Secretário de Segurança diz ser contra a Ouvidoria da Polícia
O secretário de Segurança Pública de Minas Gerais, Santos Moreira, afirmou nesta quarta-feira (12-06), durante reuniã...
23/09/1996 - 08:46Secretário de Segurança diz ser contra a Ouvidoria da Polícia
O secretário de Segurança Pública de Minas Gerais, Santos Moreira, afirmou nesta quarta-feira (12-06), durante reunião da Comissão de Administração Pública, ser contra a criação da Ouvidoria da Polícia do Estado, prevista no PL 741/96, do deputado Durval Ângelo (PT). Já o ouvidor da Polícia do Estado de São Paulo, Benedito Domingos Mariano, e a representante da coordenadora de Direitos Humanos de Belo Horizonte, Helena Greco, Heloisa Amélia Greco, também participaram do debate e defenderam a aprovação da proposta. Santos Moreira argumentou que já existem diversas instâncias do poder público atuando fiscalização da atuação policial, como a Corregedoria de Polícia, o Ministério Público e a Ouvidoria do Estado. Por isso, disse, a Ouvidoria de Polícia iria se sobrepor institucionalmente ao trabalho desenvolvido, no momento em que se busca o enxugamento da máquina pública. Ele afirmou ainda que a filosofia atual da direção da polícia mineira é buscar a minimização da violência policial, o que pode ser verificado na diminuição de 85% dos casos. "Hoje, sob fundamento da violência policial, Minas Gerais não precisa de Ouvidoria de Polícia", posicionou-se. O ouvidor de Polícia de São Paulo, o sociólogo Mariano defendeu a criação do órgão e argumentou que a sua ação ajuda a diminuir a violência e melhora a qualidade do trabalho policial. Ele acrescentou que a Ouvidoria não é um órgão que irá se sobrepor aos já existentes, mas sim complementar as suas ações. Mariano, nomeado pelo governador Mário Covas (PSDB), que criou a Ouvidoria por decreto no primeiro dia de seu governo, destacou que em seis meses de atuação o órgão recebeu 2 mil chamadas, enquanto nos seis meses anteriores somente 10 foram encaminhadas ao gabinete do secretário de Segurança Pública daquele Estado. "É uma prova concreta da credibilidade da Ouvidoria junto à população", disse. No mesmo sentido, Heloisa Greco afirmou que o projeto do deputado Durval Ângelo é importante por seus princípios. Ela defendeu o fim do que chamou de aparelho repressivo do Estado, que utiliza da violência contra os cidadãos através das polícias Civil e Militar. "A Ouvidoria significa o controle externo do aparelho policial", disse. O ponto em comum entre todos os participantes ficou por conta do problema enfrentado pela Polícia Civil na guarda de detentos que deveriam estar em presídios mantidos pela Secretaria de Justiça. Santos Moreira afirmou que não há como fazer segurança pública com a Polícia Civil tendo de cumprir função de guarda de detentos. O deputado Durval Ângelo destacou que a criação da Ouvidoria de Polícia está garantida pela Constituição. Os deputados João Leite (PSDB) e Arnaldo Penna (PSDB) também apoiaram a instalação da Ouvidoria. Leite destacou que o´órgão contribui com a polícia mineira, enquanto Penna disse que a Ouvidoria completará o trabalho na área de segurança pública desenvolvido pelo Governo Estadual. Na mesma reunião, foram aprovados pareceres favoráveis a três projetos: PL 705/96, do deputado José Bonifácio (PSDB), em 1º turno, que regulamenta o artigo 117 da Constituição do Estado ; PL 771/96, do deputado Geraldo Nascimento (PT), em 1º turno, que acrescenta parágrafo ao artigo 5º da Lei 10.624, trata da composição do Conselho Estadual de Habitação (inclui representante do Fórum Estadual de Moradia Popular); e PL 682/96, do deputado Geraldo Nascimento (PT), em 1º turno, que dispõe sobre a instalação e o uso de aparelho eliminador de ar na rede de água, na forma do substitutivo nº 1 do deputado Arnaldo Penna (PSDB), que torna obrigatória a instalação do aparelho pelas concessionárias do serviço, desde que o serviço seja solicitado e custeado pelo consumidor. Participaram da reunião os deputados Ajalmar Silva (PSDB) - presidente, Arnaldo Penna (PSDB) - vice-presidente, Bonifácio Mourão (PMDB), Durval Ângelo (PT), Elbe Brandão (PSDB), João Leite (PSDB) e Dilzon Melo (PTB).
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