MourÃO debate desligamento voluntário no Estado com deputados
O Secretário de Estado de Recursos Humanos e Administração, Cláudio Mourão disse que o Governo de Minas espera obter ...
23/09/1996 - 08:46MourÃO debate desligamento voluntário no Estado com deputados
O Secretário de Estado de Recursos Humanos e Administração, Cláudio Mourão disse que o Governo de Minas espera obter uma redução de 15%, ou cerca de 14 mil, dos quase 90 mil servidores do Executivo, através do Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Isso significará uma redução de R$8 milhões por mês, correspondendo a 2% da folha de pagamento do Estado. O programa abrange a administração direta, autarquias e fundações públicas, Cláudio Mourão participou da reunião da Comissão de Administração Pública, presidida pelo deputado Ajalmar Silva (PSDB). O servidor estável que aderir ao programa receberá 120% do salário por ano trabalhado a título de indenização, pagamento de férias vencidas e não gozadas nem convertidas em espécie, 13º salário proporcionalmente ao número de meses trabalhados, e assistência do Ipsemg, extensiva aos dependentes, pelo período de um ano. Além disso, o Estado oferecerá assistência e treinamento para os que se interessarem em estabelecer-se no mercado de trabalho. O servidor não estável receberá 100% do salário por ano trabalhado e gozará igualmente das outras vantagens. Para financiar o programa, o Governo contraiu empréstimo de R$210 milhões junto à Caixa Econômica Federal. Respondendo ao deputado Bonifácio Mourão (PMDB), o Secretário disse que os recursos da Caixa não poderão ter outro uso, se não houver adesão ao PDV e que o Governo espera gastar somente R$100 milhões, obtendo somente no primeiro ano uma economia de R$104 milhões. Bonifácio Mourão questionou também a exclusão dos servidores do magistério do programa. Cláudio Mourão respondeu que o quadro da Educação já foi enxugado e que nesse setor, como nos outros que foram excluídos do projeto - os policiais civis e militares, os procuradores e os defensores públicos - o Estado teria que substituir o servidor exonerado, o que não seria compensador. O secretário enfatizou que o objetivo do programa é reduzir a folha de pagamento. Para ele, aos servidores com salário mais alto e mais tempo de serviço não interessa a adesão a esse tipo de programa. Mourão disse ainda que o programa não é a solução para os problemas do Estado, pois abrange apenas 10% da folha de pagamento, que tem 36% comprometido com inativos, 32% com o magistério, 10% com as polícias militar e civil e 12% com os outros poderes do Estado. O deputado Dílzon Melo (PTB) disse que o custo do empréstimo, que seria da ordem de 3% ao mês, impedirá que o Estado tenha qualquer ganho com a medida. Cláudio Mourão não soube informar quanto aos juros do empréstimo. Já o deputado José Bonifácio (PSDB) considerou os percentuais para cálculo da indenização pouco estimulantes para o servidor e disse que apresentará emenda elevando aqueles valores para 150% no caso do servidor estável e 125% para o não-estável. O deputado Arnaldo Penna (PSDB) disse que não deveria haver exclusão de qualquer categoria no programa e Gilmar Machado (PT) questionou a exclusão da área de saúde. Cláudio Mourão disse que, com a municipalização das atividades de saúde, o Estado ficou com excesso de servidores, principalmente na área administrativa, sem poder demiti-los, por causa da estabilidade. Gilmar Machado disse que o Estado está abrindo mão da experiência acumulada dos servidores e que na área de pesquisa, de ciência e tecnologia, são anos e anos de investimento em pesquisadores. "Isso parece um contra-senso, já que uma das prioridades do Programa Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI) são exatamente as missões tecnológicas", disse o deputado. O deputado Durval Ângelo e Gilmar Machado questionaram a possibilidade de inclusão dos servidores já demitidos que estão reintegrados em razão de liminar concedida ´pela Justiça. Cláudio Mourão disse que eles não foram incluídos no programa porque encontram-se em situação "sub judice". "Se houver uma saída jurídica, não nos opomos a incluí-los no programa", disse. Participaram ainda dos debates os deputados Jairo Ataíde (PFL), João Leite (PSDB), Elbe Brandão (PSDB), José Henrique (PMDB), Anderson Adauto (PMDB) e Dimas Rodrigues (PPB). Parecer - A Comissão aprovou parecer do deputado Arnaldo Penna (PSDB), favorável, em 1º turno, na forma do substitutivo nº 1, ao projeto de lei nº 760/96, do deputado Anderson Adauto, que autoriza o Poder Executivo a firmar convênios com empresas privadas que desejarem construir e reformar obras públicas em território mineiro.
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