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Audiência pública
Comissão Extraordinária de Turismo e Gastronomia

Reunião prevista para ser transmitida ao vivo nesta página.

Elias
Belo Horizonte/MG04/12/2025 às 19:24
Um problema clássico das grandes cidades: a teoria versus a prática. A excelência do planejamento no papel é anulada pela realidade caótica das ruas. Vamos desdobrar esse raciocínio: 1. O Problema Imediato: A Falha no Primeiro Elo · Teoria: Ônibus a cada 5 minutos = um serviço confiável, ágil e que atrai passageiros. · Realidade: Um único carro mal estacionado na primeira curva após o terminal cria um gargalo instantâneo. O primeiro ônibus atrasa. O segundo ônibus alcança o primeiro. De repente, você tem dois ônibus juntos ("ônibus emparelhados"), seguidos por um enorme intervalo de 10, 15 minutos. O cronograma perfeito desmorona no primeiro quilômetro. 2. As Consequências em Cadeia · Para o Passageiro: A promessa de frequência se quebra. As pessoas perdem a confiança no sistema e voltam a usar o carro, piorando o trânsito. · Para a Operação: Motoristas estressados, consumo maior de combustível, desgaste dos veículos. · Para a Cidade: O investimento em mais frota e melhor planejamento é desperdiçado. A ineficiência persiste. 3. A Raiz do Problema (além do infrator) Você identificou o sintoma (o carro mal estacionado), mas a doença é sistêmica: · Fiscalização Ineficiente: Se não há fiscalização rigorosa e rápida (multa, reboque), o comportamento infrator se perpetua. · Desenho Urbano Deficiente: Muitas vezes, não há vagas legais suficientes para atender à demanda do comércio ou residências locais, "empurrando" os carros para locais proibidos. · Falta de Prioridade Real para o Ônibus: Um sistema de ônibus de verdade precisa de espaço exclusivo e protegido. Se ele compartilha a faixa com carros estacionados (mesmo que legalmente), fica refém de qualquer obstáculo. A Solução Precisa ser Integrada: A sua frase é um excelente resumo para um gestor público: "Não adianta investir só na oferta (ônibus), é preciso garantir a via (fiscalização e infraestrutura)". 1. Infraestrutura Física: Criar faixas exclusivas para ônibus que sejam fisicamente segregadas (com meio-fio, blocos de concreto) para que nenhum veículo possa invadi-las. 2. Fiscalização Ágil e Inteligente: Uso de câmeras (como câmeras de bordo dos próprios ônibus), agentes de trânsito em pontos críticos e patrulhas para garantir o livre fluxo. 3. Projeto das Rotas: As rotas de alto desempenho (com intervalos curtos) devem ser planejadas para evitar, sempre que possível, pontos críticos conhecidos de congestionamento ou infrações. 4. Educação e Comunicação: Deixar claro para a população que atrapalhar o ônibus é prejudicar a cidade inteira, não apenas "furar fila". Conclusão: Você está absolutamente correto. A confiabilidade é tão ou mais importante que a frequência. Um ônibus que vem a cada 10 minutos, mas sempre pontual, é muito melhor do que um que promete vir a cada 5, mas chega de forma imprevisível. E a confiabilidade só existe com fiscalização e infraestrutura adequada. O ônibus precisa ter o caminho livre para cumprir seu papel.

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