Parlamentares e convidados abordaram planejamentos para a expansão das energias renováveis no Estado
Representante da Empresa de Pesquisa Energética destacou investimentos em andamento
MG tem previsão de investimentos em linhas de transmissão

Investimentos em andamento melhoram transmissão de energia

Representantes dos governos federal e estadual apresentaram, nesta quarta (11), projetos de aumento da rede.

11/03/2020 - 18:34

Projetos para a expansão de linhas de transmissão de energia elétrica, em especial na Região Norte de Minas Gerais, foram apresentados durante audiência pública, na tarde desta quarta-feira (11/3/20). A inauguração dessas obras foi considerada essencial para o desenvolvimento do Estado e vai garantir principalmente a distribuição de energia limpa, notadamente a solar.

Durante a reunião, realizada pela Comissão Extraordinária de Energias Renováveis e Recursos Hídricos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), os convidados ressaltaram que a geração de energia elétrica tem aumentado mais rapidamente do que o previsto nos planejamentos estadual e federal. Em alguns casos, empreendimentos tem tido o acesso às linhas de transmissão negados por falta de estrutura, como destacou Sumara Ticom, representante do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

Consulte o resultado e assista ao vídeo completo da reunião.

Ligado ao Ministério de Minas e Energia, o ONS prevê, segundo Sumara Ticom, que 40% do crescimento previsto para o setor de geração nos próximos anos esteja ligado a fontes solares. O Norte de Minas Gerais é um local privilegiado para esses investimentos, graças ao alto índice de insolação em todas as estações do ano.

Ainda de acordo com a convidada, diante desse quadro, a região  já é considerada pelo governo federal como prioritária para investimentos na área de transmissão.

Em consonância com a apresentação de Sumara, o representante da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Rafael Theodoro Mello, apresentou os projetos já em andamento em Minas Gerais, muitos deles no Norte do Estado.

Também ligada ao Ministério de Minas e Energia, a EPE faz planejamentos de duração de 10 anos. Ele mostrou o mapa das linhas de transmissão atuais, no qual ficou evidente a menor interligação na região, e marcou na imagem os investimentos em andamento.

Ao todo, já estão em execução, segundo o representante da EPE, investimentos que chegarão a R$ 13 bilhões e beneficiarão diretamente 180 municípios. Um conjunto desses projetos já deverá estar em operação a partir de março do próximo ano. Tratam-se de obras licitadas em 2015, que atenderão, além da Região Norte, os vales do Jequitinhonha e do Mucuri, além das regiões Sul, Leste e Metropolitana de Belo Horizonte.

Outro pacote de investimentos deve levar à inauguração de oito subestações até fevereiro de 2022. Elas devem melhorar a integração entre o Nordeste e o Sudeste do Brasil, passando por Minas Gerais. De acordo com o representante do EPE, a inauguração de subestações é, em geral, seguida de investimentos locais em geração de energia centralizada, ou seja, gerada para ser consumida em regiões próximas, o que diminui a perda energética durante a transmissão.

Cemig também vai investir e deve inaugurar 80 subestações

Os investimentos estaduais também foram apresentados durante a audiência. Quem representou a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) foi o engenheiro de planejamento Allisson Guedes. Segundo ele, os ciclos de investimentos da empresa são de quatro anos e o atual, que vai de 2018 a 2022, prevê a inauguração de 80 subestações – bem mais do que no ciclo anterior, quando 19 foram inauguradas.

Ainda de acordo com Allisson Guedes, essas obras já estão em andamento e devem somar R$ 6,2 bilhões de investimentos. Trinta e quatro por cento desses recursos seriam destinados às regiões Norte e Leste.

Em consonância com o colega da EPE, ele falou sobre os projetos de geração centralizada e disse que atualmente Minas Gerais conta com 275 unidades de minigeração, como fazendas solares, mas há previsão de que esse número chegue a 815 no fim do ciclo de investimento da Cemig.

O deputado Gil Pereira (PP), um dos autores do requerimento que deu origem à reunião, ressaltou a urgência dos projetos e solicitou aos envolvidos que avaliassem reduzir os prazos de entrada em operação. Segundo ele, vários empresários têm interesse em expandir suas produções, ou iniciar novas atividades, e não o fazem por falta dessa infraestrutura energética. Muitos empresários estiveram na reunião e concordaram com suas colocações.

Um deles, o industrial Ailton Lobo, destacou que, para aumentar a produtividade mineira, é preciso, além de melhorar a distribuição energética, resolver os problemas fundiários e desburocratizar processos de licenciamentos para os empreendimentos.

O deputado Antonio Carlos Arantes (PSDB) também falou sobre a necessidade de manter os governos pressionados para não aumentar os impostos da energia elétrica. Ele e o deputado Guilherme da Cunha (Novo) apoiaram as iniciativas de aumento das linhas de transmissão no Estado.