Presidente da ALMG defende modelo em rede do Forpaz
Dinis Pinheiro abre evento em Monlevade lembrando ações da Assembleia pela paz e diz que fórum é exemplo para o País.
10/10/2013 - 13:02O presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Dinis Pinheiro (PP), defendeu nesta quinta-feira (10/10/13), em João Monlevade (Região Central do Estado), que o modelo de organização do Fórum de Promoção da Paz Escolar e de Articulação em Rede (Forpaz) seja usado para ações em vários campos. “O Brasil precisa desse exemplo de rede e de coletividade do Forpaz na busca de ações que possam nos levar ao estágio do progresso e do desenvolvimento”, registrou o parlamentar ao participar da abertura do XIV Forpaz Regional, realizado pela Superintendência Regional de Ensino de Nova Era no Real Esporte Clube de Monlevade.
O presidente da ALMG frisou ainda que a Assembleia de Minas, um dos parceiros do fórum, tem feito esforços em várias frentes que podem contribuir para uma convivência social mais pacífica . Citou como exemplos a Campanha Assine + Saúde, em prol de mais recursos federais para a saúde, o movimento pela renegociação da dívida com a União, de forma que os estados possam ter mais recursos para investimentos, e a criação da Comissão de Prevenção e Combate ao Crack e outras Drogas, por ser este um problema que vem afetando drasticamente a juventude e gerando violência.
Dinis Pinheiro acrescentou que 25 estados brasileiros deviam juntos, em 1998, R$ 120 bilhões, montante que saltou para R$ 450 bilhões hoje, dos quais Minas responde por R$ 65 bilhões. O parlamentar também criticou o fato de países africanos investirem mais do que o Brasil em saúde e lamentou que situação semelhante venha acontecendo com a educação em relação a nações vizinhas.
“Da mesma forma que a saúde, a educação também é pressuposto da paz social e da dignidade cívica. Mas também aí os investimentos do Brasil ainda deixam a desejar”, afirmou Dinis Pinheiro ao destacar que o País investe em educação o equivalente a 2.400 dólares por estudante ao ano, enquanto países como Chile e Argentina investem respectivamente 3.500 e 3.200 dólares.
Apesar desta discrepância, o parlamentar ressaltou o esforço de educadores envolvidos em iniciativas da importância do Forpaz. "Temos visto em Minas muitas escolas modestas, mas que têm capital humano extraordinário e atuante na redescoberta de valores sociais importantes e de princípios éticos de solidariedade e de generosidade”.
Articulação em rede é trunfo do fórum
A diretora da Superintendência Regional de Educação de Nova Era, na Região Central, Regina Maria Pimentel de Caux, destacou que o Forpaz reúne diversos órgãos, instituições e parceiros para a promoção da paz escolar, união que segundo ela fortalece a iniciativa. Ressaltando que o fórum é ao mesmo tempo fruto de um esforço próprio e coletivo, ela disse que o trabalho comunitário mostra que prevenir a violência é também uma obrigação de todos os cidadãos. "A Superintendência Regional tem investido no Forpaz, junto às escolas da região desde 2010, com ênfase em ações que valorizam o respeito ao outro e o reconhecimento da diversidade", afirmou Regina. Mostras de trabalho de alunos, palestras, edição de livro de boas práticas, convênios com prefeituras da região e encontros periódicos de diretores de escolas foram exemplos de ações citados pela diretora.
O prefeito de João Monlevade, Teófilo Faustino Miranda Torres Duarte, também destacou a união dos diversos níveis de poderes em prol do Forpaz. Ele lembrou que a violência vem aumentando e se tornando comum. "É necessário atuar no presente, como tem feito o fórum, para mudar o futuro", disse. Ele avaliou também que a experiência do trabalho do Forpaz mostra que a articulação entre estudantes, professores, gestores, família e órgãos públicos é o melhor caminho para promover a paz nas escolas e na sociedade e destacou a importância de parceiros como a ALMG nessa articulação.
A secretária adjunta de Estado de Educação, Maria Sueli de Oliveira Pires, ressaltou que o apoio da ALMG ao fórum, ao se tornar público, representou um salto para a iniciativa. “Foi um momento importante, porque significou que todos assumimos um compromisso público de transformar o Forpaz numa política de fato”, afirmou. O fórum, acrescentou Maria Sueli, envolve ações práticas e simples, mas que ganham força com apoios como os da ALMG. Ela defendeu, entre outros, que a atuação em conjunto de todos os que integram o Forpaz possa evitar a judicialização indiscriminada de episódios de violência que afetam as escolas, marcando para sempre a vida de jovens que podem ter outra forma de abordagem.
Também compuseram a mesa de abertura o defensor público Wellerson Corrêa, o juiz da Infância e da Juventude José Carlos de Matos, o comandante da 17ª Cia. da Polícia Militar de João Monlevade, tenente coronel Erasmo Rodrigues do Nascimento,
Após a abertura, o fórum prosseguiu com uma série de atividades, entre palestras, apresentações culturais e rodas de conversa. O deputado Paulo Lamac (PT), vice-presidente da Comissão de Combate ao Crack e outra Drogas, foi o primeiro palestrante e fez um balanço das ações de enfrentamento às drogas desenvolvidas pela ALMG.
História - Criado em 2007 por iniciativa da Defensoria Pública, o Forpaz reúne uma rede articulada de parceiros engajada na prevenção e enfrentamento da violência nas escolas estaduais mineiras. Na prática, o Forpaz dá o suporte necessário para que diretores, educadores e comunidade em geral tenham condições de gerenciar melhor conflitos no ambiente escolar e social, com enfoque preventivo em vez de repressor.
O Forpaz ganhou nova dinâmica em 2011, com o envolvimento da ALMG. Além de garantir os recursos necessários a sua manutenção por meio das revisões anuais do PPAG, o Parlamento mineiro tem contribuído para disseminar essa discussão em iniciativas como o Fórum Técnico Violência nas Escolas – Por uma Cultura de Paz, realizado ao longo de cinco meses em 2011.