O programa foi apresentado por sua coordenadora, mas lentidão foi apontada pelo presidente da comissão, Coronel Sandro
Governo prevê concessão de sete parques estaduais em 2023

Minas quer parcerias para exploração em 20 parques estaduais

A primeira concessão foi feita ano passado, na Rota das Grutas Peter Lund, e outras já estão sendo preparadas.

24/05/2022 - 17:55

Até 2026, o governo de Minas pretende consolidar parcerias com a iniciativa privada, para a concessão de exploração em 20 parques estaduais. O primeiro contrato foi assinado em agosto do ano passado na Rota das Grutas Peter Lund, da região central, que deve redundar numa economia de R$ 4 milhões anuais para os cofres do Estado. Os dados foram apresentados em audiência pública da Comissão Extraordinária das Privatizações da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, nesta terça-feira (24/5/22).

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião.

O andamento do Programa de Concessão de Parques Estaduais (Parc) do governo foi apresentado pela Coordenadora do Núcleo de Projetos Especiais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Cecília Fernandes de Vilhena. De acordo com ela, o contrato já assinado será por 28 anos, e permite ao concessionário desenvolver atividades e implantar equipamentos que incremetem o setor de turismo nas unidades de conservação.

A Rota das Grutas Peter Lund é composta pelo Parque Estadual do Sumidouro, localizado nos municípios de Pedro Leopoldo e Lagoa Santa, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), além dos monumentos naturais estaduais Gruta Rei do Mato, em Sete Lagoas, e Peter Lund, em Cordisburgo, ambos na região Central de Minas.

O objetivo do governo com o programa, lançado em abril de 2019, é, por meio das concessões, ampliar o ecoturismo, com geração de emprego e renda. “Os parques têm um grande potencial e vocação natural para o turismo”, afirmou Cecília Vilhena.

Iniciativa geraria empregos e qualidade de atendimento para visitantes

Ela citou o relatório produzido pelo Instituto Semeia em 2021, que estima a geração de até um milhão de empregos e contribuição com cerca de R$ 44 bilhões para o Produto Interno Bruto (PIB) a partir da exploração turística dos parques brasileiros.

Na avaliação da coordenadora, além do incremento financeiro para Minas, esse tipo de parceria traz mais segurança e melhor qualidade de atendimento para os visitantes, pois os contratos exigem do investidor respeito às normas de manejo das unidades, investimentos em serviços e equipamentos ofertados e compartilhamento das receitas com o Estado.

Nos modelos adotados pelo governo mineiro, continuará sob responsabilidade do Instituto Estadual de Florestas (IEF), que atualmente cuida de todas as unidades, o monitoramento e fiscalização dos parques concedidos e aprovação das atividades e obras a serem executadas.

Para Cecília Vilhena, a transferência da gestão também vai desafogar o IEF, que poderá se dedicar com mais eficiência às suas funções finalísticas de implementar e desenvolver políticas públicas de preservação, conservação e uso sustentável dos ecossistemas do Estado.

Cecília Vilhena assegurou que as concessões vão ser feitas apenas sobre 3% a 5% das áreas dos parques, que serão destinadas ao turismo. O restante continuará a ser utilizados para preservação ambiental. Os contratos também asseguram, de acordo com a coordenadora, isenções e descontos nas cobranças de ingressos para as comunidades onde estão inseridas as unidades.

O governo já está realizando consultas e audiências públicas visando à abertura das parcerias para os parques do Ibitipoca (Zona da Mata) e Itacolomi, que abrange Ouro Preto e Mariana, na região Central. Também estudos técnicos estão sendo realizados sobre o Rola Moça e outras formas de parcerias com outras unidades no Estado.

Demora na implementação

Para a subsecretária de Estado de Turismo, Degislaine da Silva Souza, as parcerias entre o Estado e a iniciativa privada podem desafogar os cofres públicos e representar ganhos para os turistas, com a melhoria dos serviços ofertados nos parques estaduais.

A chefe de Gabinete do IEF, Elce Maria Ribeiro, completou que os recursos devem ser direcionados para ampliar a atuação do instituto para a preservação dessas unidades. “Estamos confiantes que isso vai trazer bons resultados para o nosso Estado”, disse ela.

Já o presidente da comissão, deputado Coronel Sandro (PL), criticou a morosidade para a concretização dos contratos de concessão. Ele é favorável à implementar as parcerias nas 94 unidades mineiras, por acreditar que vão melhorar as condições desses equipamentos naturais.

“Já comandei unidades de meio ambiente na Polícia Militar e os parques ficam jogados, sem cuidados, sem a devida atenção e exploração econômica” explicou. Na opinião do deputado, as receitas geradas pelas concessões podem ajudar a conservar melhor e divulgar os parques para o mundo, aumentando o fluxo de turistas.