DEPUTADO ARMANDO COSTA (PMDB)
Declaração de Voto
Comenta o processo de eleição dos membros da Comissão Constitucional da
IV Assembléia Constituinte Estadual.
Reunião
5ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 11ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 27/12/1988
Página 20, Coluna 2
Evento Eleição da Comissão Constitucional da IV Assembléia Constituinte Estadual (1988 - 1989)
Assunto CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.
Legislatura 11ª legislatura, 2ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 27/12/1988
Página 20, Coluna 2
Evento Eleição da Comissão Constitucional da IV Assembléia Constituinte Estadual (1988 - 1989)
Assunto CONSTITUIÇÃO ESTADUAL.
5ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 2ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 11ª
LEGISLATURA, EM 22/12/1988
Palavras do Deputado Armando Costa
O Deputado Armando Costa (*) – Sr. Presidente, em nome da Bancada
do PMDB, quero cumprimentar todos os 21 membros da Comissão
Constitucional, hoje eleitos nesta Casa.
Quero cumprimentar, também, a Mesa Diretora da Comissão
Constitucional, desejando a eles, que vão elaborar o nosso Projeto
de Constituição, que façam um trabalho digno, aquele que todo o
povo mineiro deseja, uma Constituição soberana e democrata, que
atenda aos interesses maiores da população do nosso Estado.
Sr. Presidente, gostaria de, rapidamente, historiar a
participação da Bancada do PMDB neste processo. Há cerca de dois
meses, esta Liderança, reunida com a Bancada do PMDB, deliberou
que deveríamos pleitear para nossa Bancada os cargos de Presidente
e de Relator da Comissão Constitucional.
De lá para cá, convidamos todas as Lideranças partidárias desta
Casa para vários encontros, na minha sala, para ver se chegávamos
a um consenso. O PMDB sempre procurou o consenso e nunca fechou
questão, nas dez reuniões que mantivemos.
Ontem, a Bancada do PMDB reuniu-se e escolheu dois membros que
participariam da Comissão: o Deputado João Rosa, como Presidente,
e o Deputado Bonifácio Mourão, como Relator. Conforme o Regimento
aprovado, a Bancada do PMDB tinha o direito de disputar três dos
sete cargos da Mesa Diretora da Comissão Constitucional.
Todas as Bancadas e Lideranças partidárias insistiram com o PMDB,
no sentido de que fosse magnânimo e cedesse um dos cargos
principais da Mesa, a Presidência ou cargo de Relator, para que
houvesse uma chapa de consenso.
As conversas evoluíram, e hoje, às 14 horas, continuava a pressão
em cima da Liderança do PMDB para que, pelo bem da Constituição, o
nosso Partido cedesse em sua reivindicação e concordasse em
retirar um dos seus candidatos, para que houvesse a chapa de
consenso. Fomos sensíveis a essa reivindicação e pedimos à Bancada
do PMDB, por intermédio do Deputado Ronaldo Vasconcellos, que
suspendesse a reunião, para que o PMDB pudesse dialogar sobre o
assunto, já que a decisão que tínhamos tomado era da Bancada e,
sozinho, não poderíamos assumir a responsabilidade de decidir.
As Bancadas e as Lideranças partidárias da Casa tinham proposto
ao PMDB que indicasse o 1º-Vice-Presidente, o 1º-Secretário e o
Relator; as demais Bancadas da Casa indicariam o Presidente, o 2º-
Vice-Presidente, o 2º-Secretário e o Relator Adjunto.
Dirigimo-nos para a sala da Liderança do PMDB, e foi doloroso
para nós tomar a decisão que retiraria o nome de companheiros
nossos da chapa. No entanto, toda a Bancada reunida reconheceu que
o processo constitucional não é somente de um Partido, o processo
constitucional é de todo o povo mineiro, e que nós teríamos de ter
este gesto de grandeza, concordando com a proposta dos demais
companheiros.
Modificamos nossa chapa e trouxemos nossos três candidatos,
aceitando a proposta dos demais Partidos do Legislativo. Qual não
foi nossa surpresa ao chegarmos ao Plenário e sabermos que os
outros Partidos, que haviam feito proposta para conciliação, não
se entendiam entre si! O desenrolar dos fatos não se deveu ao
PMDB, e este Deputado esteve, várias vezes, em entendimento com os
companheiros João Pedro Gustin, Luiz Vicente, Mílton Salles e
Agostinho Valente, insistindo para que houvesse consenso entre
eles. Infelizmente, isso não aconteceu. A maioria dos Deputados
das outras Bancadas optou por indicar quatro nomes, e nós não
tivemos nenhuma participação nessa indicação. Quando saímos da
reunião da Bancada do PMDB tomamos uma decisão, a decisão de
acatar os nomes que fossem indicados. Nada temos contra o Deputado
Luiz Vicente ou contra o Deputado Camilo Machado. Respeitamos os
dois colegas, consideramo-los competentes e capazes. Qualquer um
que fosse candidato seria por nós aceito. Quando a maioria dos
Deputados optou pelo nome de Camilo Machado, insistimos com o
Deputado Luiz Vicente para que se candidatasse ao cargo de Relator
Adjunto. Sabemos da boa convivência que ele tem com o Deputado
Bonifácio Mourão, e eles poderiam, de comum acordo, fazer um
trabalho perfeito. A Bancada do PMDB não participou de nada disso.
Fomos sondados para que modificássemos o nosso pensamento. O que
aconteceu foi que os Partidos não chegaram a um acordo. Lamentamos
profundamente. Não vamos nos furtar ao diálogo. O que aconteceu
foi uma tentativa de conciliação. Teremos, em março, a eleição da
Mesa Diretora do principal período da Constituinte mineira. Faço
um apelo, o PMDB está de coração aberto, propomos aos senhores que
seja eleita uma Mesa eclética para dirigir os trabalhos e os
destinos da Casa. Estamos abertos ao diálogo. Todas as Lideranças
devem participar da Mesa. Que não falte nenhuma. O PMDB deseja que
esta Constituição tenha a participação dos 77 Deputados.
Reconhecemos muitas de nossas falhas, mas não podemos admitir
todas as falhas que nos são atribuídas. Estamos com o espírito
aberto, aceitamos o diálogo. Não ficaremos nem com o PT, nem com o
PFL, nem com o PDS ou qualquer outro partido, ficaremos coma nossa
consciência, para que o povo mineiro tenha a melhor Constituição
que já teve. Não vamos ter nenhum Centrão, nenhuma esquerda,
teremos, sim, uma grande Constituição para o povo mineiro. Este é
o pensamento que trago ao Plenário e à Presidência. Esta é a nossa
proposta: uma Mesa Diretora eleita que represente a totalidade da
Casa. Muito obrigado. (* - Sem revisão do orador.)