Comissão busca solução para represa de Nova Ponte
Deputados se reúnem com ONS em Brasília para cobrar cota mínima de água no reservatório da hidrelétrica no Triângulo.
29/09/2021 - 18:56O presidente da Comissão de Agropecuária e Agroindústria da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), deputado Delegado Heli Grilo (PSL), reuniu-se com representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) em Brasília nesta quarta-feira (29/9/21) para buscar uma solução que viabilize uma cota mínima de água no reservatório da Usina Hidrelétrica de Nova Ponte (Triângulo Mineiro).
Segundo o parlamentar, o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, acolheu as demandas apresentadas por ele e pela deputada federal Greyce Elias (Avante-MG) e se comprometeu a discutir o assunto com representantes da Cemig (que opera a hidrelétrica), da Agência Nacional de Águas (ANA) e do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam).
“Vamos esperar que as decisões sejam favoráveis à nossa reivindicação. Não podemos deixar morrer as represas e lagos na região”, afirmou o deputado.
Atualmente o reservatório de Nova Ponte, que fica na confluência dos rios Quebra Anzol e Araguari, está com 10,45% de sua capacidade. Se o nível da represa continuar baixando, a criação de tilápias em tanques-rede pode ficar comprometida. Por isso, a Comissão de Agropecuária defende que seja mantido pelo menos 10% do volume de água do lago.
Em reunião realizada no dia 1º de setembro, os piscicultores manifestaram preocupação com a redução da água, o que pode levar à mortandade dos peixes.
Muitos produtores já levaram as gaiolas para áreas mais profundas, mas a situação ainda é preocupante, pois as medidas determinadas pelo ONS para garantir a geração de energia durante a seca na Bacia Hidrográfica do Paraná podem fazer a represa de Nova Ponte baixar até atingir o seu volume morto. Se isso acontecer, podem morrer 15 milhões de tilápias, o que representaria um prejuízo de R$ 120 milhões.
O Igam já baixou uma portaria que determina que a Usina de Nova Ponte opere com no mínimo 10% do volume útil do seu reservatório. Mas cabe ao ONS estabelecer as regras para a operação das hidrelétricas. As condições determinadas em função da falta de chuvas vigoram até o dia 30 de novembro.