Debate Público Turismo Criativo e Oportunidades de Desenvolvimento para o Setor em Minas Gerais foi promovido pela Comissão de Turismo
José Filipe informou que MG é o 3º destino mais procurado para turismo no Brasil

Minas Gerais deve criar sua marca de destino turístico

Opinião foi apresentada por pesquisador de Madri durante debate público sobre turismo criativo nesta segunda (25).

25/11/2013 - 13:21 - Atualizado em 25/11/2013 - 15:45

A necessidade de Minas Gerais criar uma marca de destino turístico, transformando-a em um ativo tangível que traga benefícios ao Estado, foi destacada pelo CEO da Bloom Consulting Madri, José Filipe Torres. Ele proferiu a palestra “Posicionamento de Mercado e Destinos Turísticos”, na manhã desta segunda-feira (25/11/13), durante Debate Público Turismo Criativo e Oportunidades de Desenvolvimento para o Setor em Minas Gerais, promovido pela Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). O evento foi requerido pelo presidente da comissão, deputado Gustavo Perrella (SDD), e os debates prosseguem na tarde desta segunda (25).

Segundo José Filipe Torres, 90% das cidades ou países não têm sucesso em sua estratégia de marca. Ele esclareceu que marca não é um slogan ou uma logo criada, mas a percepção que as pessoas têm daquele local.

“Muitas vezes a percepção é inimiga dos destinos e precisa ser trabalhada”, observou, ao lembrar que a identidade de uma localidade vem sendo construída ao longo dos anos e que, nos tempos medievais, por exemplo, a percepção criada era de uma cidade forte, que impõe seu território. Já atualmente, os países perceberam que precisam fazer negócios e turismo e precisavam mudar essa percepção. “Hoje existe muito mais oferta de destinos turísticos, e você precisa se posicionar para as pessoas irem ao seu destino”, afirmou.

José Filipe Torres ponderou que a marca de um destino turístico pode ser criada por meio da imagem de lideranças mundiais ou de filmes e documentários. Também as competições esportivas podem mudar a percepção de um local. Neste sentido, José Filipe destacou que o Brasil, com as Olimpíadas, pode ter a oportunidade de aumentar sua marca de 5 milhões de turistas por ano. Hoje, o Brasil é a 42ª marca mais eficaz quando se fala em destino turístico.

Ele disse ainda que a mídia tem um impacto na percepção que as pessoas têm de um local, e não basta os países e destinos investirem em propaganda e logomarca sem mudar a percepção que as pessoas têm daquele lugar. Em sua opinião, a marca é um ativo que vai trazer receita econômica para o País e região, trazendo benefícios com impacto social.

O executivo destacou que 86% dos turistas consultam a internet para se informarem sobre o destino turístico escolhido e 63% usam ferramenta de busca. Segundo ele, hoje existem 551 milhões de procuras online sobre os destinos turísticos, e 9 milhões dessas procuras são geradas para Minas Gerais.

José Filipe Torres informou ainda que Minas Gerais é o terceiro destino mais procurado, em nível internacional, para turismo no Brasil. Rio de Janeiro e São Paulo ocupam as primeiras posições. “Isso mostra que existe uma grande curiosidade sobre Minas Gerais”, afirmou. Em relação ao Estado, a gastronomia mineira ocupa o segundo lugar de procura na internet, atrás apenas de São Paulo. “Esses indicadores ajudam a entender o que o mundo quer de Minas Gerais”, ponderou.

Neste sentido, ele acrescentou que Minas Gerais precisa pensar em uma estrutura de marca que seja eficiente para o mundo. Por isso, acredita que a marca mineira pode ser trabalhada para as áreas de investimento, turismo e talento, com objetivos concretos para cada uma delas.

Comissão já fez vários debates sobre o tema

Na abertura do debate público, o deputado Gustavo Perrella lembrou que, nos últimos três meses, foram feitas várias reuniões e debates sobre o tema na ALMG. “Esses encontros foram de grande valia, já que conhecemos toda a estrutura do Estado, ouvindo diversos segmentos diferentes”, disse.

Já a secretária-adjunta de Estado de Turismo, Silvana Melo do Nascimento, destacou que o turismo é principal distribuidor dos produtos e serviços produzidos pela economia criativa e que a gastronomia é o diferencial que deve ser divulgado no Estado. “É a partir daí que devemos fazer o debate para buscarmos novas contribuições para formatar esses produtos e serviços criativos à disposição do turista”, afirmou. “Podemos sair daqui com projetos e ações para cada vez mais fomentar a economia criativa em diversas regiões do Estado”, completou.

Durante a mesa redonda "Empreendendorismo Criativo", o assessor técnico da diretoria regional do Senac, André Carvalho, disse que o turismo criativo precisa estar focado nas suas raízes e na cultura. Ele lembrou as culturas regionalizadas que já trabalham sua imagem há um bom tempo, como a gaúcha e a baiana. “Em Minas Gerais, temos condições tão grandes e importantes como essas culturas regionais”, disse, ao destacar ainda a gastronomia mineira como um produto único do Estado.

Neste sentido, a diretora de roteirização da Happy Travel, operadora e receptivo de turismo de Brumadinho, Marcela Azevedo, apresentou as ações para colocar a cidade no roteiro turístico do Estado, mostrando seus atrativos além do museu de Inhotim. Por meio dessa pesquisa, Marcela disse que foram apresentados dois produtos para a cidade, que são a Rota da Cachaça Veredas do Paraopeba e o Vale das Conquistas. Segundo ela, o vale é um trabalho comunitário com foco na gastronomia artesanal.

Inovação – O chefe executivo do Projeto Rio Criativo, Guilherme Velho, afirmou que a inovação é tão importante quanto a criatividade, já que a inovação é a possibilidade de fazer coisas novas gerarem valor e resultado. Ele disse que a economia criativa no Brasil abriga hoje 810 mil profissionais em 243 mil empresas que produzem, aproximadamente, R$ 110 bilhões, ou seja, 2,7% do PIB nacional.