Reunião pretendia debater o inquérito que teria sido aberto contra o sargento do CBM Alexandre Rodrigues
Para Alexandre, investigação aberta teve como intuito intimidar a tropa

Oficiais dos Bombeiros não comparecem novamente à reunião

Presidente da Segurança Pública diz nesta segunda-feira (21) que quer convocá-los devido às ausências a quatro reuniões.

21/05/2018 - 18:40

Pela quarta vez, os oficiais do Corpo de Bombeiros Militar (CBM) coronel Marcus Tibúrcio Lima e capitão Luiz Frederico Pascoal não compareceram à audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), para a qual foram convidados nesta segunda-feira (21/5/18). Os oficiais são, respectivamente, o corregedor e o chefe da Divisão de Auditoria da corporação.

Por esse motivo, o presidente da comissão, deputado Sargento Rodrigues (PTB), informou que vai conversar com o presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes (PMDB), para tentar convencê-lo a convocar os dois oficiais, uma vez que estes já se ausentaram por quatro vezes.

A reunião foi requerida por Sargento Rodrigues e pelo deputado João Leite (PSDB), com o objetivo de debater o inquérito que teria sido aberto contra o sargento do CBM Alexandre Rodrigues, devido a críticas feitas ao comando geral da corporação e ao Governo do Estado.

Os comentários foram proferidos em audiência pública na ALMG, em 13 de dezembro de 2017, por Alexandre, que é presidente da Associação dos Servidores do Corpo de Bombeiros e Polícia Militar de Minas Gerais (Ascobom).

Petição - Em entrevista à TV Assembleia, Sargento Rodrigues defendeu o bombeiro militar, argumentando que este usou do seu direito de petição, a que faz juz qualquer cidadão brasileiro. “O Sargento Alexandre Rodrigues teceu críticas ao comando do Corpo de Bombeiros e ao Governo de Minas. Falou sobre atraso nos salários, falta de correção das perdas inflacionárias e sobre o desvio de recursos do Instituto de Previdência dos Servidores Militares (IPSM)”, confirmou.

Na avaliação do parlamentar, o comando do CBM e os oficiais responsáveis pelo inquérito deram mostras de desrespeito à Assembleia. “Todo cidadão tem direito de se manifestar livremente e esses oficiais têm que respeitar a lei”, concluiu.

No requerimento, Sargento Rodrigues destaca que o inquérito afronta as prerrogativas da Assembleia e viola o artigo 5º da Constituição Federal. Esse dispositivo assegura o direito de entidades representarem seus filiados e veda a proibição desse direito por motivo de convicção política.

O deputado João Leite também criticou os oficiais: “Ao se ausentarem da reunião, eles podem imaginar que estão atacando Sargento Rodrigues, mas não! Estão atacando a população de Minas Gerais”. Na opinião do parlamentar, esta ausência revela uma faceta ditatorial do atual governo. “Dizem que ouvem para governar, mas não enviam representantes a esta e outras audiências da Assembleia. Esse é o caminho mais rápido para o naufrágio”, inferiu.

Para sargento, quem agredir entidades vai responder na forma da lei

Em tom crítico, o sargento Alexandre Rodrigues lamentou a ausência dos seus comandantes na reunião, especialmente do coronel Marcus Tibúrcio.

“O que custa o coronel Tibúrcio vir aqui para se explicar?”, questionou ele, apontando que a investigação aberta teve como objetivo intimidar a tropa.

Na visão do bombeiro militar, o coronel deveria expor por que está perseguindo praças e oficiais da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. “Quando constrange a entidade, ele maltrata toda a categoria”, avaliou.

O dirigente da Ascobom ainda criticou o comando do CBM: “Quando você se levanta contra um governo que está prejudicando a categoria, o comando, que é totalmente servil ao governador, quer punir”. Ele avisou que todos que tentarem agredir as entidades vão responder na forma da lei.

Consignações - O presidente da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra-PM/BM), sargento Marco Antônio Bahia, expressou a indignação da categoria. “Além do trabalho sujo de punir dirigentes, agora este governo não está repassando as consignações das entidades de classe. Está surrupiando nossas consignações”, denunciou.

Ele anunciou que no dia 6 de junho, às 14 horas, todo o pessoal da segurança pública estadual vai se reunir na Praça da Liberdade, para protestar contra o governo.

Também o cabo Michael André Santos, diretor de assuntos institucionais do Centro Social dos Cabos e Soldados, prestou solidariedade ao sargento Alexandre Rodrigues: “Não vamos deixar que você, Alexandre, nem qualquer outro representante sindical seja desrespeitado”.

Consulte o resultado da reunião.