Rejeitado subistitutivo a projeto Paraibuna de Metais
A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária aprovou, nesta quarta-feira (19), parecer do deputado Romeu Quei...
23/09/1996 - 08:46Rejeitado subistitutivo a projeto Paraibuna de Metais
A Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária aprovou, nesta quarta-feira (19), parecer do deputado Romeu Queiroz (PSDB) pela rejeição do substitutivo nº 1 ao projeto de lei 787/96, do governador do Estado, que autoriza o Executivo a realizar transação com a Companhia Paraibuna de Metais. O substitutivo tinha sido apresentado pelo deputado Marcos Helênio (PT) na reunião de Plenário da tarde da terça-feira. A matéria volta a Plenário hoje (20), para votação em 1º turno na Reunião Extraordinária das 9 horas. A proposição, que tramita em regime de urgência, prevê a remissão parcial de tributos e multas devidos pela Paraibuna de Metais. A dívida objeto da transação totaliza o montante de mais de 102 milhões de Unidades Fiscais de Referência (UFIRs) - o que equivaleria a R$ 85 milhões. Essa dívida refere-se à exigência de ICMS e acréscimos legais relacionados com a importação de mercadorias, sendo que o imposto teria sido recolhido, segundo a empresa, ao Espírito Santo. O projeto determina o perdão de parte da dívida, fazendo com que o crédito tributário resulte no montante de mais de 12 milhões de UFIRs - ou R$ 10 milhões. O substitutivo apresentado pelo deputado Marcos Helênio modifica totalmente o projeto original, ao propor o cancelamento de crédito tributário vencido até a data da publicação da lei e formalizado. Condiciona, no entanto, que seu valor seja igual ou inferior a R$ 1 mil, considerado cada processo tributário administrativo (PTA) individualmente. O substitutivo diz respeito, também, ao crédito tributário inscrito em dívida ativa, ajuizada ou não sua cobrança. O valor mencionado exclui os juros de mora. Segundo Marcos Helênio, a medida poderia beneficiar micro, pequenas e médias empresas, que se encontram em difícil situação. Interesse público - No parecer, o deputado Romeu Queiroz, líder do Governo, afirmou que a proposta do deputado do PT poderia ter reflexos negativos nas finanças públicas. Ressaltou, ainda, que R$ 1 mil não é uma pequena quantia, já que seria grande o número de contribuintes atingidos pelo benefício. O líder do Governo informou, por outro lado, que o governador Eduardo Azeredo recomendou estudos à Secretaria da Fazenda, visando atender a outras empresas do Estado, desde que isso não prejudique o interesse público. Os deputados Miguel Martini (PSDB), presidente da Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, José Maria Barros (PSDB) e Alencar da Silveira Júnior (PDT) também defenderam o projeto. Martini lembrou que a Paraibuna de Metais alega, na Justiça, uma dívida R$ 7 milhões para com o Estado - e não R$ 85 milhões, como afirma o Executivo. "Como há uma brecha na legislação, existe a possibilidade de ganho de causa pela empresa. Com o projeto, a Paraibuna vai abrir mão do litígio e pagará R$ 10 milhões à vista", afirmou. O deputado José Maria Barros lembrou, por outro lado, que o atraso no acordo entre Estado e Paraibuna de Metais poderá comprometer a transação da empresa com o Grupo Paranapanema, interessado em adquiri-la. Segundo Miguel Martini, com a transferência do controle da companhia, localizada em Juiz de Fora, serão gerados novos empregos e investidos R$ 200 milhões. Frigoríficos - Os deputados Marcos Helênio e Durval Ângelo (PT) defenderam o substitutivo, lembrando a necessidade de preservar as pequenas empresas do Estado. O deputado Durval Ângelo (PT) afirmou que era absurda a rejeição do substitutivo, já que esse segmento é responsável pela geração de vários empregos no Estado. Marcos Helênio questionou, ainda, emenda que favorece os frigoríficos do Estado, considerada por ele um "remendo" do projeto. A emenda foi apresentada pelo deputado Arnaldo Canarinho (PSDB) e acatada pelo deputado Miguel Martini, relator do projeto pela Comissão de Fiscalização Financeira, quando a proposição foi apreciada em 1º turno, nas Comissões. A emenda autoriza o Poder Executivo a "realizar transação com estabelecimento frigorífico localizado no Estado, relativamente a processo tributário administrativo resultante de autuação efetivada até a data da publicação desta lei, inclusive o inscrito em dívida ativa, ajuizada ou não a sua cobrança". O deputado Miguel Martini alegou, no entanto, que a emenda apenas autoriza a transação, mas exige que os frigoríficos preencham alguns critérios para serem beneficiados - entre eles, que apresentem projeto de trabalho. O deputado Geraldo Rezende (PMDB) reivindicou, ainda, do Governo, medidas de estímulo às micro e pequenas empresas. Compareceram à reunião os deputados Miguel Martini (PSDB), que a presidiu, Geraldo Rezende (PMDB), Aílton Vilela (PSDB), José Maria Barros (PSDB), Romeu Queiroz (PSDB), Durval Ângelo (PT) e Alencar da Silveira Júnior (PDT).
Responsável pela informação: Fabiana Oliveira - GCS - 031-2907800