Professor Cleiton afirmou que a empresa de Furnas prejudica Minas em favor de São Paulo
Doutor Jean Freire denunciou caso de criança prejudicada por falta de soro antiofídico

Empresa de Furnas e gestão da saúde são criticados na ALMG

Furnas Centrais Elétricas é acusada de prejudicar a economia mineira em favor de hidrovia paulista.

19/02/2020 - 16:58

Os prejuízos que o baixo nível do Lago de Furnas estão gerando para os municípios do Sul de Minas, assim como deficiências do sistema público de saúde foram os temas mais abordados pelos parlamentares em pronunciamentos realizados durante a Reunião Ordinária de Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), nesta quarta-feira (19/2/20).

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Os deputados Professor Cleiton (PSB), Duarte Bechir (PSD) e Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) criticaram a postura da empresa Furnas Centrais Elétricas em não manter um nível mínimo de 762 metros no lago. As prefeituras da região consideram essa a metragem necessária para garantir o bom funcionamento de atividades econômicas como o turismo, piscicultura e geração de energia elétrica.

Mesmo após as chuvas recordes ocorridas em Minas nos dois primeiros meses do ano, o nível do lago está em 758 metros, de acordo com o site da empresa de Furnas. De acordo com Professor Cleiton, esse nível continua baixo porque empresa tem priorizado manter o nível da hidrovia Tietê-Paraná, no Estado de São Paulo.

Professor Cleiton disse ter apresentado uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para que os Lagos de Furnas e de Peixoto sejam oficializados como patrimônio do Estado de Minas Gerais. De acordo com o deputado, isso viabilizaria ações judiciais para impedir que atividades econômicas do Estado sejam prejudicadas em benefício de outras unidades da Federação.

O deputado Dalmo Ribeiro Silva, por sua vez, fez um apelo ao presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus (PV), para que seja instalada uma Comissão Extraordinária para analisar o problema, assim como seu impacto na atividade econômica na região.

Picada de cobra – O deputado Doutor Jean Freire (PT) citou o caso de uma menina de oito anos, moradora de Berilo (Jequitinhonha), que teve necrose no pé, ficou sete dias em um Centro de Terapia Intensiva (CTI) e passou por duas cirurgias, em consequência da dificuldade para obter soro antiofídico. “É um absurdo as pessoas terem que recorrer a um agente político para conseguir isso”, criticou o parlamentar. O deputado Duarte Bechir fez protesto semelhante com relação à falta de profissionais especializados e medicamentos para doenças raras.

As deputadas Leninha (PT) e Andréia de Jesus (Psol) criticaram abordagens realizadas pela Polícia Militar a líderes de comunidades quilombolas, que estariam sendo coagidos a preencher formulários, sem qualquer justificativa ou informação sobre os objetivos da medida. “Não sabemos como isso será usado”, protestou Leninha. Andréia de Jesus também criticou abordagens a integrantes de blocos carnavalescos que fazem críticas políticas. Segundo ela, são exigidas documentações desses blocos, de maneira a restringir a livre manifestação dos foliões.

O deputado Delegado Heli Grilo (PSL) cobrou a pavimentação e recuperação de estradas localizadas no Triângulo Mineiro.