Pronunciamentos

DEPUTADO JOÃO VÍTOR XAVIER (CIDADANIA)

Declaração de Voto

Apresenta apelo ao governador Romeu Zema para que mantenha um bom relacionamento com o Congresso Nacional e com o presidente Lula, para resolver o problema da dívida do Estado com a União.
Reunião 75ª reunião ORDINÁRIA
Legislatura 20ª legislatura, 1ª seção legislativa ORDINÁRIA
Publicação Diário do Legislativo em 08/12/2023
Página 112, Coluna 1
Indexação

75ª REUNIÃO ORDINÁRIA DA 1ª SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA 20ª LEGISLATURA, EM 6/12/2023

Palavras do deputado João Vítor Xavier

O deputado João Vítor Xavier – Minha querida presidente Leninha, eu queria aproveitar a oportunidade para falar da questão do Regime de Recuperação Fiscal e fazer um apelo, um apelo ao governador do Estado, um apelo à assessoria do governador, às pessoas que cercam o governador. Governador, o meu apelo é o seguinte: a hora é de serenar. Estava abrindo aqui o meu telefone, deputada Leninha, e vendo hoje a troca de falas do governador e as resposta do senador Rodrigo Pacheco. Minas Gerais nesse momento precisa é agradecer ao senador Rodrigo Pacheco pelo que ele está fazendo pelo Estado, com empenho, esforço e utilização da força da cadeira de presidente do Congresso Nacional para resolver um problema do Estado. Tudo o que a gente não precisa no momento é de qualquer tipo de tensionamento desnecessário, seja com o senador Rodrigo Pacheco, seja com o governo federal. O momento não é de eleição. Ninguém está no palanque, ninguém está disputando eleição agora. O que está em jogo é a vida de milhões de mineiros, de milhares e milhares de servidores públicos que nós temos no Estado. A responsabilidade de todos nós, que fazemos política, é muito grande neste momento, seja nós, deputados estaduais, que temos aqui essa faca no peito, que é o Regime de Recuperação Fiscal, seja o governador, que não fez essa dívida, mas agora tem que administrá-la e também conviver com esse problema da dívida do governo federal. Mas a responsabilidade, a dor é, principalmente, dos mineiros, que precisam do serviço público, que precisam dos servidores públicos. Precisamos manter os servidores com os salários em dia, bem valorizados. Então, não é hora! Tem hora na vida que, quanto mais ficar calado, melhor. E alguém precisa dizer isso ao governo do Estado, pedir isso ao governador, à assessoria do governador, à equipe do governador. Que alguém venha a público, de preferência o governador, o mais breve possível, para se retratar e dizer o seguinte: "Olha, nós precisamos do apoio do governo federal, nós precisamos do apoio do senador Rodrigo Pacheco, do presidente do Congresso". O resto, a gente esquece. Eleição do ano que vem se discute no ano que vem, eleição de 2026 se discute em 2026. Agora é hora de resolver esse problema, e Minas Gerais precisa muito do apoio do senador Rodrigo Pacheco, que tem tido uma postura republicana, tem tido uma postura de estadista. Preocupado com um problema sério do Estado, ele puxou para si a responsabilidade de tentar resolver esse problema que não foi criado por ele e não é gerido por ele no dia a dia. Então, governador Romeu Zema, quero pedir ao senhor, sei que o senhor é um homem bom, uma pessoa do bem, mas talvez, em alguns momentos, falte à assessoria do senhor o traquejo necessário, a orientação para não entrar em bolas divididas que não são necessárias no momento. Não é só com o senador Rodrigo Pacheco, não, é com o governo federal também. Se o senhor gosta ou não do presidente Lula, é um direito do senhor. O senhor como eleitor, como figura pública, como homem público, governador de Minas, não é obrigado a gostar do presidente da República. Mas, neste momento, Minas Gerais precisa da boa vontade do governo federal. Então, não é momento de atritar com a presidência da República. Depois que passar tudo, quando chegar 2026, se o senhor tiver feito um bom governo, é mais do que legitimo que o senhor se candidate ao que o senhor quiser, é um direito que o senhor tem. O senhor é governador de Minas, faz um bom governo, faz um bom trabalho, mas não é hora de pensar em palanque político, não é hora de atritar. Nós precisamos de que o presidente Lula ajude Minas Gerais nessa questão do Regime de Recuperação Fiscal. Nós precisamos de que o presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco, mineiro e competente, continue fazendo o que ele tem feito de maneira brilhante, nos últimos dias, ajudando a resolver esse pepino, ajudando a resolver esse imbróglio. Então, pelo amor de Deus, governador Zema, faça tudo o que o senhor puder fazer para contemporizar essa questão neste momento, porque isso é importante para Minas Gerais e para os mineiros. A sua assessoria, se não puder ajudar, que pelo menos não atrapalhe. Que chegue alguém para falar com o senhor que não é hora de atritar, que não é hora de tensionar. Tem hora na vida, governador, que é hora de falar, mas, tem hora na vida que é hora de calar, esperar, ter prudência e parcimônia. Pelo amor de Deus, onde é que as pessoas que cercam o governador estão com a cabeça? Buscar atrito, neste momento, com o governo federal ou com o presidente do Congresso é no mínimo pouco inteligente. Para sair de um problema desse tamanho, nós precisamos de muita inteligência, de estratégia, de união e de unidade. Minas Gerais precisa de unidade, neste momento, e de humildade também. De humildade e entendimento! Estou vendo aqui uma deputada do PT e um deputado do PL, que estão sentados aqui, nesta bancada. Sei que, acima de qualquer desejo pessoal, eleitoral, partidário, os dois têm uma coisa que os une, que é o interesse público e o interesse pelo bem do cidadão e da cidadã de Minas Gerais. Vamos deixar que isso fale mais alto neste momento, porque tudo o que Minas Gerais não precisa, num momento em que já está com a corda no pescoço, é pular do caixote. É pular do caixote! Não há condição, em um momento desesperador desse para o Estado de Minas Gerais, de continuarem com discurso político-eleitoral, pensando na próxima eleição, em vez de pensar na situação nos próximos meses, em que será preciso pagar o salário do servidor, em que será preciso conceder a recomposição, em que será preciso colocar merenda na creche, em que será preciso pagar a merenda da escola, em que será preciso pagar fardamento para policial, armamento para a polícia, viatura, combustível, pensar na UPA, no posto de saúde, nas santas casas. É nisso que é preciso pensar. E, governador, se, com seriedade, estamos pensando nisso, o momento é de recolher, dialogar e entender que, goste ou não goste do governo federal, é preciso se sentar à mesa com o presidente da República e pedir a ajuda dele. Estejam juntos ou separados, o senhor e o presidente do Senado, nas próximas eleições, o senhor precisa dele no momento. Então tenha humildade e adote a estratégia de buscar a ajuda dele e de não atritar, seja com o presidente do Congresso, seja com o presidente da República. Depois cada um escolhe seu caminho, disputa o que quiser, porque é democrático e é do processo republicano, mas agora, agora, é hora de humildade, de serenidade e de dizer: presidente Rodrigo Pacheco, Minas Gerais precisa do senhor. E, se esse pedido, esse apelo não vem do Palácio Tiradentes, humildemente peço aqui, em nome do meu mandato, daqueles que votaram em mim; humildemente peço: presidente Rodrigo Pacheco, Minas Gerais precisa do senhor e precisa da sua ajuda. Governo federal, Minas Gerais precisa dessa ajuda para que possamos resolver esse problema da dívida, que tanto atormenta. Depois cada um vota em quem quiser, e vida que segue, porque isso é muito menos importante do que a vida do cidadão que é impactado pelo serviço público todos os dias. Obrigado, presidente.