Economia criativa é alternativa de desenvolvimento

Assunto será discutido em audiência pública da Comissão de Turismo, Comércio, Indústria e Cooperativismo.

28/08/2015 - 12:24

Com o objetivo de debater a economia criativa como alternativa de modelo de desenvolvimento econômico e social para o Estado, a Comissão de Turismo, Comércio, Indústria e Cooperativismo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realiza audiência pública nesta segunda-feira (31/8/15), às 14 horas, no Plenarinho IV, a requerimento do deputado Agostinho Patrus Filho (PV). A iniciativa visa a aprofundar a discussão em torno do tema, já que a economia criativa tem seu valor reconhecido internacionalmente.

“A economia criativa tem sido compreendida como uma potencial alavanca para o desenvolvimento de muitas nações, sendo que mais de 60 países já realizam procedimentos sistemáticos de mapeamento do seu setor criativo”, justifica o autor do requerimento.

Segundo o parlamentar, o Brasil reconheceu recentemente a importância do setor criativo para o desenvolvimento do País, inserindo o tema estrategicamente em sua agenda política. Um exemplo disso é a criação, em 2012, da Secretaria Nacional de Economia Criativa no âmbito do Ministério da Cultura, cujo objetivo é implementar políticas públicas para o desenvolvimento local e regional por meio do apoio aos profissionais e aos micro e pequenos empreendimentos criativos.

“No cenário econômico nacional, Minas Gerais é sabidamente um Estado cuja economia é visceralmente dependente das commodities que produzimos. Por outro lado, nosso modelo de indústria tradicional ainda é metódico, repetitivo e de produção em massa. Apesar de sermos o terceiro Estado da Federação em número de empregados criativos, a remuneração média desses profissionais ocupa apenas a 12ª posição no ranking nacional”, lamenta o parlamentar.

Segundo definição do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), reproduzida pelo requerimento, economia criativa é o termo criado para nomear modelos de negócio ou gestão que originam atividades, produtos ou serviços desenvolvidos a partir do conhecimento, criatividade ou capital intelectual de indivíduos visando à geração de trabalho e renda.

Estão inseridas nesse contexto atividades ligadas aos setores de cultura, moda, design, música e artesanato. Ainda de acordo com o Sebrae, outra parte é oriunda do setor de tecnologia e inovação, como o desenvolvimento de softwares, jogos eletrônicos e aparelhos de celular. Também estão incluídas as atividades de televisão, rádio, cinema e fotografia, além da expansão dos diferentes usos da internet (desde as novas formas de comunicação até seu uso mercadológico), por exemplo.

Diferentemente da economia tradicional, de manufatura, agricultura e comércio, a economia criativa foca, essencialmente, no potencial individual ou coletivo para produzir bens e serviços criativos, prossegue o texto do Sebrae, acrescentando, ainda, que, de acordo com as Nações Unidas, as atividades do setor estão baseadas no conhecimento e produzem bens tangíveis e intangíveis, intelectuais e artísticos, com conteúdo criativo e valor econômico.

Convidados – Foram convidados para a audiência o secretário de Estado de Turismo, Mário Henrique da Silva; o secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Miguel Corrêa da Silva Júnior; a diretora de Fomento à Indústria Criativa da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Fernanda Medeiros Azevedo Machado; o gerente do Serviço de Apoio às Pequenas e Microempresas de Minas Gerais (Sebrae), Agmar Abdon Campos; o reitor da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), Dijon Moraes Junior; o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio), Lázaro Luiz Gonzaga; e a doutora em Economia e professora na UFMG, Ana Flávia Machado.

Também foram convidados o design e empreendedor em novos modelos de educação criativa, Paulo Roberto Emediato; o arquiteto e urbanista, idealizador do projeto A Alfaiataria, Lucas Durães; o fundador da Galeria de Arte Quarto Amado, Bernardo Biagioni; e a especialista em Marketing e cofundadora e coordenadora executiva do Movimento Savassi Criativa, Natalie Oliffson.