João Leite mencionou sua ida a Brasília para tratar do transporte ferroviário do Estado
A função social desempenhada pela Rádio Inconfidência foi lembrada por Cristiano Silveira
Sargento Rodrigues fez críticas ao posicionamento de membros da Semad em audiência da CPI
Beatriz Cerqueira disse que não aceitará falta de esclarecimentos quanto à tragédia em Brumadinho
Decreto federal que extingue conselhos foi alvo de críticas de André Quintão

Oradores – Reunião Ordinária de Plenário de 16/4/19

Críticas à mineradora Vale e a gestores do Executivo pautam pronunciamentos em Plenário.

16/04/2019 - 18:03

Ferrovias
O deputado João Leite (PSDB) falou sobre a participação dele, como presidente da Comissão Extraordinária Pró-Ferrovias Mineiras, e do presidente da ALMG, deputado Agostinho Patrus (PV), em reunião realizada em Brasília com parlamentares da bancada federal de Minas e o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, no último dia 11. O gestor anunciou na ocasião, segundo João Leite, a destinação de R$ 4 bilhões para o transporte ferroviário do Estado. Os recursos seriam uma contrapartida à antecipação da renovação dos contratos de concessão das ferrovias mineiras. No entanto, o deputado diz que esse montante não minimiza as perdas provenientes da transação. Ele explica que o contrato prevê o financiamento cruzado, ou seja, a concessão da malha ferroviária se dará em Minas, mas os valores seriam investidos em outro estado: “Não aceitaremos ficar com os impactos ambientais e sociais e não ficar com um centavo do empreendimento. Em apartes, os deputados Sargento Rodrigues (PTB) e Virgílio Guimarães (PT) manifestaram apoio à atuação da comissão.

Rádio Inconfidência
“Não podemos perder a expressiva função social da Rádio Inconfidência no Estado”, salientou o deputado Cristiano Silveira (PT). Para ele, a rádio cumpre importante papel, sobretudo no interior, onde há municípios que não são alcançados por outra emissora. O parlamentar explica que, conforme proposta do Executivo, a programação da Inconfidência AM será incorporada pela Inconfidência FM. Como a modulação FM não possui a mesma abrangência da AM, ele defende a permanência dos moldes atuais. Cristiano Silveira também criticou matéria veiculada na TV Record sobre a Cemig. Ele afirma que informação acerca de operação da Polícia Federal, dada de forma descontextualizada, daria a entender que o desvio de R$ 150 milhões de recursos da empresa teria acontecido durante o governo de Fernando Pimentel, mas o fato é anterior a 2015: “Isso deveria ter sido esclarecido”, alerta. Em aparte relacionado ao pronunciamento de João Leite, a deputada Marília Campos (PT) informou que São Paulo conseguiu que os recursos de suas concessões ferroviárias sejam aplicados no próprio estado.

Brumadinho
O deputado Sargento Rodrigues (PTB) criticou a conduta do secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Germano Vieira, e do superintendente de Projetos Prioritários do órgão, Rodrigo Ribas, em audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), no último dia 15. Os servidores ouvidos justificaram os licenciamentos ambientais concedidos à mineradora Vale, responsável pelo rompimento de barragem em Brumadinho (Região Metropolitana de Belo Horizonte). Em referência a Rodrigo Ribas, o deputado disse que “mais parecia um funcionário da empresa”. Segundo Sargento Rodrigues, os depoimentos não convenceram. Para ele, a ingerência da empresa se faz sentir em todas as instâncias e poderes. “Os tentáculos da Vale estão em todos os lugares: no governo, na Assembleia; querem, agora, tutelar as próprias vítimas”, enfatiza o parlamentar. Ele defende que a CPI quebre o sigilo bancário de pessoas que possam ter beneficiado a mineradora. Em aparte, o deputado Bartô (Novo) também criticou o processo de licenciamento e fiscalização da barragem.

Brumadinho II
“Ao ouvir os depoimentos dos representantes de órgãos ambientais e da agência reguladora, durante a última audiência da CPI, a gente tem a impressão de que a barragem em Brumadinho rompeu-se sem motivo”, declara a deputada Beatriz Cerqueira (PT). Ela afirma que não aceitará, “diante do crime cometido pela Vale”, a ausência de esclarecimentos ou a tentativa de negar a existência de problemas em relação aos procedimentos da empresa. A parlamentar lembra que há 48 famílias que nem sequer conseguiram enterrar os seus familiares que se encontram ainda soterrados pela lama de rejeitos. Ela leu o nome de todos os desaparecidos na tribuna e criticou a pressão exercida pela mineradora para que os atingidos aceitem indenização, cujo valor de R$ 300 mil não foi objeto de consenso. Beatriz Cerqueira falou também sobre pronunciamento de deputado federal que teria desqualificado os profissionais que exercem a docência. “Toda vez que depreciarem a categoria na Câmara dos Deputados, eu farei o contraponto aqui na Assembleia de Minas”, adverte a deputada.

 

Participação popular
O Decreto 9.759, de 2019, do presidente Jair Bolsonaro, foi alvo de críticas do deputado André Quintão (PT). De acordo com ele, a norma na prática extingue instâncias de participação social como conselhos, comitês, comissões, grupos, juntas, equipes, mesas, fóruns, salas e qualquer outra denominação dada a colegiados que não tenham sido criados por lei. “O governo está dando um tiro em um dos principais mecanismos de participação popular, essa é uma construção que se iniciou na luta pela redemocratização”, ressalta o deputado. Ele afirma que foi aprovado requerimento, na Comissão de Participação Popular, para a realização de audiência em que serão pensadas formas de reagir a essa “medida arbitrária”. André Quintão alerta que importantes conquistas sociais foram alcançados por meio desse processo compartilhado de formulação de políticas públicas. “Não se trata de adesão a partidos ou ideologias, trata-se da defesa de um princípio constitucional, explica.

 

Consulte os pronunciamentos realizados em Plenário.