Walfrido explica orçamento
O Vice-governador e secretário do Planejamento Walfrido dos Mares Guia, e os secretários João Heraldo Lima, da Fazend...
23/09/1996 - 08:46Walfrido explica orçamento
O Vice-governador e secretário do Planejamento Walfrido dos Mares Guia, e os secretários João Heraldo Lima, da Fazenda, José Raphael Guerra Pinto Coelho, da Saúde, e Israel Pinheiro Filho, de Transportes e Obras Públicas, participaram ontem (7/11) de um debate com os deputados na Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária da Assembléia Legislativa, presidida pelo deputado Miguel Martini (PSDB). Eles prestaram esclarecimentos sobre o Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), o Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) e o Orçamento Fiscal do Estado para 1996. Valfrido Mares Guia disse que o Orçamento de 1996 foi feito com bases realistas, sem indexação de qualquer espécie e com um regime de inflação muito pequeno. O orçamento prevê a movimentação de recursos em torno de 11,2 bilhões e prevê um crescimento da receita da ordem de 10%. O principal, segundo o secretário, são os investimentos previstos para as áreas de educação e de saúde. Para a área de educação serão alocados cerca de R$2 bilhões e para a saúde R$911 milhões. Na política dos consórcios de saúde, o Estado pretende investiver R$12 milhões, e igual montante no programa Médico da Família. Para o atendimento de urgência e emergência no Estado serão destinados R$14 milhões. Mares Guia disse que a maior preocupação do Governo é com a folha de pagamento do funcionalismo, mas garantiu que não haverá demissões no Estado. Somente a folha do Poder Executivo corresponde a 107% da arrecadação de ICMS. O governo também estima arrecadar cerca de R$700 milhões, com a venda do Credireal e de ações do Bemge e dos bônus da Cemig. O Secretário João Heraldo Lima disse que o orçamento é muito rígido, sem margens para manobra. A rigidez é, segundo o secretário, o preço que o país está pagando - e principalmente o setor público - pela estabilidade econômica. Para a execução do Orçamento, o secretário aponta a exigência do cumprimento de três pontos. O crescimento da receita, estimado em 10%, com combate a sonegação fiscal, a renegociação da dívida do Estado em melhores condições, e o controle da despesa de pessoal. A consistência interna do Orçamento depende desses três pontos e poderá ser conseguida "com muito trabalho e um pouco de sorte", concluiu João Heraldo Lima. Os secretários João Raphael Guerra e Israel Pinheiro Filho discorreram sobre os investimentos em suas áreas. O deputado Gilmar Machado (PT) questionou a suplementação de 25% proposta pelo Governo no Orçamento e disse que seu partido vai apresentar emenda para redução desse valor para 15%. Questionou também o fato de o governo estar alocando recursos de uma venda que não foi feita e quis saber qual a repercussão no Orçamento da manutenção do Fundo Social de Emergência, que retira receita dos Estados e municípios. O deputado Marcos Helênio disse que o governo demonstra má vontade em relação à Universidade do Estado de Minas Gerais e criticou o não atendimento das propostas aprovadas nas audiências públicas e a destinação de recursos para os parlamentares na rubrica subvenções sociais. Os deputados Alberto Pinto Coelho (PP), Paulo Piau (PFL), Gil Pereira (PP) e Carlos Pimenta (PL) questionaram também a exclusão, no Orçamento, das propostas das audiências públicas. Carlos Pimenta lembrou que das 122 propostas, 63 não foram atendidas, 48 foram atendidas parcialmente e apenas 11 receberam dotação orçamentária para 1996. O secretário Walfrido dos Mares Guia disse que o governo não conseguiu ainda incorporar as 10 fundações que optaram pela UEMG e estuda o impacto dessa medida em suas contas. Sobre as audiências públicas, Mares Guia respondeu que há propostas contempladas nas emendas de bancada apresentadas em Brasília e propostas cujo atendimento está previsto no PMDI. No caso das propostas da área de saúde, não haverá como atender, pois a prioridade do governo é a política de consórcios. O secretário defendeu também a manutenção das subvenções sociais como um instrumento importante para atendimento de demandas das regiões e disse que o deputado, como representante legítimo, é capaz de aplicar o recurso em proveito de sua comunidade. Participaram ainda da reunião os deputados Romeu Queiroz (PSDB), Geraldo Rezende (PMDB), Glycon Terra Pinto (PP) e Alencar da Silveira Jr. (PDT), membros efetivos da Comissão, e cerca de 30 parlamentares.
Responsável pela informação: Francisco Morais