Crise, reforma política e eleições
25/10/2017O cientista político Carlos Ranulfo faz uma análise do quadro político atual. Ele afirma que o governo Temer já acabou, independentemente da aceitação ou não da segunda denúncia. Ranulfo afirma que o presidente Temer deve ficar a mercê dos parlamentares, em vez de comandar o Congresso, como fizeram Lula e Fernando Henrique Cardoso. O cientista político entende que o mandato dele está garantido por causa de dois fatores, a ausência de manifestações de rua e porque ele ainda tem o apoio do mercado financeiro. Carlos Ranulfo acredita que Temer pode ter um final de mandato parecido com o do ex-presidente José Sarney, que não conseguiu conduzir projetos para o país e não foi capaz de ter o seu legado defendido por nenhum dos candidatos a presidente da eleição de 1989. Ele acredita que o PMDB deve ter muitas dificuldades nas eleições do ano que vem, uma vez que as principais lideranças do partido foram atingidas por escândalos de corrupção. Ranulfo também vê o PSDB desgastado pelos escândalos de corrupção e afetado negativamente por integrar o governo Temer. Ele aposta que o prefeito de São Paulo João Doria se inviabilize como possível candidato a presidente e que o governador de São Paulo Geraldo Alckmin deve representar os tucanos em 2018. Sobre os outros possíveis candidatos, Ranulfo entende que o apresentador Luciano Huck possui fragilidades e um passado de ligação com políticos que deve dificultar o discurso de novidade, afirma que Marina Silva já gastou o seu capital político e que Ciro Gomes depende da situação do PT para ter força na disputa. O cientista político analisa a situação do ex-presidente Lula e diz que acha difícil ele conseguir disputar a eleição e, mesmo que consiga, não acredita que ele terá condições de vencer o pleito. Ele também analisa a viabilidade de Jair Bolsonaro e diz que ele é o que mais se aproxima de um retrocesso autoritário para o Brasil. Ranulfo também comenta os principais pontos da reforma política e diz como ela deve impactar nas eleições do ano que vem.