislativa, sobre os recentes desastres ambientais que provocaram mortandade de peixes na bacia dos rios das Velhas, Piracicaba e e São Francisco. O secretário de Estado do Meio Ambiente, José Carlos Carvalho, fez uma análise retrospectiva da situação ambiental no estado. Segundo ele, o governo vem adotando uma série de medidas importantes, mas que ainda ficam aquém das necessidades, para redimensionar as políticas de desenvolvimento. O secretário ressaltou a necessidade de dar mais eficiência ao setor com a prática de um processo mais estreito de articulação entre os órgãos do governo e refazendo os procedimentos de controle e fiscalização de forma a não se restringirem apenas a problemas episódicos. O governo tem prazo de 180 dias, a partir da sanção da lei que criou a Secretaria (em 6 de setembro de 95), para reestruturar e definir competências e atribuições dos órgãos ambientais. José Carlos Carvalho falou, ainda, da importância de se identificarem as fontes poluidoras e comprometeu-se a enviar dados, através da Feam, para a Comissão de Meio Ambiente. Para o diretor de Controle e Fiscalização da Feam, José Cláudio Junqueira, o acontece no rio é reflexo da ocupação da bacia hidrográfica. Ele traçou um quadro da região, lembrando que há lançamentos clandestinos, atividade minerária, intensa atividade industrial e grande urbanização. "Não é a primeira vez e certamente não será a última mortandade no rio das Velhas", observou. Segundo o diretor, é praticamente impossível dizer a causa da mortandade dos peixes uma vez que a qualidade da água é de ruim para muito ruim. A secretária adjunta de Meio Ambiente de Belo Horizonte ressaltou que falta o gerenciamento dos recursos hídricos do estado. Ela lembrou que o "Fórum de Política Ambiental - Gestão Ambiental", promovido pela Comissão de Meio Ambiente da ALEMG, indicou que o órgão de gerenciamento de recursos hídricos (DRH) ficasse subordinado à Secretaria de Meio Ambiente. "Precisamos saber quem, quando, como e para quê usa nossos rios. Enquanto não houver um planejamento desse uso, vamos passar por sustos", comentou. O major Milton Moreira Chaves, chefe da 3ª Companhia Floresta em Montes Claros, também falou sobre a necessidade de entrosamento entre os diferentes órgãos. Piracicaba - A representante da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Ipatinga, Maria Imaculada Álvares Marques, denunciou a Usiminas como a maior poluidora do rio Piracicaba. Segundo ela, é a própria empresa quem faz o monitoramento das emissões e as descargas, muito freqüentes, são sempre consideradas acidentais. Maria Imaculada disse que, desde 1993 a Prefeitura envia relatórios à Feam e ao Copam e nada é feito. Ela entregou documentação sobre os fatos à Comissão de Meio Ambiente. Participaram, também da reunião, presidida pelo deputado Ivo José (PT), o superintendente do Ibama em Minas Gerais, Jáder P. Campos Figueiredo; o chefe da 3ª Seção do Estado Maior da PMMG, ten. cel. Isaac de Oliveira e Souza; o secretário-adjunto de Estado de Meio Ambiente, Paulo Teodoro de Carvalho e os representantes da Belgo Mineira, Fidias de Miranda, e da Mineração Morro Velho, Armando Castro. Estiveram presentes, ainda, os deputados José Bonifácio (PSDB), Antônio Roberto (PMDB), Arnaldo Penna e João Leite (PSDB) e Carlos Pimenta (PL).
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