A importância da representatividade das mulheres na política. Em ano eleitoral, esse tema pautará a plenária do Sempre Vivas 2022, a ser realizada nesta sexta-feira (27/5/22), às 14 horas, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A iniciativa marca o encerramento do evento deste ano.

De acordo com a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), realizada em 2019, as mulheres representam 51,8% da população brasileira. Apesar disso, são apenas 12% do Senado, 15% da Câmara de Deputados e 11,68% da Assembleia de Minas.

A mesma situação se repete no Legislativo e Executivo municipais do Brasil, onde ocupam 16% e 12% dos cargos de vereador e gestor municipal, respectivamente.

O encontro desta sexta (27), no Plenário, não só vai refletir sobre esse cenário, mas também permitir a elaboração e, posteriormente, o encaminhamento ao Legislativo, Executivo, Judiciário, Ministério Público e Defensoria Pública de uma “Carta das Mulheres de Minas”, com algumas das principais demandas das mulheres no Estado.

Para isso, vai reunir 77 mulheres que pretendem representar a diversidade desse público nas diferentes regiões de Minas Gerais em suas lutas por direitos. Esse número simboliza as vagas de parlamentares no Legislativo mineiro.

A plenária será composta pelas nove deputadas da ALMG e outras 68 representantes, indicadas pela comissão organizadora do evento, contemplando os critérios de diversidade territorial, racial, de gênero, de faixa etária e de área de atuação.

Entre as participantes estão a cacica da Aldeia Katurãma, de São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, Ãgohó Pataxó Hã-hã-hãe; a integrante da Cooperativa de Material Reciclável da Pampulha e mobilizadora social, Cleide Maria Santos Vieira; e a integrante da Rede Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos, Dirlene Marques.

Também foram chamadas a coordenadora-geral do Centro Nacional de Africanidade e Resistência Afro-brasileira, Makota Celinha; a coordenadora adjunta da Aliança Nacional LGBTI+ em Minas Gerais, Letícia Imperatriz; e a advogada, escritora e doutoranda em direito pela Faculdade Nacional de Direito da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Ana Paula Lemes de Souza.

Feira Mulheres de Minas

Paralelamente à plenária haverá a Feira Mulheres de Minas, com exposição de produtos de economia solidária, culinária, arte e artesanato, feitos por mulheres mineiras ou que vivem em Minas.

A feira, que vai ser realizada das 9 às 18 horas, no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira, vai divulgar o talento de mulheres do Estado e gerar renda, após um período de restrições impostas pela pandemia.

Evento em 2022 tem como foco justiça e direitos

O Sempre Vivas 2022 se debruça sobre a seguinte pergunta: “Justiça e direitos: por que é tão difícil para as mulheres alcançá-los?”.

Além disso, reflete sobre a atuação política como um importante caminho para a conquista e a efetivação dos direitos, e para que todas as mulheres possam de fato ser respeitadas na sociedade.

Outro tema enfocado é o agravamento de problemas como o desemprego, o isolamento, a violência e o adoecimento físico e mental, como consequência da pandemia.

O evento anual é realizado em parceria com coletivos, entidades e órgãos ligados à pauta feminina para marcar o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, e dar visibilidade à luta das mulheres.

Neste ano, o evento já realizou, nos dias 8 e 9 de março, um ciclo de debates, em que autoridades e especialistas abordaram os temas da justiça e direitos, violência e machismo institucional e consequências e desafios intensificados com a pandemia.

ALMG busca contribuir para redução de desigualdade de gênero

A Assembleia Legislativa busca, em suas atividades, contribuir para a redução da desigualdade de gênero e de violências praticadas contra as mulheres. Além da realização do Sempre Vivas, os assuntos estão sempre em pauta no Legislativo.

Por meio da Resolução 5.590, de 2021, foi criada ainda a Procuradoria da Mulher da ALMG, como parte de uma estratégia de fortalecimento da atuação política das deputadas e de atendimento a demandas relativas à discriminação e à violência contra a mulher. A mesma resolução criou no Parlamento a Bancada Feminina.