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Memória e Poder

Dança: Angel Vianna

02/09/2017

Aos 88 anos, a coreografa e bailarina mineira Angel Vianna segue nos palcos. Ela recebeu a equipe da TV Assembleia em seu apartamento no Rio de Janeiro após um fim de semana de apresentações em São Paulo. A motivação para se manter em cena, ela resume de maneira singela: "Quando estou no palco, eu sou Angel". A carreira de 69 anos dedicados à dança começou em Belo Horizonte, na década de 1940, no ballet Minas Gerais, comandado pelo professor Carlos Leite. Lá, ela e o marido Klauss Vianna ganharam destaque pelo talento e pelas coreografias que valorizavam temas nacionais. A dupla levou para os palcos adaptações de Ciro dos Anjos ("O Amanuense Belmiro"), Carlos Drummond de Andrade ("Caso do Vestido") e Tomaz Antonio Gonzaga ("Marília de Dirceu"). Inovaram ao associar a dança ao estudo da anatomia humana. "Para entendermos como mover o corpo, precisamos compreender essa estrutura de ossos, músculos e orgãos. O corpo é o nosso grande filósofo", define Angel. Depois de criarem o ballet Klauss Vianna, em Belo Horizonte, e de uma passagem como professores da Universidade Federal da Bahia, Angel e Klauss foram para o Rio de Janeiro, onde chamaram a atenção de artistas do porte de Marília Pêra, ao aplicarem a técnicas de expressão corporal ao teatro. Depois da morte de Klauss e do único filho, Rainer, nos anos 1990, Angel se dedicou a trabalhos sociais. Foi uma das primeiras coreografas a usar a dança na recuperação de pessoas com deficiência. O trabalho em universidades e em hospitais da Rede Sarah Kubitschek foi reconhecido com a Ordem do Mérito Cultural da Presidência da República. "O corpo tem memória. Quando você acha que não consegue, aí é que o corpo mostra do que é capaz", sintetiza.