Pelo Telefone - Donga e Mauro de Almeida

Cem anos do samba serão lembrados em reunião especial

Plenário homenageará estilo que teve primeira gravação em 1917, com a música Pelo Telefone, cantada por Donga.

24/11/2017 - 12:24

Os cem anos de um ritmo genuinamente nacional vão ser lembrados na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Atendendo a requerimento da deputada Marília Campos (PT), o Plenário realiza reunião especial nesta quinta-feira (30/11/17), às 20 horas, em homenagem ao samba.

“O samba, mais do que um gênero musical, é uma das principais manifestações culturais do povo brasileiro”, lembra Marília Campos. Ela acrescentou que, nestes 100 anos, Minas Gerais vem sendo celeiro de sambistas - intérpretes e compositores - que não têm o devido reconhecimento.

“Foram dezenas de sambistas mineiros que morreram no esquecimento. Queremos contribuir para mudar essa história, valorizando homens e mulheres sambistas em vida, e reafirmar que Minas tem uma bela tradição do maior gênero nacional”, ressaltou a deputada.

História - Em 20 de janeiro de 1917, “Pelo Telefone”, interpretado pelo carioca Ernesto Maria dos Santos, o Donga, foi lançado em disco pela Casa Edson, por meio do Selo Odeon. De autoria de Donga e Mauro de Almeida, a música é considerada o primeiro samba gravado no Brasil.

O samba como gênero musical surgiu no início do século XX, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), nas casas das chamadas "tias baianas", migrantes da Bahia. Nessa época, o samba de roda entrou em contato com outros gêneros populares entre os cariocas, como a polca, o maxixe, o lundu e o xote, fazendo nascer um estilo singular.

Minas - O ritmo se espalhou por todo o País e é hoje considerado uma das principais manifestações culturais populares brasileiras. Indiretamente, Minas Gerais participou da constituição desse estilo, já que aqui estava presente o batuque, que foi um dos precursores do samba.

O Estado também contribuiu para a evolução do gênero, pois desde as primeiras décadas do século XX, sambistas mineiros se destacaram no cenário nacional, como Ari Barroso, Geraldo Pereira e Ataúlfo Alves. Já a partir da década de 1970, ganhou destaque a sambista mineira Clara Nunes.

E a batucada segue em Minas no século XXI, com forte presença no cenário nacional do samba, por meio de nomes como Toninho Gerais, Aline Calixto e muitos outros.

Atualmente, todas as regiões do Estado contam com muitos sambistas, grupos, blocos e escolas de samba de qualidade. Mas falta apoio do poder público e da própria sociedade para uma maior profissionalização dos envolvidos nessa atividade cultural.

Carnaval - O novo “boom” do Carnaval em Belo Horizonte, a partir de 2010, com a volta dos blocos de rua, tem contribuído para a maior valorização do samba em Minas Gerais. A cada ano, novas agremiações surgem na Capital, com propostas e temas distintos, mas tendo em comum a bandeira do samba.