Deputados sabatinam diretora de Administração e Finanças da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais durante reunião na ALMG
Paula Vasques diz que alienação do bem vai gerar reflexo positivo no balanço patrimonial da Codemig

Codemig esclarece dúvidas sobre transferência de imóvel

Representante da empresa responde a perguntas de deputados sobre alienação da Estação da Cultura.

06/07/2015 - 15:51

A diretora de Administração e Finanças da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), Paula Vasques, esteve na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para tirar dúvidas sobre a alienação da sede da Estação da Cultura Presidente Itamar Franco, em Belo Horizonte, à empresa. A reunião foi promovida pela Comissão de Fiscalização Financeira e Orçamentária, nesta segunda-feira (6/7/15), requerida pelo deputado Gustavo Valadares (PSDB).

A Codemig é uma empresa pública constituída na forma de sociedade anônima e controlada pelo Estado de Minas Gerais. A alienação do imóvel é tratada no Projeto de Lei (PL) 1.266/15, do governador, que já está na pauta do Plenário para discussão e votação em 2º turno. A transferência da posse do imóvel onde fica a Estação da Cultura à Codemig tem por objetivo a subscrição e integralização de aumento do capital social da empresa por seu acionista majoritário, o Estado. Isso será feito por meio da emissão de novas ações ordinárias da companhia, no montante de R$ 171,89 milhões, correspondente ao valor médio do imóvel.

Um dos primeiros questionamentos, feito pelo deputado Gustavo Corrêa (DEM), foi sobre esse valor médio do imóvel. “O presidente da Codemig disse que gastou R$ 256 milhões no prédio. No entanto, caso ocorra a transferência, o Estado vai receber apenas R$ 171,89 milhões em troca?”, perguntou. A representante da empresa explicou que o complexo cultural, atual sede da Orquestra Filarmônica de Minas, vai abrigar também a Rádio Inconfidência e a TV Minas. Segundo Paula Vasques, são as obras para abrigar as três instituições que custarão o valor de R$ 256 milhões. Os R$ 171,89 milhões referem-se apenas ao valor do terreno.

“Assim, o valor total previsto do empreedimento se compõe da soma dos valores do terreno e da benfeitoria a ser construída, resultando em aproximadamente R$ 425 milhões”, explicou. Paula Vasques disse que não há prazo para o término das obras de instalação dos espaços que vão abrigar a Rádio Inconfidência e a TV Minas. “Em princípio, estava marcado para este mês, mas deverá haver algum atraso”, acrescentou.

O deputado Gustavo Valadares (PSDB) quis saber, com a mudança dessas instituições para a Estação da Cultura, se haverá a necessidade do pagamento de aluguel. Atualmente, a TV Minas e a Rádio Inconfidência não têm sedes próprias, portanto, já ocorre o pagamento de aluguéis por parte do Governo do Estado. A representante da Codemig disse que, sim, haverá a cobrança de aluguel, com a alienação do imóvel. “A cobrança se dá para que não haja a depreciação do patrimônio líquido da Codemig, uma vez que estamos fazendo investimentos com dinheiro público e que geram despesas”, salientou. Paula Vasques disse que o valor ainda vai ser calculado. “É preciso aguardar o término das obras para se ter uma estimativa do valor, mas nossa intenção é que ninguém saia perdendo nem ganhando”, afirmou.

Deputados fazem questionamentos

O deputado Gustavo Corrêa questionou o porquê de ter sido apresentado, durante a tramitação do PL 1.266/15, a emenda nº 2, que assegura tanto à Codemig quanto ao Estado o direito de recompra do imóvel durante operação financeira que o envolva. “Se a ideia da Codemig é oferecer o imóvel de garantia em algum pedido de empréstimo, a empresa tem que honrar com o compromisso de pagar a dívida e retomar o bem”, disse o parlamentar. “Até entendo se a preferência de recompra for apenas do Estado, mas não compreendo como a Codemig poderá recomprar um imóvel que passará a ser da própria empresa”, criticou.

A representante da Codemig explicou que a ideia da emenda é apenas garantir que Estado e a própria empresa possam comprar o imóvel em algum momento crítico e, assim, preservar o prédio. “Se o bem for dado como garantia em uma situação de empréstimo e a Codemig estiver em um momento ruim, haverá a garantia do Estado recomprar o imóvel”, afirmou. “Ainda nesta situação do bem como garantia em uma operação de empréstimo, a recompra pela própria Codemig seria no momento em que a empresa conseguisse pagar antecipadamente a dívida contraída por esse empréstimo”, acrescentou. O deputado Gustavo Corrêa disse não entender a resposta apresentada e sugeriu retirar a emenda de tramitação.

O parlamentar, junto com o deputado Gustavo Valadares, também quis saber se há possibilidade de TV Minas, Rádio Inconfidência e Orquestra Filarmônica serem desalojadas futuramente do prédio, caso a Codemig queira usar o imóvel para outros fins. Paula Vasques garantiu que não há essa possibilidade. O deputado Gustavo Valadares afirmou, no entanto, que vai apresentar emenda ao PL 1.266/15 em Plenário para assegurar, pelos próximos 25 ou 30 anos, que o imóvel abrigue as três instituições.

Reflexo positivo - Ao final dos esclarecimentos, a diretora de Administração e Finanças da Codemig sintetizou os objetivos da alienação do imóvel. “O intuito é unificar para a empresa o terreno e a benfeitoria a ser construída (infraestrutura para abrigar as três instituições) e gerar reflexo positivo no balanço patrimonial e na contabilidade da empresa”, resumiu.

O deputado Tiago Ulisses (PV), que presidiu a reunião, ratificou boa parte das explicações dadas pela representante da Codemig. Já o deputado Vanderlei Miranda (PMDB) afirmou que a transferência do imóvel do Estado para a Codemig “não representa nenhuma preocupação”, uma vez que a empresa pertence ao próprio Estado. “O prédio continua com todas suas garantias e na posse do Governo de Minas”, concluiu.

Consulte o resultado da reunião.